Isso foi um erro.

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- Eu sei que ele está se drogando, mas não sei o que fazer, Melly.- Antony diz tomando uma golada de seu chá.

Já se passara dois dias desde o acontecido. Pensei e cheguei a conclusão de que eu devia ficar longe de Sebastian, mas ainda sim, preciso ajudá-lo, e talvez Antony podia tentar algo, podia me ajudar com isso.

- Sei que você e ele não andam lá essas coisas…- ele concorda com a cabeça.- mas você é a única família que ele tem e sei que ele não vai abaixar a guarda, mas ele precisa de você.- digo o encarando.

- Eu farei o possível por ele.- ele diz gentilmente.- até o impossível se ele permitir.- rimos fraco.

- Obrigada, Sr. Hastings.- levanto-me.

- Antony, por favor.- ele estica a mão numa forma de adeus.

Me despeço de Antony e volto pra casa na esperança de que ter vindo aqui não seja algo em vão.

***

Antony toca a campainha e Sebastian abre. Ao ver o pai, Sebastian pensa em fechar a porta, mas Antony é mais rápido.

- Precisamos conversar.- Antony diz sério.

Sebastian abre espaço para que o pai entre. Ele se assenta e começa a falar tudo o que sabe, menos sobre Mellory. Sebastian por muitas vezes tenta ofende-lo ou discutir, mas Antony se impõe. Sebastian sabe que não tem poder maior que o pai
e também sabe que o pai está certo em coloca-lo em uma clínica de reabilitação, mas Sebastian não quer aceitar que isso é realmente necessario.

- De maneira alguma!- Sebastian se levanta.- Você é louco!- ele ri.

- Mas respeito, por favor!- ele se levanta.- Sebastian, você está sem controle, você quase teve uma overdose à três noites atrás e quase agrediu a senhorita Carson…

- Espera!- exclama Sebastian.- Como você sabe disso?- ele encaro o pai apontando o dedo em sua cara.

- Não. Eu…

- Foi ela, né?- Sebastian grita.- ela quem te contou, ela quem falou tudo, ela quem pediu para você vir aqui fazer o papel de bom pai, não é?- ele esbanja raiva em cada palavra.

- Ela só quer te proteger…- Antony tenta denfender Mellory.

- Eu não preciso da proteção de uma criança de 16 anos…- Sebastian grita.

- Filho, nós podemos resolver isso, a clínica não é tão ruim assim…

- Saí!- Sebastian abre a porta.

- Sebastian, não fa…

- Saí da minha casa.- Sebastian grita perdendo o controle.- saí daqui, pai.- se recompõe.

Antony se retira indo em direção ao seu carro. Sebastian fecha a porta com raiva e grita, ele derruba algumas coisas e tenta extravasar a raiva.

- Por que você tem que ser tão enxerida, Mellory Carson?- Sebastian diz à sim mesmo em voz alta.

***

Mellory

- Qual é o seu problema? Eu não preciso da sua proteção, garota!- Sebastian diz gritando comigo na porta da minha casa.

- Eu não o disse para coloca-lo numa clínica, eu só pedi que me ajudasse.- eu já dizia com um receio imenso de deixa-lo se aproximar.

- Ha! E não é a mesma coisa?- ele debocha.

- Claro que não!- exclamo.

- Só, para!- ele gesticula.- Para de tentar me ajudar, eu não quero a sua ajuda, você ainda não entendeu?- ele ri fraco.

Ouvir aquilo foi como socar meu estômago.

- Qual seu problema?- digo baixo.

- O meu problema?- ele se altera.

- É, um dia está me beijando no seu quarto e no outro me empurrando na parede enquanto me aperta pelo braço!- descontrolo-me.

Sebastian abre a boca para tentar se defender, mas foi em vão sua tentativa. Ele fica sério novamente e me encara, logo depois sai andando em direção a sua casa, deixando-me ali em pé sem entender nada.
Às vezes penso que conhecer Sebastian foi o maior erro que já cometi na minha vida. Sua bipolaridade é incrível. Eu não sei do que ele é capaz, uma hora ele me beija e me deseja, enquanto na outra, sinto que ele é capaz de me matar sem nenhuma piedade. Como alguém consegue viver com uma pessoa assim? Tudo apontava que ele era doido, e mesmo assim, eu me importava com ele, importava-me com cada passo que ele dava, cada coisa que ele fazia, e isso já está me matando.

Não me deixe irOnde histórias criam vida. Descubra agora