Na intenção de formalizar seu namoro com Susana, Sérgio a convida para conhecer sua família durante um jantar.
Poderia ter sido uma noite trivial, caso Estela, a mãe do rapaz, não houvesse despertado sentimentos sublimes na namorada do filho.
Capa e...
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Durante o jantar, apesar de estar silenciosa, Susana permitiu-se algumas trocas de olhares rápidas com Estela.
— Aí, gente — Isabela pronunciou-se após finalizar a refeição. —, a comida estava uma delícia! — sorriu e covinhas discretas apresentaram-se em suas bochechas. — Mas eu e o Daniel — olhou para o noivo, de soslaio. —, temos outros compromissos.
Estela tentou contestar a filha, pois queria que a jovem permanecesse até o fim do jantar. Não queria passar más impressões para a Suzy. Entretanto, Isa despediu-se de todos e saiu acompanhada do noivo.
Contrariada, Estela revirou os olhos e libertou um suspiro, observando a aproximação de Marcos com o Sérgio, que ainda estava sentado a mesa.
— E você, meu filho? Como estão as coisas na faculdade?
Enquanto recolhia os talheres sujos sobre a mesa, o rapaz sorriu, murmurando as trivialidades da vida acadêmica e equilibrando uma pilha de pratos, seguiu para a cozinha, na companhia do pai.
Sorvendo um gole de vinho tinto, Suzy remexeu-se na cadeira, os observando papearem. Fez menção de se levantar, mesmo sabendo que, em algum momento, o tema da conversa não fosse abrangê-la.
Ao perceber a inquietude da nora, Estela pigarreou, atraindo a atenção da jovem e mostrou um sorriso discreto.
— Se você quiser, podemos conversar na varanda, Suzy.
As mulheres se encararam por breves segundos e Susana exibiu um sorriso perolado por entre os lábios, bebendo mais um gole de vinho. Definitivamente, sustentar os olhares enigmáticos de sua sogra lhe pareceu mais interessante naquele momento.
— É bom que eles conversem um pouco — a mulher mais velha levantou-se e andou até a varanda. — Faz tempo que o Sérgio não vê o pai...
Segurando a taça quase vazia, Suzy uniu as sobrancelhas bem feitas e indagou:
— Nossa, mas por qual motivo? Senhor Marcos trabalha viajando?
Estela riu, debruçando-se no parapeito da varanda e permitiu que seus olhos passeassem pelo horizonte. Uma brisa fria soprou, esvoaçando os cabelos em um charmoso corte Chanel.
— Somos divorciados há alguns anos — explicou enquanto ajeitava parte da franja que recobriu um dos olhos. — Marcos tem outra vida, outra família... — o tom de voz era triste e, por uma fração de segundos, permaneceu cabisbaixa.
Pressionando os lábios carnudos, Suzy concordou, mexendo a cabeça, indagando em seguida:
— Hum... E sente a falta dele?
A mais velha meneou a cabeça, em negação.
— Ah, não. Já superei, já — riu em tom descontraído. — É só que... A forma como tudo acabou, foi difícil para me recuperar.
