Capítulo 3

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    Eu pensei estar um pouco melhor mas assim que me sentei minha visão escureceu mais uma vez. Não fazia idéia de onde estava e então a realidade me atingiu. Meus pais eram problemáticos, meu namorado me bateu e eu quase fui morta por um trem em quanto fugi de homens que nunca vi antes no carro de um estranho.

    Meu corpo tremia e não ver nada me deixava ainda pior.

    — Presta atenção no que eu estou falando — Taehyung colocou a mão em meu joelho — precisa sair do carro.

   — Eu não consigo — apoei minha cabeça na lateral do carro — tudo isso... o que eu vou fazer quando voltar para casa?

   Passei as mãos pelo rosto, eu estava surtando, minha cabeça parecia prestes a explodir e meu corpo tinha se tornado gelatina.

   — Vai ser do jeito difícil então — ouvi Taehyung murmurar mais para si mesmo do que para mim.

   — O que você está fazendo!? — me assustei quando sentir ele pegar meu corpo.

    — Tirando você do carro — falou como se fosse óbvio — se segura.

     Quando ele me pegou no colo eu apoei a cabeça em seu ombro e deixei meus braços a volta do seu pescoço. Ainda estava com medo, mas naquela situação era tudo o que me restava.

   Minha visão foi clareando e eu consegui ver para onde estávamos indo. Saímos do que parecia uma garagem e entramos num corredor.

    Ele subiu dois degraus e empurrou a porta com o pé, ela estava apenas encostada.

    Taehyung seguiu para a sala e me pôs deitada no sofá. Reparei que o chão era coberto por carpete bege e as paredes amarelas.

     — Eu vou pegar um remédio para você — umedeceu os lábios e pôs almofadas sob os meus pés — mantenha elas assim.

    — Não precisa, eu posso ir pra casa — engoli em seco — mal te conheço, não me leve a mal mas...
   
    — Não é muito sensato estar na casa de um estranho, eu sei — suspirou — mas duvido que se sair daqui chegue em algum lugar.

     Ele foi em direção a cozinha,  quando voltou tinha um copo d'água e um comprimido em mãos. Eu tomei torcendo para aquilo ser mesmo um analgésico.

     — Obrigada — murmurei me recostando no sofá — quem são aqueles caras?

    — Tenho problemas com eles, mas é melhor você não saber — cruzou os braços — não quero causar problemas.

    — Você parece prestativo demais para ser o cara mau — inclinei a cabeça lhe encarando.

    — Você não me conhece — seu sorriso pareceu triste — eu vou te deixar descansando aqui. Vou cozinhar algo, estou morto de fome. Se resolver comer já sabe onde é a cozinha.

    — Ok.

      Fiquei parada ali, morrendo de medo por estar sozinha com um completo desconhecido. E se aquele comprimido não fosse um analgésico? Ele poderia fazer coisas horríveis comigo.

      Com o passar do tempo meu mal estar foi melhorando e o cheiro de comida encheu a casa. Eu estava com um pouco de fome, não havia comido nada na casa de Seon Woo.

    Me sentei, as coisas giraram um pouco mas passou. Me levantei e segui em direção a cozinha, Taehyung parecia distraído.

     — Resolveu se aproximar do estranho? — seus olhos me encaram por poucos segundos antes dele focar na panela.

    — Você poderia me matar mesmo que eu ficasse na sala — dei de ombros.

    — Para a sua sorte, hoje eu não quero matar ninguém — aquele tom me dava medo — estou brincado, não tenho motivos para te matar.

  Então quer dizer que se tivesse motivos ele me mataria?

    — Você pensou mesmo em atirar no Seon Woo? — me aproximei ainda hesitante.

   Me sentei numa das cadeiras da mesa porque estava ficando tonta, pelo cheiro Taehyung estava fazendo algo com frango.

    — Vontade não faltou, aquele imbecil merecia — quase rosnou de raiva — mas eu não podia me dar esse luxo.

   — Ele nunca me bateu antes — me encolhi — as vezes ele é um pouco bruto, mas nunca chegou nesse nível.

    — Para de falar desse cara, não estou afim de me irritar mais.

   Apoei meu rosto na mão, a dor de cabeça estava melhor mas ainda era incômoda. Taehyung podia ter me ajudado mas não era nenhum anjo.

    — Você quer comer? — quebrou o silêncio algum tempo depois — é ensopado de frango.

   Apenas assenti, ele logo se aproximou e me entregou uma tigela. Taehyung sentou-se na outra ponta da mesa e também começou a comer. Ainda estava confusa com tudo o que aconteceu mas não sabia se perguntar era uma boa ideia.

 — Eu preciso que faça algo para mim — Taehyung quebrou o silêncio.

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O que o Tae quer?

A fic já está com 1k, obrigada ^-^

     


In the dark 《 Taehyung 》Onde histórias criam vida. Descubra agora