At first saw

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Magnus levantou com dor de cabeça, suspirou baixo e coçou garganta e foi direto para o banho. Aos 28 anos, Magnus, o padre de Alicante, tinha uma rotina que às vezes o incomodava. Ele levantava, tomava café da manhã, iria para a igreja, ele passava o dia fazendo diversas coisas diferentes porém quase sempre estava entediado. No entanto, quando a missa na Igreja começou, algo havia mudado. É claro que a missa foi praticamente a mesma coisa. Magnus conhecia todos na cidade, nesse dia, havia famílias de sempre, as mesmas pessoas de todos os dias. Quase.

Havia 5 pessoas diferentes. Uma mulher, com cabelos negros e compridos, um homem, comum — na opinião de Magnus — uma garota, com talvez 15 anos, um garoto loiro, talvez com a mesma idade, e ele, um pouco mais velho. Ele era moreno, alto e no entanto mais baixo que Magnus. Tinha cabelos pretos como carvão, a pele pálida como algodão, os olhos mais azuis que o céu. Ele era diferente. Todos que iam na igreja pareciam querer estarem lá, sempre arrumados do jeito mais formal possível. Roupas passadas e simples. Ele, entretanto, parecia que queria estar em qualquer lugar menos ali. Usava calças pretas, rasgadas nos joelhos, uma blusa branca, que se Magnus olhasse o bastante — o que ele não se atreveu a fazer — poderia ser até mesmo transparente, e uma jaqueta de couro. Ele estava com os fones nos ouvidos quando chegou e Magnus notou que a mulher mais velha — provavelmente sua mãe — discutia com ele para que ele tirasse o equipamento. Magnus viu quando a família conversou com os Herondales. Magnus também notou que o garoto loiro com eles era um dos Herondales, Jonathan, mas ele havia chegado com essas pessoas que Magnus não conhecia. O outro, ele, estava com os cabelos negros bagunçados e um sorriso debochado nos lábios. Era um deboche tão descarado, ele odiava a igreja, Magnus conseguia ver. Ele ria das pessoas e ria dos comprimentos. Ele era algo totalmente novo. Ele sorria o tempo todo, encarando as pessoas e olhando para todos como um desafio, como se ele quisesse fazer que cada uma das pessoas ali pecasse. Magnus conhecia o tipo, ele sabia exatamente o tipo. Ele apenas nunca pensou que um garoto que nem ele estaria na sua igreja. Mexendo com os seus pensamentos. Magnus, após o dizer tudo que tinha — os procedimentos normais que ele fazia todos os dias —, foi até a família Herondale, que eram grandes amigos de Magnus.

— Sr. Herondale, Sra. Herondale — Magnus os comprimentou sorrindo. — É ótimo vê-los, como sempre.

— Padre! — Disse Stephen Herondale quando o viu e sorriu animadamente — É sempre bom estar na presença do senhor.

— Espero vê-los novamente amanhã — Magnus disse sorrindo e esticando a mão para comprimentar os dois.

— Mas é claro, Padre Bane — Disse Celine Herondale com um sorriso no rosto. — Ah, gostaríamos de apresentar dois grandes amigos nossos e seus filhos. Eles são novos na cidade.

Magnus sentiu seu sangue gelar.

— Senhor Bane — Disse Stephen, Magnus preferia ser chamado de “Senhor” e não “Padre” — Conheça Maryse e Robert Lightwood.

Eram as pessoas novas que Magnus havia visto no início da missa. A garota morena e o garoto que Magnus sabia que era problema pararam ao lado dos pais, observando Magnus atentamente. Magnus sentiu-se nervoso quando o par de olhos azuis o olhou de cima a baixo. Pare com isso, Bane...

— Oh, é ótimo conhecê-los. Espero que tenham gostado da missa — Magnus disse simpático.

— Adoramos a missa, é um prazer conhecê-lo, padre — Disse Maryse Lightwood

— Realmente... — Sussurrou o garoto de olhos azuis. Sua voz era grossa e rouca e fez os cabelos da nuca de Magnus se arrepiar.

— Você não é muito novo para ser um padre? — A garota perguntou. O irmão dela riu e se escorou relaxamente no banco.

Unholy (malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora