Capítulo 01

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Em frente ao espelho do quarto, Susana contornava os lábios delicadamente volumosos com um batom cor de carmim

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Em frente ao espelho do quarto, Susana contornava os lábios delicadamente volumosos com um batom cor de carmim. Pelo reflexo, encarou o semblante admirado de Victor, amigo dela.

— Nossa, cara — ele comentou, meneando a cabeça, meio inconformado. — Não consigo acreditar que você aceitou mesmo o pedido de namoro do Sérgio.

A moça passou as mãos por entre os cabelos tingidos de loiro, em um charmoso corte pixie cut e mostrou um sorriso malicioso, divertindo-se com a reação do amigo.

Desde que soubera do namoro, Victor mostrava-se conta, tendo em vista que conhecia bem o estilo de vida que Susana levava. A moça se autodenominava uma alma livre para se envolver com quem quisesse.

— Ih, qual é o problema nisso?! — franziu as sobrancelhas delineadas. —Ele pediu e eu aceitei, ué — rebateu dando de ombros.

— Hum... — o rapaz franziu os lábios grossos, titubeando. — E tipo... Ele sabe das outras pessoas da sua vida?

Em meio ao breve silêncio, um leve rubor tingiu a tez pálida de Susana, fazendo-a mostrar um sorriso sem jeito.

Embora se relacionasse com Sérgio há alguns meses, Suzy nunca havia se sentido confortável em falar com ele sobre a sua verdadeira orientação sexual, afinal, muita gente não entendia como era possível nutrir atração e sentimento por ambos os sexos.

— Ah, não sabe, não. Mas isso nem vai durar, Victor — referiu-se ao namoro.

Enquanto a observava fechar o zíper lateral do vestido, Victor cruzou os braços a frente do corpo, reprovando a atitude da amiga.

— Se não vai durar, por que aceitou, Suzy?

— Ah, sei lá... — retrucou enquanto calçava as sandálias. — Você sabe que nunca estive ligada a um relacionamento sério, antes. Quero saber como é esse "lance" de vida de casal — finalizou dando um risinho.

Para Susana, determinadas situações tornavam-se uma deliciosa aventura e quando suas peripécias caíam na rotina, ela se esgueirava, em busca de algo que lhe despertasse adrenalina.

— Ih, olha — o moço arqueou as sobrancelhas e passou as mãos pela cabeça, cujo os cabelos crespos eram bem aparados. — Tenho medo que você machuque alguém — comentou, a seguindo pela casa. — Ou até mesmo se machucar, Susana.

Sobre o balcão da cozinha, a moça recolheu o ramalhete de flores, ao qual comprou horas antes, para presentear a sogra. Olhou para o relógio dependurado na parede do cômodo e certificou-se de que Sérgio já estava chegando.

— Aí, cara! Relaxe! Já me envolvi com tanta gente e você nunca me viu chorando as pitangas por aí — franziu os lábios, dando de ombros mais uma vez. — Tanto homens, quanto mulheres — deu uma piscadela, provocando uma risada fraca no rapaz.

Paixão Sublime (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora