Por uma fração de segundo eu me perdi em seus olhos e percebi que essas situações não são novas para mim. Felizmente um carro buzinou e eu despertei dos meus pensamentos.
— Aonde nós vamos?
Perguntei assim que ele atravessou a rua e parou na minha frente, um pouco próximo demais para o meu gosto.
— Boa tarde boneca.
Revirei os olhos e repeti a pergunta:
— Aonde nós vamos?
— Você tem alguma preferência?
— Qual é o lugar mais caro?
Coloquei meu óculos de sol. Preciso lembrar de agradecer a Madu por essa sujestão, assim ele não percebe facilmente para onde eu estou olhando.
— Tem um lugar que provavelmente você não conhece.
— Nessa ervilha que chamamos de cidade? Dúvido.
Falei o mais áspera possível.
— O restaurante dos meus pais, foi aberto recentemente.
Dos pais dele? Ele pegou na minha mão e saiu me arrastando.
— Espera... Por qual motivo você está me levando lá?
— Para comer.
Mais grosso que a porteira lá de casa.
— Mas eu não quero comer lá.
— Anda logo.
— Não.
Parei no meio do caminho mas ele não teve a reação que eu esperava.
— Parece que o seu cadarço...
Eu olhei para o cadarço mas em um rápido movimento ele se abaixou e segurou minhas pernas me jogando em seus ombros como um saco de cimento.
— É sério isso? Me coloca no chão.
— Depois de mais ou menos quinze passos.
— Agora mesmo Daniel.
Ele não respondeu. Por sorte meu óculos caiu e eu pensei que ele deixaria eu pegar, pensei errado, ele apenas virou e abaixou tão rapidamente que eu não consegui reagir.
Um pouco mais a frente ele finalmente me desceu e devolveu meu óculos. Comecei a ajeitar o meu cabelo então seus olhos passearam pelo meu corpo de forma indecente e para a minha surpresa ele depositou as mãos na minha cintura e me puxou para si.
Fechei os olhos tentando me manter lúcida mas ele sabe muito bem como enlouquecer uma garota. "Foco, Ellen, foco!", repeti silenciosamente para mim mesma até conseguir dizer:
— Você acha que meu corpo é seu para ficar tocando? Se continuar eu aproveito que vai me levar no restaurante dos seus pais e converso com eles sobre como é o filho deles.
Ele riu e inconscientemente curvou a cabeça para traz deixando a pose de durão dar lugar a uma atmosfera descontraída, e adicionou tranquilamente:
— Eles sabem muito bem. Agora me diz...
— O que?
— Não tinha roupa mais descente que essa para vestir não?
Ele concertou o decote do meu vestido que, até então, eu não havia notado que estava mostrando meu sutiã. Que vergonha. Mantive a postura, dessa vez um pouco menos rígida e disse:
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Valentine's Day
Novela JuvenilLei 9.610- Plágio é crime, 12/06/2018 (dia dos namorados). "Pisquei atônita por mais tempo que o charme permite e a sensação quente no meu rosto declarou que eu estava corando vergonhosamente. Mas ele riu, riu como um anjo e então percebi que r...