Alkajar me encarou sério, o silêncio dele pesou sobre mim.
— Alkajar por favor, rompa esse silêncio - digo apavorada
— Micaele eu tenho esse livro por que eu preciso dele, vou te contar a minha história - responde me olhando nos olhos
— Eu não entendo por que você me esconde as coisas - me afasto do livro indo em direção a cama e ficando sentada a espera dele
— O livro pode me ajudar com uma coisa, há um tempo atrás eu criei cinco varinhas elementais muito poderosas e com elas eu tinha a intenção de ajudar as pessoas a aprenderem mais sobre a dominação elemental - a cada palavra fico mais e mais surpresa sobre como ele conseguir ser essa pessoa cheia de bondade.
— Eu sempre fico perplexa com cada palavra dita por você em relação ao seu povo e as suas histórias - falo encarando-o.
— Eu não lhe contei ainda por que não conseguia confiar em você, mas hoje eu mudei de ideia, principalmente por que a vi mexendo aqui e senti que deveria confiar em você - ele me encara sério e nos aproximamos mais um do outro.
— Eu compreendo que você não tenha confiado em mim no começo por que eu simplesmente era uma garota estranha que você encontrou na mata. . . - faço uma longa pausa, e com isso o silêncio reinou sobre aquele lugar.
— O que foi que você ficou em silêncio do nada?
— Você pegou o livro no dia que me encontrou, só pode por que eu estava com eles, não tem como você ter estado com eles antes de mim - ao dizer isso percebo que ele ficou assustado com o fato.
— Eu o encontrei antes de encontrar você, por algum motivo você caiu separada do livro - isso me surpreendeu, como poderia ter caído separada dos três livros? Como eles poderiam ter se dispersados?
— Isso realmente é estranho, mas eu penso que com o tempo tudo irá se esclarecer - digo.
Ambos continuamos a conversar e ele me contou toda a sua história, toda a trajetória de criação das cinco varinhas elementais e sobre suas forças para aqueles que portam elas. Pouco depois de ouvir toda a história dele atentamente Alkajar se despede de mim indo para uma reunião importante com alguns reis e príncipes dos reinos ao redor.
Os dias que se passaram eu recebi a visita de Elnara, ela veio para pagar a dívida que passou a ter comigo depois de ser salva por mim.
— Lembra de minha dívida não lembra? - ri intensamente, chegando a ficar sem fôlego.
— Como esquecer se você faz questão de me lembrar toda vez que nos vemos? - gargalho junto com ela.
Não demorou muito e logo ela começou a me ensinar a dominação de água de acordo com o que ela sabia, rimos muito e curiosamente eu estava aprendendo mais facilmente.
— Que curioso não é? Mesmo Alkajar sendo o seu mestre você não tem tido facilidade em aprender com o ele sobre o elemento água - diz enquanto joga uma bolha grande em minha direção.
Consigo pegar a bolha e vou lentamente remodelando ela, enquanto a observo com um forte brilho no olhar, nunca me senti tão satisfeita comigo mesma igual estava agora depois de conseguir dominar essa bolha.
— Muito bem minha amiga! - diz animada, com esse tempo que tivemos pudemos nos aproximar e com isso.
A cada dia aprendia coisas novas, como moldar a água e formar objetos que eu quisesse.
— Gire esses braços como se fosse a própria água se mexendo - diz ajeitando os meus braços e pernas — Se permita sentir a fluidez dela.
Elnara era bem paciente comigo e fazia questão de demonstrar como tudo era feito, por breves momentos Alkajar nos assistia de longe com um olhar frio e distante. . .
P. V. O. Narrador
A rainha começou a ordenar que fossem preparado tudo que era preciso para a viagem diplomática do rei para Aldaler, todos estavam ansioso para descobrir o que Alkajar estava escondendo em seu clã.
— Soberano trago boas notícias - diz a rainha entrando pomposa na sala do trono, seu vestido era tão longo que arrastava-se pelo chão, e o som de seus sapatos ecoavam pela sala do trono enquanto andava serena em direção ao rei.
— Me diga general - o rei lança um sorriso grandioso para a jovem mulher — Existe alguma visão melhor nesse mundo do que a grande rainha desta nação? - o general olha para ela com grande respeito e admiração nos olhos.
— Se me permite majestade, realmente não existe nada mais vistoso do que a nossa soberana - faz uma longa reverência quando ela passa a sua frente e a cumprimenta beijando-lhe o punho levemente
— Esses gracejos logo de manhã meu marido? - diz a rainha sentando-se no trono ao lado do grande rei
— E quais seriam as boas notícias? Os deuses nos agraciou de sabermos o que o maldito Alkajar esconde em seu clã?
— Infelizmente não, mas o que venho dizer é que sua comitiva para a visita diplomática - faz sinal de aspas em diplomática — Está totalmente preparada e aguarda a sua partida
— Então vamos, dentro de alguns dias iremos descobrir o que Alkajar tem aprontado e o por que de tanto alvoroço pelos reinos ao redor, nunca se viu tanta ansiedade nos domínios das culturas da água nesse continente como se vê nesses últimos tempos - ele levanta-se do trono, e da um longo e demorado beijo na rainha
— Aguardarei ansiosa o seu retorno meu rei - diz ajeitando a coroa lançando a ele um grande sorriso
— Vamos general Falyd - o rei diz descendo as pequenas escadas que ficavam logo abaixo dos tronos, escadas esculpidas a mármore com espaçamento pequeno entre os degraus
— Essa visita surpresa a Alkajar será ótima majestade, mal posso esperar para. . . - o rei lança um olhar furioso para ele
— Lembrando que Alkajar vai pagar no momento certo por seus atos, mas por agora controle seus instintos assassinos, é mais faminto por sangue do que o próprio Deus Falyd que é o Senhor das Guerras - o rei diz gargalhando pouco depois
Assim que chega em sua comitiva acompanhado pela rainha e pelo general todos se ajoelham diante dele em ato de adoração, o rei cumprimenta aos nobres que observavam tudo curiosos, e a comitiva logo parte de Piabla capital de Goller rumando para as florestas tropicais de Aldaler ao encontro de Alkajar. . .
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Mestres da Criação
Fantastik"De onde vim?" e "para que vim?" sempre foram os principais questionamentos de uma jovem garota, cujo nome é Micaele. Sua origem sempre foi um mistério tanto para ela quanto para qualquer um, ou quase qualquer um, com excessão de Wija e Kiwa, vo...