Thirty

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Narrador

Olhos marejados e respiração descompassada. Sentia apenas o vazio em aceitar uma vida onde não iria rever o rosto belo de sua noiva ou ouvir sua melodiosa risada ao o ver fazer alguma palhaçada nos dias cinzentos. Se sentia derrotado e sem forças para seguir em frente, a mulher partiu e consigo levou toda paixão um dia existente no chinês de cabelos loiros.

Derrotado ele caminhou para o andar de baixo, tinha esperanças de algum dia encontrar a mais nova atravessando os portões e dizendo que nunca partiu. Se dirigiu a cozinha, era uma manhã de domingo e ao pensar nisso sentiu seu corpo arrepiar em desespero novamente. O som de um resmungo chamou atenção do jovem, que em passos largos chegou ao pequeno jardim externo de sua casa.

Seu corpo estava paralisado ao observar uma mulher de estatura mediana brincando com uma criança de aproximadamente quatro anos. Colocou as mãos sobre o rosto soltando um grito estridente, a ilusão de ver sua futura esposa pelos lugares apenas o machucava cada dia mais.

A mulher correu em sua direção, se ajoelhando assim como o chinês e puxando-o para seu abraço.
Lucas se achava louco por a ver e conseguir sentir seu toque, mas isso não o importava no momento. Apertou a brasileira em seus braços com tamanha intensidade, logo sendo abordado pela criança que se infiltrava naquele gesto de carinho entre o casal.

— Eu lhe prometi que nem mesmo a morte iria nos separar. - sussurrou no ouvido do maior. — E sempre cumpro todas as minhas promessas, sejam elas quais forem.

— Mas... como? Isso não faz o menor sentido. - riu, fitando o rosto de sua amada.

— Algumas coisas não precisam de explicações, devem apenas ser sentidas com todo o coração.

Talvez fosse um louco com suas ilusões para que seu coração fosse acalmado?
Talvez seria Kimberly um anjo expulso da escuridão para que uma vida não fosse perdida?
Não se sabe ao certo o porquê desta volta ou renascimento, mas milagres sempre poderão acontecer.
O amor pode ser uma droga viciante e a desgraça de um mundo, mas nele pode se esconder a salvação dos universos perdidos nos corações daqueles que acreditam em profecias.
Uma pecadora que se auto-punia por seus atos de desilusão em uma humanidade temporariamente perdida, ou eternamente.
Orações poderiam reviver a alegria e ressuscitar o que um dia foi perdido em meio ao caos que nos corrompe diariamente com seu fogo.
Racionalidade nunca foi a chave da perfeição, porque talvez ela apenas não exista e estamos presos em um pequeno globo que capota e nos põe sobre o piso.
Não importa qual seja a grande muralha de desafios, a poesia crescente em si pode destruir quem quer que seja.
Sophie pagou por seus erros ainda viva, mas talvez ela nunca estivesse realmente morta.
Talvez seus pecados tenham sido perdoados e a ela foi consentido uma nova oportunidade.

The End.

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