Capitulo II

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Ao abrir meus olhos pouco a pouco vou recuperando a visão, olho para os lados e percebo que estou dentro de uma tenda, muitos desenhos compunham a tenda, logo levo um susto ao ver um homem velho sentado a minha frente, tento me levantar, porem não encontro forças para isso.

– Onde estou?! – minha voz saiu muito fraca, pensei não ter sido audível o que disse até ele me responder.

– A encontramos no meio das águas tentando nadar, mas parecia não saber o que estava fazendo – a voz rouca diz se virando bem serenamente para mim

– Eu realmente não estou entendendo nada! – digo confusa

– Você caiu do céu jovem garota! Nossas orações ao Mestre foram atendidas – pega um pano e rapidamente passa por minha testa

– Como assim?!

– Pobre menina! Não faz ideia de seu destino! Mas irei mostrar a você, espero que esteja preparada para abraçar o seu caminho! – diz o homem velho que se levantou do toco de tronco que estava assentado

– O que quer dizer com isso?! – não demorou e ele estendeu a mão para mim, me ajudou a levantar-se da cama improvisada

– Será que terei que ensinar tudo para você?! – revira os olhos

– Não – rio dele – Mas eu só quero saber sobre o que você vai me ensinar – digo me apoiando nele

O misterioso homem nada disse, apenas continuou caminhando até chegar a um pequeno altar.

– Kiwa a trouxe aqui por um simples motivo – diz me fazendo ficar surpresa com tudo aquilo, ao o ouvir dizer o nome Kiwa consigo ficar de pé e saio correndo.

Não me importei com a dor, o que mais importava era conseguir fugir, eu não obtive confiança no que ele disse, apenas fiquei apavorada com tudo isso, alguns homens que estavam nessa tribo veio em minha direção, tentando impedir que conseguisse escapar. Empurro alguns deles para longe tentando fugir, todos atiraram flechas contra mim, me encolhi assustada no chão.

– Me deixem fugir daqui! – ao gritar sinto uma grande energia tomar conta de meu ser, e com isso abro os olhos, começo a flutuar e ao redor a energia se torna cada vez mais intensa, tento me conter, mas quando dou por mim, a energia que me circulava explodiu derrubando todos os homens que me perseguiam.

– Desculpa! Perdoem-me, vocês me me encurralaram não tive culpa – digo assustada, mas voltei a correr pouco depois, não podia permitir que me pegassem.

Continuo correndo por entre aquelas arvores, sem se quer saber para onde estava indo, conforme sentia medo via que meu corpo brilhava ainda mais com grande intensidade, meu coração estava aos pulos e com isso fiquei cega em meio aquela confusão toda que me encontrava, pela primeira vez senti medo, desde quando nasci naquela desordenada morte de minha estrela mãe, que resultou na morte do sistema planetário que a rodeava.

Notei que o brilho que emanava de meu corpo era de tom amarronzado, e com ele saia um som estranho, o homem que outrora me ajudou estava ali no meio daquela mata, vi o seu olhar por entre as arvores, meu pânico aumentou ainda mais, eu não sabia o que ele queria comigo.

– Ei menina?! Acalme-se! Ninguém lá de onde você fugiu morreu! – diz o homem com um cajado em suas mãos, ele caminhou lentamente ao meu encontro

– Como não?! Eu explodi! – grito

– Mas não matou ninguém! Todos eles sobreviveram ao seu ataque de medo – faz uma longa pausa – Mas feriu gravemente um deles

– Medo?! Como sabes que estou com medo?! – digo surpresa – Viu o que eu disse?!

– Simplesmente lhe conheço bem! Menina você pode mudar isso, basta vir comigo até a minha tribo novamente e me ajudar com o jovem ferido – diz simpaticamente

Vamos caminhando lado a lado até chegar de onde houvera fugido, quando lá cheguei vi que não era apenas uma pessoa que estava ferida, haviam outras pessoas feridas, e um imenso sentimento de culpa tomou conta de mim, como pude fazer tudo aquilo?! Eu não sou um ser normal, nascer de uma estrela não é algo comum, penso comigo mesma. Me aproximo de alguns deles, que esquivam de mim com medo. Vários adentram as casas de palha assustados ainda.

– Eu sou um monstro – digo encobrindo o rosto com minhas mãos que por sinal brilhavam com grande intensidade ainda.

– Não! Você não é um monstro, a Deusa Kiwa não mandaria para nós um monstro, não – faz uma longa pausa sorridente – Você é um anjo! Os mundos criados pelos Mestres precisam ser colocados nos eixos novamente minha nobre hospede

– Eu hospede?! Queria ter aceitado sua estadia de maneira melhor, por que eu sinceramente fui muito bruta com vocês – digo assustada ainda com tudo que fiz

– Você não possui controle sobre seus poderes, por isso fez isso, um dia aprenderá tudo que precisa saber sobre seus poderes

Mal acabou de dizer isso e ouvimos pessoas fazendo sons e gritando intensamente.

— O que está acontecendo? – pergunto assustada

— Não há com que se preocupar, essas criaturas são ferozes porém nós sempre nos esquivamos delas - o ancião diz isso enquanto gira o cajado se preparando para um possível ataque.

Rapidamente acerta uma das criaturas lançando-a contra uma grande árvore, andando e girando o cajado ele vai acertando cada um dos animais com destreza, não parecia um velho ancião cujo o corpo era enrugado pela experiência de vida.

Após essas criaturas assustarem a todos finalmente eu e ele tivemos tempo para nos falarmos

— Um dia jovem criança, eu irei ensinar tudo que você precisa saber sobre seus poderes - diz sorridente

— Gosto daqui, parece tudo tão pacífico - observo o por do sol de frente para o grande lago que circunda a tribo, esse ambiente outrora assustador agora parecia sereno e tranquilo.

— Viu minha jovem? Não há com que se preocupar, não está mais apavorada como antes, tudo sempre há de se resolver, graças aos deuses e aos Mestres da Criação

— Assim eu espero. . .

Digo por fim enquanto encaro o belíssimo por do sol a nossa frente, a paisagem alaranjada e o som da natureza tudo isso me acalmava lentamente, fazendo com que esquecesse meu terrível nascimento misterioso. . .





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