Na intenção de formalizar seu namoro com Susana, Sérgio a convida para conhecer sua família durante um jantar.
Poderia ter sido uma noite trivial, caso Estela, a mãe do rapaz, não houvesse despertado sentimentos sublimes na namorada do filho.
Capa e...
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Beiravam o meio dia, quando Suzy sugeriu um passeio no riacho que cortava o fundo do sítio dos pais.
Desde criança, aquele era o local preferido da garota. Não apenas pelo som sereno que a natureza emitia, mas por conseguir colocar seus pensamentos em ordem quando tudo lhe parecia confuso.
Seguiam em fila indiana, caminhando por uma trilha que havia em meio ao pasto. A jovem sabia que a sogra a observava e estava certa.
Estela dividia a atenção entre a trilha estreita, a forma como o short jeans se adequava as curvas torneadas da moça e a mão grande de Sérgio entrelaçando a mão delicada de sua nora. Por vezes, Suzy fitou a advogada por cima dos ombros durante o trajeto, sorrindo.
Após alguns minutos de caminhada, aproximaram-se de algumas moitas que cercavam o riacho límpido.
Isabela seguiu de mãos dadas com Daniel, distanciando-se um pouco do grupo, a fim de fazer suas fotografias. Sérgio, por sua vez, tirou os chinelos, entrando na água fria, que lhe banhava apenas os pés.
Suzy sentou-se em um tronco de árvore que havia por ali e começou a fotografar o namorado com o celular. Ele parecia uma criança abobada com a água.
Estela permaneceu à beira do riacho, com um sorriso tímido nos lábios, observando a nora. Admirou o quanto a pele pálida da jovem assumiu um tom ruborizado, devido à caminhada embaixo do sol e as gotículas de suor na beira da testa, escorriam discretamente pelo rosto.
— Não vai entrar na água? — Suzy perguntou ao notar que a advogada a observava.
Sendo surpreendida com os dizeres da moça, Estela arqueou as sobrancelhas, despertando de suas utopias tão particulares que começava a nutrir por Susana.
— Só se você vier comigo... — retrucou enquanto sorria. A incógnita estampada em seus lábios.
Susana colocou o celular sobre o largo tronco de árvore, tirou os chinelos e segurou nas mãos da sogra, enfiando os pés no riacho. Sentiu um calafrio na espinha. Definitivamente, embora gostasse daquele lugar, ainda não havia aprendido a lidar com água fria. Estela achou graça.
— Mãe, tire uma foto minha com a Suzy! — Sérgio pediu, abraçando a garota por trás.
Estela sentiu-se desconfortável com o pedido do filho e na intenção de esconder tal sensação, que estava evidenciada em seu semblante, saiu da água, buscando o celular.
Suzy, por sua vez, durante a fotografia, exibiu seu melhor e mais provocante sorriso.
— E as cachoeiras, Susana? Ficam muito longe daqui? — Isa perguntou, aproximando-se do trio.
Desnorteada, temendo que a filha percebesse o misto de nervosismo e a pequena dose de ciúmes que a envolvia, Estela virou-se, com a desculpa de que estava guardando o celular.
