Capitulo XVII

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P. V. O. Micaele

Por mais que Elnara tenha me ensinado muitas coisas sobre política sentia que tudo estava ficando cada vez mais pesado sobre meus ombros, até mesmo a pequena e leve coroa que assentava sobre minha cabeça parecia pesadíssima e cheia de encargos que me faziam pensar não estar preparada para tal missão, depois de muito pensar faço um sinal para os guardas, para que se aproximassem.

– Vá até o quarto de Al-Jetro e chame-o para vir até mim, preciso ter uma conversinha com ele – ele faz uma reverencia rapida a mim e sai da sala do trono em busca de Al-Jetro.

Ajeito minha postura no trono, não era algo fácil para lidar, tinha que aprender muitas coisas ainda, e tudo isso poderia ficar ainda mais confuso com o passar do tempo, alguns minutos depois Al-Jetro adentra a sala do trono amigavelmente e com um leve sorriso

– O que almeja saber chefe?! – me questiona depois de fazer uma curta reverencia a mim

– Al-Jetro eu preciso que você faça uma coisa para mim de suma importância – o encaro seriamente

– Pois diga, eu farei o que me ordenar – me lança um olhar sereno

– Você precisa ir falar com o prisioneiro, descobrir mais coisas sobre ele, o escolhi para esse encargo por que vejo que é o mais adequado para descobrir a verdade sobre ele

– Sinto-me honrado em estar fazendo a minha primeira missão para ajudar a chefe desse clã – sorri

– Você é uma ótima pessoa e por conta de suas habilidades mentais logo pensei em você para alcançar o que eu tanto estou buscando em relação ao nosso prisioneiro

– Eu irei descobrir os segredos mais sórdidos dele se assim a senhora desejar

– Pois que assim seja então

Ele rapidamente se retira da sala do trono indo até o calabouço onde estava o jovem invasor. Agora só restava saber se ele conseguiria arrancar alguma coisa do nosso hóspede.

P. V. O. Narrador

Não demorou muito para que o jovem garoto tivesse a visita de Al-Jetro que o encarou sério assim que ficou frente a frente com ele.

– Micaele? – Molkaro diz surpreso sem ver muito quem era que ali estava

– Não, me chamo Al-Jetro, eu vim aqui para saber mais sobre você meu caro jovem – as palavras de Al-Jetro o deixaram surpreso

– Eu já sabia que fariam isso, que ela pediria a você que viesse aqui – diz irônico

– Sabia? – questiona-o se aproximando da grade que os separava

– Wija me contou tudo, o Deus da Sabedoria me falou sobre seus poderes também Al-Jetro

Embora Al-Jetro ficou desconfiado, Molkaro logo pegou o livro e puxou a mão de Al-Jetro para colocar ela sobre o livro, ele também colocou a mão sobre o livro, ao lado da de Al-Jetro, ambos fecham os olhos.

– Olá meu caro servo – Wija diz fazendo Al-Jetro dar um pulo para trás

– Wija? É você mesmo? – Al-Jetro o questiona totalmente incrédulo

– Claro que sou o Deus da Sabedoria, por que achas que eu mentiria se não fosse ele? – o repreende em tom furioso

– Como saberei se realmente é Wija? – indaga curioso

– Por que você questiona tanto o Deus da Sabedoria? Al-Jetro você deveria confiar em mim – Molkaro diz por fim

– Vou provar que eu sou quem digo ser. . .

Ele contou a história de sua jornada aos dois, ambos prestaram atenção em cada palavra e cada vírgula do que aquele ser poderoso estava a dizer, inicialmente Al-Jetro sentia desconfiança e desconforto, porém com o tempo conforme foi sabendo mais coisas sobre Wija e viu a enorme quantidade de coincidências acabou por deixar a desconfiança de lado.

Principalmente após ouvir a história de Molkaro e de como os dois se encontraram, ambos disseram que Wija esta preso no Livro do Conhecimento, assim como Kiwa está presa no Livro do Caos, mas que em breve será aberto por Alkajar pois ambos possuem um acordo.

– O que tenho a dizer para Micaele é de suma importância, o Livro do Caos não pode ser aberto, se Alkajar o fizer tudo que vocês conhecem e amam será destruído, temos que impedir que os planos de Kiwa dêem certo – Wija diz energeticamente

Wija levou os dois a lembranças do passado dele com o verdadeiro Alkajar quando tudo era completamente diferente naquela época, Kiwa era uma ameaça mais fraca, porém mesmo assim tinha sua influência, ele rapidamente levou para o dia em que ele descobriu qual o verdadeiro propósito de Kiwa.

– Por que você simplesmente não faz as coisas do modo certo Alkajar?  – Kiwa o encara com um leve sorriso malicioso

– Por que o mundo não é visto por mim do mesmo modo que você o vê, eu não posso ceder as trevas assim como você sempre faz – a encara sério

– Eu não luto contra a natureza, posso lhe dar coisas que o nosso querido mestre não lhe deu, mas só se você aceitar fazer um acordo comigo, eu lhe dou o que você quer e você faz o que eu quero – faz uma breve pausa esperando a resposta dele, um silêncio prolongado, de cinco minutos pairou sobre eles, aumentando a ansiedade de Kiwa – Está disposto a negociar – rompe o silêncio tomada pelo nervosismo

– Estou disposto a negociar . . .

Wija logo silencia essa lembrança, deixando os dois pensativos sobre o que aconteceu depois da proposta de Kiwa ao verdadeiro Alkajar. . .







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