In the dark 《 Taehyung 》

Capítulo 8

Eu estava internada a 3 dias, meus pais ainda pensavam que eu estava na casa de uma amiga.  Pais normais teriam desconfiado, mas não os meus.

  Descobri que o médico bonitão se chamava Seokjin, ele vinha me examinar todos os dias.

 — Você está se recuperando muito bem — sorriu colocando o estetoscópio em volta do pescoço  — mais alguns dias e os pontos poderão ser retirados.

  — Quando poderei ir para casa? — lhe encarei ansiosa — não aguento mais ficar aqui.

  — Como não tem nenhum sinal de infecção, posso lhe dar alta hoje a tarde. Mas ainda não poderá se esforçar, evite subir escadas ou pegar peso.

  — Eu moro num prédio antigo, não tem elevador.

— Isso é um problema — Jin ficou pensativo e encarou Taehyung — a menos que..

 — Nem pense — Taehyung se esquivou — eu não posso ficar em casa vigiando ela o dia todo.

  — Eu posso subir as escadas devagar — me ajeitei na cama — não dói tanto assim quando eu ando.

— Será um esforço e tanto, por fora parece bem cicatrizado mas você também levou pontos aí dentro — cruzou os braços — eu acharia mais seguro você esperar alguns dias.

     Suspirei frustrada, Taehyung não me queria na casa dele, eu não queria ficar na casa dele. Sabe-se lá o que poderia acontecer, tudo o que eu menos queria era acabar num hospital de novo.

   — Ela pode ficar lá — Taehyung engoliu em seco — mas apenas até os pontos secarem, entendeu?

   — Não é como se eu quisesse estar lá — dei de ombros.

   — Já que está tudo resolvido, assinarei sua alta hoje a tarde — sorriu satisfeito — vai precisar de alguns remédios, tente tomá-los no horário certo.

  — Pode deixar — sorri fraco.

  Jin saiu e Taehyung parecia um pouco incomodado, no momento eu me sentia um fardo.

  — Se não me quer na sua casa, tudo bem. Não vou morrer por subir alguns lances de escada.

    — Não é isso — soltou um suspiro puxando o lip ring entre os lábios em seguida — tenho coisas a resolver, ficar de olho em você o dia todo vai ser difícil.

   No hospital ele às vezes saía e voltava algumas horas depois, no entanto ali haviam enfermeiras caso eu precisasse, em casa estaria por minha própria conta.

   — Posso ficar sozinha, basta deixar os remédios perto de mim.

   Já conseguia andar sem muita dificuldade, não era necessário que Taehyung me levasse para todo canto.

   — Já sei o que fazer — seu rosto se iluminou — preciso ir resolver algo, volto na hora de te buscar — se levantou mas parou no meio do caminho — que número de roupa você usa?

    — 38 — franzi o cenho — por que?

  — As roupas com que você chegou aqui estão inutilizáveis, precisa de algo para vestir.

    — Oh, não arranje nada muito curto.

   — Confie em mim — piscou — já tenho algo em mente.

***

Eu tomei banho sozinha, não precisava mais de uma enfermeira para fazer aquilo. Se fizesse tudo devagar conseguia me sair bem.

  Minha barriga agora tinha dois riscos, um maior embaixo do umbigo e outro menor na lateral acima. Ainda estava bastante dolorido e os pontos se faziam necessários.

    Passei a pomada cicatrizante e me enrolei na toalha, minha pele estava mais corada, o que era um bom sinal.

   — Hana? — a voz de Taehyung soou.

   — No banheiro — gritei — estava tomando banho.

   — Eu trouxe suas roupas.

   Entre abri a porta, deixando apenas meu rosto para fora e segurando a toalha de modo firme. Taehyung me entregou a sacola que tinha em mãos e eu voltei a me fechar no banheiro.

   Ele comprou uma calça jeans clara, uma blusa branca e um casaco  rosa claro com capuz. Me vesti com cuidado, o botão da calça ficava próximo ao local machucado, então tentei não magoar o ferimento no processos.

   Joguei meus cabelos para o lado, eu não era feia mas também não era nenhuma deusa da beleza. Se eu ao menos tivesse um lip tint, conseguiria melhorar minha aparência.

   — Ficaram ótimas — sorri fraco parando próxima a cama — muito obrigada.

  — Eu sabia que esse casaco ia ficar fofo em você — sorriu quadrado — agora vamos, o Jin já me deu a receita com seus remédios.

   — Eu prometo que vou pagar pelos seus gastos comigo — o segui — não quero ser um fardo.

  — Como você mesma disse antes, quase morreu por minha causa, então eu assumo a responsabilidade.

   Depois de resolver algumas coisas relacionadas a minha alta, fomos até o estacionamento. O dia estava ensolarado e era bom estar do lado de fora novamente.

  Taehyung parecia despreocupado enquanto dirigia, não sabia quase nada sobre ele, além de que era muito bonito e tinha problemas com a máfia.

   Quando chegamos a casa dele, não fiquei tensa como da última vez, já estava claro que Taehyung não tentaria me machucar.

  — Quero que conheça uma pessoa — falou enquanto abria a porta — sei que vai gostar dele.

   Tinha um garoto no sofá, ele estava jogando video game mas parou assim que entramos. Seus cabelos tingidos de castanho caiam sobre a testa.

   — Hana, esse é o Jungkook — Taehyung sorriu — ele vai cuidar de você quando eu estiver fora.

   — Ela é mesmo fofa,hyung — Jungkook tinha dentinhos de coelho — acho que vamos nos dar bem, Hana.

  — Espero que sim.

  Jungkook parecia confiável, a primeira vista ele era apenas um garotão que gostava de video game e roupas largas.

  — Já que vocês estão familiarizados, eu posso terminar meus compromissos — Taehyung deixou os remédios na mesa junto com a receita — lembre de tomar nos horários certos, qualquer coisa peça ajuda ao Jungkook e não deixe ele chegar perto da minha cozinha.

   — Ah qual é hyung, já faz dois anos — choramingou.

  — Jungkook, você explodiu uma panela de pressão! Se ficar com fome peça comida.

Eu ri me sentando no sofá, aqueles remédios me deixavam sonolenta mas eu não queria dormir.

  — Nos vemos mais tarde — Taehyung disse antes de sair.

  — Me diga que se sente disposta o suficiente para jogar comigo — Jungkook me encarou esperançoso — jogar sozinho não é emocionante.

   — Uma partida, talvez duas — ele me entregou o controle.

  — Se prepare para ver o mestre em ação — riu.

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  Taehyung vai ter que ficar de olho na Hana mais alguns dias.

  Jungkook pode ser um ótimo amigo.

    Uma hora ela vai ter que voltar...