YURI KATSUKI [05]

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Naquela manhã meus olhos se abriram lentamente de forma automática e o sistema pôde finalmente iniciar devagar, estudando o ambiente outra vez na expectativa de estar pronto para uso o mais rápido possível. Com os orbes viajando à cada canto somente após breves segundos me dei conta que permanecia ao lado de Victor despido, inconsciente acompanhado de tapa-olhos escuros... No meio disto elevei o corpo imediatamente, lhe fitando de maneira fixa já que também não exibia nenhuma camisola em si. Posteriormente afastei os cabelos para trás e só então saí da cama para buscar o par de roupa jogado no chão.

Recolocando-as novamente no corpo, observando o semblante adormecido daquele homem pude relembrar detalhes da noite passada agitada consumindo por inteiro meu porte interno, arrancando um breve sorriso de meus lábios por ter sido definitivamente libidinosa. Mesmo que preferisse continuar naquele oásis as obrigações apitavam igual a uma sirene, por esse motivo adquiri o óculo na mobília perto de Victor e desfrutei do silêncio, comodidade e aconchego da residência para preparar o café quente ao leite com alguns pães e frutas, organizando perfeitamente sobre a mesa.

Depois disso subi as escadas sem pressa já que o horário marcava sete e quinze da manhã, e permaneci andando em distração na direção do seu quarto analisando todo o ambiente desta vez limpo. Entrando fui diretamente às janelas, afastando as cortinas de tons frios e tomando a claridade do ambiente natural no rosto que me manteve disposto a acordá-lo para ter o prazer de acompanhar a manhã se transformar em tarde.

Levantei o tapa-olho de Victor com cautela, entretanto ele percebeu a movimentação e acabou por se virar ao canto direito, fazendo-me rir baixinho por ressoar tão inocente, preguiçoso e de ressaca... Uma comida lhe faria bem, em razão disto cutuquei seu ombro pelo menos duas vezes, mas sem respostas, portanto tentei outra vez e obtive um pequeno resmungo sonolento de palavras aleatórias. – Vitya, há alguns pães deliciosos esperando por você no primeiro andar – Sussurrei ainda aos sorrisos, aproveitando para afastar a grande franja platinada cobrindo parte de seu rosto.

Nikiforov acordou naquele exato instante, juntando imediatamente as sobrancelhas em confusão e afastando o corpo ainda mais. – Yuri...? – Murmurou. – Urgh, feche essas janelas! –

– Você precisa de claridade natural... Apenas o sol proporciona a vitamina D sem alguns dólares em troca e ela é essencial para seus ossos em recuperação – O expliquei corretamente, tratando de desvencilhar o edredom dali. – Além do mais, um banho irá ajudá-lo a despertar para a terapia diária de caminhar... Seu tornozelo está melhor, sim? – Cruzei os braços em descanso, continuando a fitá-lo então.

– Não importa. Me dê uma folga hoje – Puxou o edredom ignorando meus conselhos.

– Eu não poderia mesmo se quisesse. Seu médico indicou isto, por essa razão faremos – O disse persistindo em tirar o edredom desta vez longe da cama.

– Meu médico ligou para avisar que você deveria calar a boca e me deixar dormir mais um pouco – Voltou a resmungar estressado, recolocando o tapa-olhos.

– Você prefere a água bem quente ou morna? – O retirei também jogando longe, sorrindo esperto com sua feição de total descontentamento com a situação. Victor é alguém complicado de lidar, mas com o que tempo você pode desprezar os palavrões, as reações de raiva e os resmungos e passar a apreciar o fato de que ele é afortunado com beleza, violência e rebeldia... Estranhamente passa. – Eu recomendaria morna. O tempo está adorável lá fora – Me aproximei melhor, enfim ajustando seus fios de tons pálidos para trás da orelha. – E ele deseja ver seu rosto brilhante hoje –

Segurou meu pulso um tanto indiscreto, levando-o para longe de seus cabelos e, sem se importar, fungou fundo com rejeição. – Tanto faz –

Arqueei ambas as sobrancelhas automaticamente ao receber tais reações, pois ele aparentava mudado completamente da noite para o dia de repente... Tratou-me como prioridade na noite passada; como se estivéssemos em uma lua de mel no hotel mais bem pago de Michigan e neste momento os orbes azuis ressoavam arrogância e rejeição à mim. Pergunto-me se existiu sentimentos verdadeiros na noite passada ou se aquilo era apenas momentâneo e sexual... De qualquer maneira era tão real, uma perfeita noite ilusória que a dúvida vinha à par.

DETROIT: Become Human | YURI ON ICEOnde histórias criam vida. Descubra agora