angry || alisson becker

7. Eu sou o número 22.

Ontem, eu fui ver o jogo da Colômbia contra a Polônia. Eu acabei tendo que ir de São Petersburgo à Cazã e logo em seguida, para Moscou, acompanhar a terceira rodada de grupos do Brasil.

Eu não estou reclamando. Muito pelo contrário, foi ótimo ver a felicidade de James ao ver seu time ganhar.

Mas agora, falta dois dias para o jogo do Brasil contra a Sérvia. Os jogadores estão treinando, e eu estou em meio à eles, encarando Fagner. Eles me trouxeram até aqui para nada, como sempre.

-Fagner, você tem cara de 22. -Falo, enquanto uma expressão confusa toma o rosto de Fagner.

-Lá vem ela com essas gírias cariocas...-Ederson resmunga.

-Eu sou o número 22. -Fagner diz, ainda confuso. Caraca, ele realmente é um 22.

-22 é quem tem cara de psicopata.-Explico, dando de ombros. Fagner me olhou ofendido e eu ri. Nós não somos tão próximos, mas ele sempre leva tudo na esportiva. Ele sorri, voltando a praticar com os outros. Coutinho se aproxima de mim, com a típica expressão séria que entrega o fato de que ele vai começar a falar do Becker.

-Já falou com o Alisson? -Ele questiona, interessado.

-Não.

-Porquê? -Ederson questiona, se aproximando sorrateiramente. Meu Deus... isso é uma seleção de futebol ou uma seleção de cupidos?

-Porque eu não tive tempo. Eu fui para Cazã ver o jogo da Colômbia e depois tive que pegar vôo para cá.

-Isso porque você insiste em assistir os jogos do James. -Gabriel diz, chamando minha atenção. Como que esses caras chegam tão perto sem fazer barulho? E do nada?

-E vou continuar vendo. James merece meu apoio, assim como vocês. - Eu respondo, cruzando os braços.

- Bom, falando de quem merece o quê... O Alisson com certeza merece que você seja honesta e fale sobre o que sente. -Ederson diz, passando as mãos em minhas costas.

-É muito fácil pra quem só precisa assistir me mandar tomar uma atitude. E se isso com o Alisson for só uma paixonite boba, uma obsessão estranha que eu adquiri? É difícil, estranho e complicado. E vocês são fofoqueiros de primeira, doidinhos pra poderem contar toda essa fofoca para suas respectivas esposas. -Eu falo, tão rápido quanto posso, e saio pisando forte, deixando os três pra trás.

Saindo do campo e indo para a arquibancada, para ficar com a esposa do Coutinho e do Willian. Mais especificamente, com as filhas delas. Não que eu não goste delas, mas essas crianças são uns anjinhos.

Preciso do tipo de companhia que apenas essas mini queridas podem me dar.