Capítulo 3

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-Isso é algo que você não vai saber se não procurar. – Fernando tenta ganhar tempo.

-Eu não acredito em você! –Paula se deita novamente.

-Bom, isso não é problema meu, agora podemos jantar? – Fernando caminha até a mesa.

-O que eu disse? – Paula se virou para olhar Fernando. - Que não iria jantar.

-O que você prometeu no Altar, você lembra também? – Fernando era astuto.

-O que eu prometi? – ela o encarou.

-Que mesmo que se estivesse brava comigo, não me deixaria comer sozinho, porque já sabia o quanto eu odeio isso. – Fernando puxou a cadeira para Paula.

-Ah, é mesmo, né? -Paula disse sarcasticamente. -esqueci.

-Então, vamos? – Fernando apontou para a cadeira.

-Fazer o quê, Promessa é dívida. - ela o olhou furiosa se levantando da cama.

-É mesmo! -Fernando deu um sorriso de canto sarcástico.

-Pena que você não se lembra das suas promessas. - ela pegou o guardanapo.

-Qual promessa que eu não cumpro?- Fernando se sentou a sua frente.

- Me deixa pensar... - Paula colocou a mão no queixo pensativa. - Que tal aquela de sempre me fazer feliz de não deixar nada me faltar? – Paula o encara novamente.

-E eu não faço isso? –Fernando se sentiu ofendido

-Não. –Paula disse em auto e bom tom.

-O que eu deixei de fazer?- ele perguntou desentendido.

-De me dar atenção. Poxa... Comigo você só fala da empresa, eu não sou apenas a empresa. –Paula desabafou.

-Mas eu achei que você estivesse feliz, esse é o nosso patrimônio, como você não gosta de compartilhar isso comigo?

Fernando realmente não entendia o porquê de Paula reclamar tanto de falta de atenção, afinal eles realmente trabalhavam juntos.

-A questão não é essa, e sim que você nem sequer olha para mim. Tudo gira em torno do nosso patrimônio que um dia não vai servir para nada. –Paula estava chorando novamente.

-Como assim, não vai servir? Ele vai dar um futuro para os nossos filhos, por mais que não temos ainda, um dia vamos ter. – ele a olhou esperando uma resposta positiva.

-Eu não te garanto nada. – Paula não olhou para Fernando.

-Como assim? –Fernando se engasgou com a água.

-Eu nunca disse que te daria um filho. – Paula disse calma.

-Quando a gente se casou você queria ter filhos Paula. -Fernando se exaltou, mas permaneceu no mesmo tom de voz.

-Sim, quando casamos você me tratava como uma esposa. –Paula se levantou.

-Eu não te trato mais? É isso que você quis dizer? –Fernando estava indignado

-Sim. - Paula disse em desespero.

-Por que você acha isso?

-somos casados há cinco anos, quanto tempo faz que a gente não converse, não sai?

-Eu não sei... alguns meses?

-Não, faz um ano. - ela o olhou fracassado.

-Um ano? -Fernando se assustou com aquela informação.

-Sim, um ano!

-Desculpa Paula. Eu esqueci completamente de nós. - Fernando colocou a mão ma testa se sentindo culpado.

-Eu sei!

-Eu prometo que vou tentar mudar.

-Você jura?

-Claro, eu te amo muito.

-Eu também, te amo! Fernando. - ela passou a mão sobre o cabelo dele.

-Mas já que eu não estava te dando muita atenção o que acha de sairmos amanhã?

-Jura? Isso é sério? Eu iria amar sair com você de novo! - Paula sorriu.

-É sério, amanhã vamos sair. Mas por hora, me fala como você está?

Depois de uma longa conversa, Fernando pode entender o que Paula queria dizer, e como se sentia.

...

Mas quem dera que isso resolvesse os problemas, Paula sabia que apesar de Fernando a ter entendido não poderia fazer muita coisa. A vida deles continuaria da mesma forma ou melhoraria um pouco. Mas Fernando nunca poderia apagar o passado de Paula. E fazê-la esquecer de tudo o que tinha passado em sua infância. Sua mãe trabalhava muito, então quase não ficava com ela. Seu pai também trabalhava, mas era muito amoroso.

O pai de Paula chegava mais cedo do que sua mãe por isso era ele que cuidava de Paula. Dava banho, alimentava e a fazia dormir. Tudo era perfeito até que os pais dela se separaram, sua mãe era uma grande "executiva" não teria tempo de cuidar dela. Por isso, seu pai ficou responsável pela guarda. Mas depois da separação, ele começou a beber e ficar violento. Seu pai não sabia como lidar com aquilo, certo dia ele chegou tão bêbado...

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