Na manhã seguinte, o sol mal havia nascido e Susana já estava acordada. Havia tido uma péssima noite de sono, afinal, se prestou a cuidar do namorado, que vomitou, algumas vezes, durante a madrugada. O cheiro de vômito, suor e bebida alcoólica impregnava o quarto, de tal forma que ficava insuportável permanecer por ali.
Certificou-se de que Sérgio estava dormindo o reprovou, mexendo a cabeça, antes de sair do quarto, imaginando a péssima ressaca que o namorado teria de enfrentar naquele domingo.
Desceu as escadas sorrateiramente, ouvindo roncos provindos de outros aposentos e riu baixinho, imaginando ser seu pai.
Abriu a porta que dava para os fundos e em meio à brisa gélida que soprava as pernas desnudas, decidiu preparar um café e permaneceu ao lado do fogão a lenha para se aquecer.
Seus olhos miravam o horizonte e seus pensamentos seguiam seus devaneios íntimos.
Recordou-se dos dizeres de Victor, sobre ter aceitado de ímpeto o pedido de namoro de Sérgio. Ele era um bom rapaz, fazia Suzy sentir-se bem, era bom de cama, todavia sabia que faltava no moço o que encontrou com facilidade em Estela. Mas ainda era cedo para que a jovem admitisse aquilo, tendo em vista que a advogada era a sua sogra.
— Pensei que ainda estivesse dormindo — Estela murmurou encolhida, envolta por um casaco, como se estivesse tentando se esconder do frescor da manhã.
De costas para a mulher, Susana fechou os olhos e sorriu, sentindo o calafrio envolver seu abdome e meneou a cabeça, afastando suas fantasias especiais.
— Bem, eu até queria... Mas tive que servir de enfermeira do Sérgio a noite toda – ironizou, olhando a mulher por cima dos ombros. — Aceita um café? — virou-se, indo ao fogão de lenha, despejando a água fervente no coador.
— Eu sei. Pude ouvir os vômitos do meu quarto — a mais velha pontuou, após assentir com a cabeça a pergunta de Susana. — Inclusive, os seus xingamentos.
Sem jeito, a loira deu uma risadinha e Estela percebeu quando o rosto da moça se tornou levemente ruborizado.
— Acho melhor ficarmos por aqui hoje, sogrinha — a menina disse com um suspiro entristecido. Era visível o quanto estava decepcionada com o namorado. — Duvido que ele vai com a gente na cachoeira.
Estela serviu a caneca grossa com uma boa dose de café e sorveu o líquido quente, sentindo-o raspar a garganta.
— Sérgio foi um bobão — pontuou com sinceridade, atraindo a admiração da mais jovem. — Quero muito conhecer as cachoeiras. Se ele não puder ir, que fique. Não acho justo adiar nossos planos por causa do meu filho.
O silêncio perpetuou no ambiente e sob o olhar curioso da sogra, Susana tomou um gole de café.
— É, acho que você tem razão, sogrinha. Apesar de que, eu queira muito que ele fosse...
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Paixão Sublime (Degustação)
RomansaNa intenção de formalizar seu namoro com Susana, Sérgio a convida para conhecer sua família durante um jantar. Poderia ter sido uma noite trivial, caso Estela, a mãe do rapaz, não houvesse despertado sentimentos sublimes na namorada do filho. Capa e...