Twenty Seven

573 68 15
                                    

Sophie Blanche

" — Por que nos matou Kimberly? Qual mal fizemos a você? - soluçou, se jogando contra o chão.

— Pare de me culpar por isso. - gritei, afundando minhas mãos em meu cabelo. — Você morreu a quatro anos e agora volta para me assombrar?

— Sempre viveu na escuridão, presa no seu inferno particular. Se eu estou aqui algum motivo deve haver, talvez fazer com que você sinta o que sentimos quando nos matou.

— A porra da casa pegou fogo, achou mesmo que eu deixaria Charles para morrer? Ele tinha apenas dois meses.

— Antes do fogo me atingir eu vi. - disse raivosa. — Galões de gasolina jogados por todos os lados, você quem fez isso.

— Quer a verdade? Então eu irei lhe contar. - segurei o pescoço da mulher. — Eu soube um ano depois da sua morte que Daniel incendiou nossa casa, ele fez isso por eu ter negado voltar para ele depois que a ex-namorada foi morta. Nunca que eu mataria você e o papai, muito menos de uma forma tão desumana. Sim, eu sou um monstro que mata e tortura pessoas, mas apenas quando elas são merecedoras de tal tratamento. - soltei a mais velha. — No meio de todo o caos eu me preocupei com meu irmãozinho. Porra, a vida dele nem tinha começado e eu não permitiria que acabasse tão depressa.

— Por que nunca contou a verdade a ele? - arqueei a sobrancelha, ela suspirou. — Charles acredita ser seu filho, mas sabemos que não.

— Ele não precisa sofrer pela morte de pessoas que nunca conheceu. - fitei seus olhos. — Em todo caso, eu sou a mãe dele. Mães cuidam e protegem acima de qualquer circunstância.

— Sinto muito por não ter sido a mãe que você merecia Kim.

— Sempre me virei sozinha, agora não seria diferente. - sorri fraco. — Por que você voltou?

— Encerrar assuntos ainda não acabados, você precisa se cuidar e tomar uma atitude definitiva. Pretende fugir do seu passado por quanto tempo?"

Meu corpo estava soado e minhas mãos tremiam enquanto apertava o braço do meu namorado. Lucas me encarava com preocupação, então me puxou contra seu corpo. Não fez perguntas, apenas acariciou minhas costas com cuidado.

— Eu... - delonguei, buscando um ponto fixo para olhar. — A minha mãe, isso parece uma loucura. - ri constrangida. — Ela conversou comigo em um sonho, disse que preciso encerrar assuntos inacabados.

— Talvez o que aconteceu hoje tenha mexido muito com você Sophie, precisa descansar.

— Não. - gritei. — Todos os dias eu tenho medo de que descubram e contêm aos nossos amigos e principalmente ao Charles. O que meu filho pensaria de mim se descobrisse que sou uma assassina?

— E como vai resolver tudo então? - riu ironicamente. — Deixe-me adivinhar, voltar para Paris ou qualquer outra parte de Europa? - arqueou sua sobrancelha. — Melhor ainda, voltar para os braços do seu ex-noivo na Coreia do Sul?

— Mas... Como você descobriu sobre ele? - o mais velho apenas ria, minha raiva apenas crescia. — Que droga, quem lhe contou sobre o Taehyung?

— Lembra do dia em que ligou para Yuta? - apenas assenti. — Eu tinha acabado de chegar para cuidar do filho de vocês e acabei ouvindo a conversa.

— E agora você acha que aconteceu alguma coisa ente eu ele naqueles dois dias? - o moreno assentiu. — Como pode achar que eu trairia você?

— Seria a primeira vez Sophie? - gritou exaltado. — Porra, como achou que eu me sentiria ao descobrir que minha namorada esteve com o ex-noivo dela e não me contou nada?

— Eu não contei justamente porque sabia que você ficaria desse jeito. - levantei minha voz, assim como mais velho.

— Antes de você ir embora e largar todos aqui eu lhe pedi em casamento, se lembra? - engoli em seco. — Fizemos uma viagem a Hong Kong para visitar os meus pais e qual resposta eu recebi? Um não. - seus olhos marejaram, meu coração se apertou. — E com apenas um ano de namoro você aceitou o pedido dele, sem enrolações.

— Me desculpe. - sussurrei, tentando me aproximar do maior. — Eu precisava ir e me desligar de todos vocês, tanto que mantive contato apenas com aquele japonês. - ri minimamente. — Quando o Kim pediu minha mão eu estava tentando reconstruir minha vida e apenas aceitei.

— Você amou ele Sophie? - perguntou com a voz embargada, não respondi. — Eu sabia.

O chinês saiu porta a fora e eu prontamente corri em sua direção. Ele estava prestes a sair de casa, mas segurei seu braço e o prendi naquele local. Tentei me aproximar para enxugar seu rosto, mas logo fui impedida por sua mão que jogou a minha para longe.

— Apenas me escute, se depois de tudo o que eu disser você ainda quiser ir embora não poderia lhe impedir. - suspirei, me afastando em seguida. — Eu o amei, não nego isso e nem nunca irei. Mas com você tudo foi diferente Lucas. - mordi meu beiço. — Porra, meu amor por você chega doer e machucar as vezes, e sabe por quê? - ele negou. — Porque qualquer dia longe de você me faz sentir como deixar parte de mim de ir embora. Não sou boa com as palavras, mas eu nunca senti um amor tão sincero o quanto o que sinto por você. Eu sou uma idiota, isso não vai mudar, e mesmo assim tu tinhas escolhido ficar comigo independentemente de todos os meus erros que não seriam poucos. - ambos rimos. — Se eu pudesse voltar no tempo, nunca teria ido embora. Eu estaria aqui ao seu lado como estou agora.

O mais velho não demonstrou nenhuma reação a não ser prender minhas pernas em volta da sua cintura e me deitar delicadamente sobre o tapete da sala. Puxei seu rosto para mim e o beijei com tamanha intensidade, gostaria de ali demonstrar a grandeza do meu amor por ele. Inverti nossas posições ficando por cima e logo segurando sua mão enquanto fitava seus olhos.

— Wong Yukhei, mesmo com todos os meus defeitos, você aceita se casar comigo? Eu prometo lhe amar e respeitar mesmo depois da morte. - eu ri admirando sua face surpresa. — Assim como prometo lhe fazer o homem mais feliz do mundo.

— Você acabou de fazer Kimberly. - sorriu ao pronunciar meu verdadeiro nome. — Claro que eu aceito me casar com você.

Secrets Onde histórias criam vida. Descubra agora