Capítulo Seis (narração America)
Música. Convidados. Um longo vestido branco e pétalas de rosas no chão me levavam ao encontro de Maxon em um altar. Foi o sonho mais doce e real que jamais sentira em minha vida, despertando uma saudade e uma vontade absurda de chegar logo. Acordei assim, não via a hora de pousar em Illéa. Entretanto, quando finalmente chegamos toda a minha confiança foi se apagando.
Nunca vi Angeles daquela forma. Parecia que o próprio clima estava me avisando que talvez não tivesse sido uma boa ideia. O céu estava completamente nublado, nuvens negras traziam tempestades, o vento soprava frio e as pessoas caminhavam apressadas olhando para o chão. Reparei nisso durante todo o caminho de ida para o palácio, ninguém sequer reparava no Carro Real passando pela rua. Lembrei da primeira vez que cheguei aqui, era totalmente o oposto de hoje, o clima estava esplêndido, as pessoas animadas e ansiosas, a euforia tomava conta daquele dia. Agora, bem, todos pareciam sem rumo.
Ao cruzarmos o portão do palácio uma tempestade começou a cair. Uma chuva forte, com relâmpagos e trovões que ecoavam em minha cabeça. Tudo mudou ao pararmos em frente à entrada principal. Pulei para fora do carro, a rainha Amberly estava a minha espera e com os braços abertos:
- Minha querida que bom que você está aqui! – disse, dando-me um abraço tão forte e apertado que me fez me sentir segura e de volta para casa – Ah, você não pode imaginar como estou feliz e grata por você ter voltado, America!
- E eu estou feliz por revê-la, rainha Amberly – falei retribuindo com gratidão aquele abraço. Porém minha maior preocupação no momento estava em outra pessoa e eu não poderia negá-lo:
– E-e, c-como...como é que ele está? – essas palavras saíram embargadas de minha boca, sentia um nó na garganta e lágrimas começavam a cair. Precisava saber dele, precisava vê-lo e consegui manter essa segurança até a hora do convite:
- Você quer vê-lo, minha querida? – gelei com a proposta de Amberly. Fiquei trêmula com a possibilidade de vê-lo nesse exato momento, talvez não fosse a hora – agradeci, mas recusei com um discreto e sincero sorriso.
Eu sabia que mais cedo ou mais tarde eu o veria, mas talvez pelo tempo que passamos separados ou, e principalmente, pela nossa última briga, eu acabava perdendo a confiança. No mesmo momento em que eu ansiava e desejava ver Maxon, eu me lembrava daquele seu olhar de fúria e isso me deixava despedaçada. Só o veria quando sentisse que o momento havia chegado.
Comecei a me lembrar também de Clarkson, o que aliado ao horrível clima daquele dia me fez desejar sumir:
- Rainha Amberly, eu sei que vai parecer até loucura, voltei por Maxon, mas não quero vê-lo nesse momento. Eu não me sinto pronta, tenho medo de...
- Não minha querida, não se preocupe! Está tudo bem e eu te entendo perfeitamente. Estou grata por você estar aqui e eu irei de ajudar no que precisar, respeitarei o seu tempo e se é isso que você deseja, assim será – Amberly disse dando-me uma piscadela que parecia sanar todos os problemas do mundo! Sentia-me tão reconfortada com ela e a amava por isso.
Decidimos que o melhor seria adentrar no palácio antes que alguém pudesse nos ver. Amberly me acompanhou até meu antigo quarto de Selecionada e lá o meu trio favorito estava a minha espera: Anne, Lucy e Mary. Céus, uma emoção maravilhosa tomou conta de meu corpo ao revê-las. O olhar emocionado de cada uma delas que correram para me abraçar. As três juntas como em um coro disseram:
- Ah sabíamos que a senhorita voltaria! E finalmente voltou!
Mary deu um passo adiante e disse:
- Todo esse palácio ficou tão sem graça sem a senhorita!
Anne deixou as lágrimas escorrerem:
- Sentimos tanto a sua falta! Estou muito feliz por ter voltado!
Lucy não fora tímida e abraçando-me disse:
- Céus, não há palavras para descrever como é bom ter a senhorita de volta! – apesar de toda a felicidade e emoção notei um olhar de tristeza nos olhos de Lucy, arquei as sobrancelhas e logo fui respondida – O príncipe Maxon, ele precisa de você, senhorita America.
Olhei para o chão e balancei a cabeça positivamente:
- Eu sei e é por isso que estou aqui. Farei tudo o que eu puder para ajudar Maxon, e irei.
Notei a rainha Amberly passando instruções para Anne que assentiu de imediato. Retirou-se do quarto e logo depois voltou com uma bandeja cheia de comidas, bebidas, doces e uma generosa fatia de torta de morango que me despertou a fome. Enquanto comia a refeição conversávamos sobre tudo. Contei para elas como foi minha briga com Maxon, o convite de Nicoletta, minha estadia em seu palácio e elas me contavam sobre tudo o que acontecia em Illéa, com Maxon. Me contaram sobre Kriss, que não recebia muita atenção de Maxon, apenas de Amberly, Elise e Celeste. Ah, minha vontade foi sair correndo e gritar por Celeste para abraçá-la e, principalmente, abraçar Marlee. Gostaria muito de vê-la, mas sabia que teria que esperar um pouco.
Conversamos tanto e sobre tantas coisas que quando nós demos conta já era tarde da noite. Todas nós já estávamos bocejando apesar de toda a nossa euforia e alegria, o cansaço começara a aparecer. Concordamos que o melhor seria uma boa noite de sono. Despedi-me de cada uma que pela primeira vez me deixariam trocar de roupa sozinha, fiquei muito mais contente por isso. Abracei cada uma:
- Tenha uma boa noite, senhorita. Até amanhã.
- Vocês também! E até amanhã!
Ao me deparar sozinha naquele quarto pulei sobre a cama. Havia voltado. Estava aqui, tudo parecia voltar ao normal, aos poucos. Tinha conversado com as minhas três amigas e confidentes. Fui inundada por bons pensamentos e energias. Me sentia livre e renovada. Forte e corajosa o bastante, pronta para tudo por ter Maxon por perto. Comecei a imaginar como ele estaria. Minha vontade era correr ao seu encontro. Já estaria dormindo?
Apesar dos bons pensamentos, comecei a imaginar quando Clarkson descobrisse que eu havia voltado. Comecei a pensar nas piores hipóteses e situações e isso foi crescendo cada vez mais, tornando-se uma bola de neve. Comecei a me sentir sufocada em meus pensamentos, nas dúvidas, nos medos. Sentia-me sufocada naquele grande quarto, queria ar fresco. Precisava tomar um ar. Seria a única coisa capaz de me acalmar e assim eu fiz: abri a porta do quarto e desci até o jardim, não me preocupei com ninguém apenas precisava chegar ao jardim. Mesmo atordoada em meus pensamentos notei que não fui impedida por nenhum guarda. Pelo contrário, tudo parecia estar a meu favor, não via ninguém. Apenas a porta aberta para o jardim. O ar começara a invadir o salão tocando em meu rosto uma brisa fresca da madrugada. Livre. Respirei fundo e retirei as sapatilhas. Pisar descalça na grama foi o melhor medicamento que poderia ter tomado. Havia me acalmado.
Comecei a contemplar o jardim e relembrar minha primeira noite no palácio, diria que bem semelhante ao que acabara de passar. Fui andando lentamente sentindo a grama fazer cócegas nos meus pés, sentindo o ar frio, o cheiro de terra molhada, o aroma doce das flores e escutando os grilos. Andava deslumbrada por aquela paz e só parei ao ver o banco onde Maxon havia sentado naquela noite. Sentei-me no banco, contemplando tudo o que via e imaginando o que Maxon estaria fazendo ou em como eu poderia ajudá-lo. Estava tão mergulhada em meus pensamentos e lembranças que seria impossível desfazer o sorriso estampado em meu rosto. Me sentia tão bem, tão leve. Até que tudo isso acabou quando eu ouvi passos sobre a grama, virei-me assustada e dei de cara com ele: Maxon.
Notas:
Olá!!!!
Primeiramente gostaria de pedir desculpas pela demora eu postar um novo capítulo, mas aqui está hahaha.
Pretendo e me empenharei em publicar um capítulo toda semana ou a cada 15 dias (no máximo!), mas tentarei publicar semanalmente.
Segundamente peço perdão caso haja algum errinho ou errão 😊😊😃 (não consegui revisar muito bem este capítulo).Espero imensamente que gostem desse capítulo. Boa leitura! :)
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Um conto depois de "A Escolha"
FanfictionSinopse: E se eu te contar que o ataque demorou um pouco mais para acontecer e permitiu que o príncipe Maxon agisse pela emoção à flor da pele que sentia no momento? E se eu te dissesse que Maxon terá que lutar para reconquistar seu grande amor, a...