CAPÍTULO 18 - EURICO GIUSEPPE

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(Não Revisado)

Milão – Itália

Débora observa a Piazza Gae Aulenti, frente ao prédio mais alto e mais moderno da Nova Milão, o Unicredit Lower, queria poder conhecer o Bosque, um complexo vertical com mais de duas mil espécies de plantas, adorava a natureza, porém não possuía mais tempo para fazer turismo, teria que fazê-lo em outro momento e, com toda certeza, não faltariam oportunidades, afinal Giuseppe morava nas proximidades da Praça Duomo, uma região definitivamente cara para se viver. Então era isso, conheceria Giuseppe, sabia algumas coisas de sua vida, nada muito aprofundado já que era um homem que vivia recluso, poucas vezes visto em público.

Às treze horas, pontualmente, Débora estava no quadragésimo andar de uma construção de oitenta andares, o metrô nas proximidades facilitaria muito seu deslocamento caso fosse necessária uma fuga rápida em situação de seus planos virem a falhar. Trajava um terninho preto, discreto e os cabelos presos em um charmoso coque, o que lhe proporcionava uma seriedade maior apesar da pouca idade. Milão estava na temporada de Verão, um calor absurdamente semelhante ao nordeste brasileiro, o que trazia a Débora um pouco de incomodo com as vestimentas, sentia mais familiaridade com o inverno, mas logo estaria livre para sair novamente em viagem. O verão em Milão iniciara fazia poucos dias e logo mais em agosto findaria e o inverno com temperaturas de menos cinco graus se seguiria até abril.

Respirou fundo e apertou a campainha à direita do que lhe parecia a entrada principal, não tardou muitos minutos e a porta se abriu de onde uma menina aparentando doze anos surgiu com seus cabelos negros e sorriso curioso analisando Débora.

— Olá, você deve ser May, certo?

— Sim, estou aqui conforme agendado com o Senhor Giuseppe — diz Débora respondendo prontamente.

— Certo, entre. Meu pai está no escritório e levarei você até ele.

— Pai? — May pensava não ter entendido muito bem, não havia nenhuma informação de que Enrico possuía uma filha.

— Sim, meu pai. Venha, vamos.

May segue a garota pela sala decorada com poucos móveis, mas de modo a proporcionar um ambiente amplamente requintado, o ar estava fresco, bem ao contrário do que se apresentava no exterior, essa informação parecia um pensamento inocente, desde que seria óbvio todos os ambientes residenciais possuírem algum tipo de aquecimento para o inverno rigoroso ou resfriamento para o verão castigante.

Após passar por mais um cômodo que apresentava a visão do Bosque Vertical, May ficou encantada, olhando fixamente por algum tempo, algumas árvores na faixada do prédio de mais de trinta andares a hipnotizava, era um desejo conhecer àquela obra fantástica da arquitetura moderna da Nova Milão, como era conhecida aquela região com edifícios projetados e que encontravam no céu seu único meio de expansão da cidade

— Podemos ir lá se quiser, irá amar nas primeiras vezes, depois seus olhos se acostumam com tanta beleza. Agora venha.

— Adoraria — responde animada, mas logo recuperando a seriedade ao deparar-se com Eurico Giuseppe em pé de frente para a Piazza Duomo e de costas para a entrada da saleta que predominavam paredes com cores claras e quadros chamativos, pinturas que lembravam muito o estilo de Salvador Dali.

— Papai, Malynda Watson está aqui — May fica confusa, isso parecia bem óbvio, permaneceu impassível, aguardando o homem alto e de cabelos grisalhos virar-se para elas, o que aconteceu lentamente e pode notar então que o homem usava um óculos escuro e um bengala.

— Obrigado, minha querida, Emannuele. — Tão rápido concluiu a frase e a jovem já estava abraçada em sua cintura e o conduzindo até seu acento. — Acredito que deva estar assustada, Srta. Watson, mas não se espante, sou apenas um quase cego inofensivo — conclui em um sorriso discreto.

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