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Na manhã seguinte os meus planos de fingir que a segunda-feira fora apenas um pesadelo foram por água abaixo. Tudo começou quando eu estava tentando abrir a porta traseira emperrada do meu carro para pegar uns livros, escutei um grupo de garotas dando umas risadas histéricas e apontando para mim. Eu não costumava ser alvo de piadas, normalmente as pessoas só me consideravam a irmã esquisita do capitão, entediante o suficiente para ser ignorada. Mas, naquele dia tudo estava diferente.

Quando cruzei os corredores as risadas continuavam, como um vírus se alastrando em ritmo frenético. Não me importei, seja lá o que fosse, era algo insignificante como os imbecis que frequentavam aquele colégio.

Mandy veio correndo em minha direção com os olhos de coruja arregalados, fiquei ligeiramente aterrorizada, tudo bem que ela costumava ser irritantemente exagerada, mas algo me dizia que uma tempestade de merda estava prestes a cair sobre nossas cabeças. Sou agarrada pelo pulso e levada para a biblioteca onde podíamos ter um pouco de paz longe da civilização de escórias do West High. Espero impaciente durante alguns segundos até que ela se recupere da maratona.

— Prometa que não vai surtar, — ela pousa as duas mãos sobre meus ombros e fica aguardando que eu garanta ficar tranquila perante ao que estivesse por vir.

— Vou surtar se você não me contar logo, o porquê de todo mundo está rindo da minha cara como se eu tivesse uma droga de melancia enfiada na bunda.

Mandy pegou o celular do bolso e começou procurar por algo. Com os dedos trêmulos ela coloca o aparelho a uma distância segura de mim, mas boa o suficiente para que eu possa assistir à um vídeo. Uma música técnico começa a tocar, junto a uns gemidos forçados de mulher e uma mão gigante deslizando pela bunda de uma garota pendurada nas costas de uma cara, quando a câmera sobe para os rostos sinto meu coração dar um solavanco doloroso. Era eu posicionada sobre Rush Hughes, com a cabeça curvada para cima e olhos fechados como se a apalpada dele estivesse me dando prazer.

— Eu virei um...um meme? — estou petrificada, tentando entender como aquilo podia estar acontecendo comigo. Não podia ser real, como alguém teria a coragem de fazer algo tão nojento e grosseiro como aquilo.

— Sinto muito, G.— Mandy me lançou um olhar pesaroso.

— Quem fez isso?— vocifero. — Eu vou matar quem fez essa montagem de merda.

— Não tem como saber, alguém enviou para as meninas do clube de debates e eu pedi para que elas me enviassem.

— Isso só pode ser obra daquele demônio dos infernos, — cerro os punhos sentindo o veneno deslizar por minhas veias. — Vou mata-lo, Mandy. Vou mata-lo.

Corri por todas as extremidades daquele colégio inútil, atropelando os idiotas que se atreviam a cruzar meu caminho, até localizar o tinhoso sentado na grama do campo de Lacrosse junto com seu fiel e demoníaco escudeiro Noah. Os dois estavam se alongando, ou algo do tipo, quando cheguei chutando terra para todos os lados. Noah achou graça da minha fúria e deu uns tapinhas nas costas de Hughes que me estudava com curiosidade e totalmente impacivel. Ele não ameaçou se mover de onde estava para ouvir todos os xingamentos que eu tinha para dizer.

— Levante-se! — ordenei com os dentes cerrados.

— Eu falei que ela viria, — comentou Noah divertido. — Bom dia para você também, Wood.

— Eu mandei você levantar, — o peguei pelo colarinho da camisa e tentei puxa-lo para cima, mas tudo que consegui foi tropeçar para frente e quase caí de bunda na grama molhada. Rush Hughes era magro, mas seus músculos pareciam pesar uma tonelada.

— O que você quer, garota? — ele murmura impaciente com sua voz rouca ridícula.

  — Aquela merda de vídeo,— estou berrando aos quatro ventos, como uma desequilibrada. Sinto meu sangue borbulhar dentro do corpo, poderia assassinar alguém naquele exato momento. — Foi você que fez, não foi?

10 FORMAS DE NÃO AMAR O DIABOOnde histórias criam vida. Descubra agora