As marcas roxas se espalhavam pelo peito dele, alguns lugares possuíam cortes que ainda sangravam, eu comecei a tremer um pouco, não fazia ideia de como ajudar. Parecia muito machucado, Taehyung precisava de um hospital.
— Tae, você precisa de um médico — funguei — eu vou ligar para o Jin.
— Ele está viajando — cerrou o maxilar — e eu não posso ir para um hospital comum, seria suspeito.
Eu duvidava que fosse capaz de cuidar sozinha daqueles ferimentos e o desespero estava me deixando ainda pior. Tentei não encarar o sangue que ainda escorria em diversas partes.
— Você vai morrer — solucei — eu não posso..eu....
— Hana, me escuta — ele segurou minha mão e fez uma careta de dor — se você me ajudar vai ficar tudo bem.
— O que precisa que eu faça?
— Na minha suíte tem um armário com remédios — ele parecia sentir dor a cada vez que falava — pega um pacote de gaze, esparadrapo, Álcool iodado e água pra limpar.
Assenti, me levantei seguindo para a suíte dele. Uma banheira redonda ocupava parte do chão, um chuveiro quadrado ficava no canto e tudo era coberto por pisos brancos. A pia de mármore ficava apoiada sobre um armário. Pelo visto o crime dava mesmo dinheiro.
Achei uma caixa de camisinhas mas ignorei e depois de procurar um pouco, encontrei tudo o que Taehyung pediu. Eu estava muito preocupada e temia por ele. Precisei pegar uma vasilha na cozinha e enchê-la com água, quando retornei, Taehyung tinha se jogado sobre a cama.
— Primeiro você limpa tudo com a água — a respiração dele estava irregular, provavelmente por causa da dor — depois desinfeta com álcool iodado e fecha o curativo.
Por mais que eu limpasse os ferimentos com cuidado, Tae ainda trava o maxilar e eu me sentia pior. Comecei a por o álcool iodado no corte maior e ele gritou me fazendo parar imediatamente.
— È melhor eu deixar assim — mordi o lábio.
— Continua — ordenou ofegante — preciso disso para evitar uma infecção.
— Tae..
— Só seja rápida — pediu apertando os olhos fechados.
Obedeci e as lágrimas rolavam por meu rosto, conforme eu via a reação dele. Em determinado momento, cheguei a pensar que Taehyung iria desmaiar. Ele ficou pálido e eu tentei terminar o mais rápido possível.
Ele mordeu o lábio com tanta força que pensei que fosse partir, enquanto eu acabava o curativo.
— Acabei, precisa de algo mais? — eu observava qualquer mínima reação dele.
Taehyung ficou parado alguns segundos, apenas respirando devagar e mantendo os olhos fechados.
— Remédio para dor — arquejou deixando o braço sobre o abdômen.
Já sabia onde ele guardava os analgésicos, então peguei o mais rápido possível, junto com um copo d'água.
Tae precisou de ajuda para conseguir se inclinar o suficente para consgeuir tomar o remédio. Meu coração se partia a cada nova expressão de dor vinda dele.
Ver alguém que gostamos se machucar e não poder fazer nada para evitar, é uma das piores sensações que existem.
— Descansa — mexi em seu cabelo com cuidado — eu vou linpar a bagunça que você deixou na sala. Qualquer coisa me chama.
— Obrigado — susurrou.
***
Avisei a minha mãe que ia chegar mais tarde, não que ela se importasse muito, no entanto era melhor deixá-la informada.
Limpei a mancha do chão e pus o casaco de Taehyung para lavar junto com algumas outras roupas. Ele dormiu por quase duas horas, até que o ouvi resmungar e fui checá-lo.
[ coloquem a música da multimédia]
— Ainda dói muito? — questionei num susurro enquanto ne aproximava.
Ele me encarou conforme eu ajoelhava em seu lado da cama, toquei sua testa, não estava com febre, pelo menos isso.
— Agora consigo respirar melhor — virou o rosto para meu lado.
— O que aconteceu? — engoli em seco.
— Eu tentei me demitir — mordeu o lábio, ainda devia estar dolorido — e levei uma surra.
— Eles vão te obrigar a continuar? — medo me encheu — não quero que se machuque.
— Eu vou dar um jeito de sair — sorriu fraco.
— Tae, você não precisa — lhe acariciei — não tem que fazer isso por mim, eu não quero vê-lo se ferir.
— Não é só por você — pegou minha mão — é pela minha mãe e por todas as coisas que ela me ensinou. Preciso pagar pelo que fiz.
— Sua mãe não ia querer te ver morto — protestei me levantando — se você morrer então do que adianta?
— Ela também não ia querer que eu fosse um criminoso! — ele se encolheu levando a mão até o abdômen.
— O que você tem? — voltei para perto dele.
— Tudo dói — resmungou — até falar.
— Então não fale — acariciei seu rosto — só descanse.
Nem de longe eu apoiava o crime, no entanto se a única opção para ele sair fosse morrer, também não queria aquilo.
Por que tudo a minha volta tinha que ser tão complicado?
— Fica aqui então — apontou para o lugar vazio na cama.
— Preciso voltar para casa — coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha.
— Seus pais nem vão ligar se você voltar tarde — insistiu — por favor.
— Tudo bem — segui para seu lado e me deitei — mas é melhor encontrar outra pessoa para cuidar de você, porque amanhã tenho trabalho.
— Tudo bem.
Taehyung segurou minha mão, no momento era tudo o que ele conseguia fazer. Fantasiei com um mundo em que nossas vidas não fossem tão complicadas. Um lugar onde eu não sofria nas mãos de Seon Woo e Taehyung não estava preso ao crime.
Ainda me perguntava se o que sentia por ele era certo. Me apaixonar por Kim Taehyung, iria me trazer para luz ou me afundar de vez na escuridão.
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IN THE DARK TÁ NA LONGLIST DO WATTYS ♡♡♡♡♡
MUITO OBRIGADA a todos que ajudaram a história a chegar até aqui ♡♡♡♡
Vocês preferem fics fofas ou com um lado mais sombrio?
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In the dark 《 Taehyung 》
FanfictionHana é uma jovem cercada por relacionamentos abusivos, tanto tempo sobrevivendo com migalhas lhe ensinou a exigir cada vez menos. Taehyung vive no subúrbio de Seul, afundado em seus próprios problemas, ele jamais imaginou que uma noite pudesse muda...