CAPÍTULO 16 - CHOCOLATES SABOR MORTE - Parte III

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Com os últimos acontecimentos tudo se encaminhava para um desenrolar perfeito, bastava agora descer ao seu flat, pegar a garrafa de Absinto e os Chocolates Gran Perú Blanco e se dirigir até o quarto de descanso de Ruan Lopez, como álibi ainda teria Augustín Matias.

— Perfeito, não tem nem como ficar melhor — sibila apetando as teclas do elevador que rompeu o pequeno espaço de andares em segundos, retirou o cartão magnético, destravou a porta — é agora May, hoje você fará justiça, — diz olhando para o frasco com o pó branco sobre a mesa, de posse do telefone faz uma ligação, insiste algumas vezes até que é atendida — finalmente — diz — hoje me livrarei de Ruan Lopes, meu querido.

— Mantenha-me informado — diz secamente uma voz firme ao outro lado.

— Manterei, as passagens para a Itália já estão compradas, obrigada pela agilidade — pontua Débora desligando em seguida. Pela manhã, naquele horário estaria longe de Bariloche, Gonzáles fora solicitado e estaria aguardando para que a levasse até o aeroporto, — Eurico Giuseppe, nos encontraremos finalmente — sorri levando consigo o que viera buscar, uma leve excitação percorria por seu corpo.

Caminhou lentamente pelo corredor longo que dava acesso ao quarto de Ruan Lopes, parou diante à porta, a respiração pesada como se o ar estivesse petrificado, estava ali, vingaria sua mãe, não existia a possibilidade de desistir. Batidas na porta, aguardou até que Ruan a atendesse, demorou alguns momentos até que finalmente a abriu,

— Desculpe pela demora — disse assim que Ruan abriu a porta sorrindo, estava com a mesma vestimenta de momentos antes, cabelo talvez um pouco despenteado e a camisa com a forma de quem esteve deitado. — Me parece que já estava desistindo — disse May devolvendo o sorriso.

— Eu sabia que viria, afinal me deu sua palavra — responde Ruan convidando para que May adentrasse. O quarto pequeno, alguns livros se faziam presentes, uma pequena mesa com um vaso discreto, um pequeno bar e uma grande cama com os tradicionais bordados nos tecidos de decoração — trouxe Absinto — pontua Ruan.

— E chocolates..., — completa May. — Quero usá-los para uma brincadeira — insinua-se de forma sensual observando Ruan com as taças para que servisse o destilado. — Preparou a banheira, como lhe pedi.

— Sim, na verdade não é uma banheira, sorri — May, sabia dessa informação, claro que não era uma banheira. — Deixei preparada, achei um pouco estranho seu pedido, mas impossível lhe dizer não.

— Não se preocupe, — fala aproximando-se de Ruan, tocando-lhe o pescoço levemente com os lábios e sibilando em seu ouvido — apenas para que depois possamos nos lavar do que pretendo fazer com o chocolate. Os lábios estavam tão próximos que Ruan segurou firme a cintura de May, um tremor correu rapidamente pelas suas pernas.

— Confesso que essas coisas não são muito do meu agrado, mas não há nenhum mal em me deixar em suas mãos. — As palavras soavam frias, May sabia que Ruan não era um homem de rodeios, estava ali por que ele queria comer sua carne, servir-lhe de presa, mas o jogo seria invertido. O plano precisava ser posto em ação, nem pretendia se deixar possuir por Ruan e pela proximidade do corpo sentia que precisava agir rápido.

May pega as taças e passa uma delas a Ruan. — Para uma noite que promete ser marcante em nossas vidas, — o som do cristal tilinta ao se chocarem levemente — a nós — diz bebericando o líquido de sabor levemente amargo, Ruan faz o mesmo.

As mãos de May são hábeis, Ruan toca-lhe o corpo com urgência, a língua parece dançar num ritmo voraz. May sente nojo, mas logo aquilo tudo teria fim, sentia o membro de Ruan pulsante dentro da calça fina. — Quero ver o que tem aí para mim — diz afrouxando o cinto, abrindo afivela da calça e deixando com que fizesse o caminho de descida suave pelas pernas brancas.

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