Capítulo 94

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- Uau, eu achei que não tinha como a Patrícia ficar mais linda e ela ficou – Rick disse me pegando pela mão e me rodando

- Vocês estão irreconhecíveis, então acho que é missão cumprida – Katia falou batendo palmas

- Realmente eu amei a transformação

- O bom no seu caso Pat, é que tudo é removível, então não atrapalha na gravidez – Katia falou e depois ficou pensando – bom, a tatuagem de henna fica 3 semanas, acho que vocês não vão ficar todo esse tempo aqui né

- Não – eu e o Rick falamos juntos

- Então tudo bem... Vou indo já

- Quanto eu te devo? – Rick falou e a Katia ergueu uma sobrancelha

- Nada, fica como um favor

- Obrigada – Falei abrindo a porta para eles saírem e depois olhei para o Rick – por que diabos você nunca me contou da sua ex?!

- Era uma longa história

- Foda-se, eu sou a sua mulher e tenho direito de saber sobre a sua vida

- Ok – ele ergueu as mãos como sinal de redenção – fecha a porta, tu vai saber da minha vida inteira, a partir do dia que tu foi embora

Fechei a porta e ele sentou no sofá, sentei ao lado dele

- Pode começar a contar

- Eu fiquei bolado depois que tu foi embora, tu sempre foi o meu amor desde menó, mas isso é de menos...7 dias depois, 2 dia antes de eu fazer 17 anos o meu pai morreu em um tiroteio, policiais militares invadiram o morro atrás de traficantes que não era da nossa área, mas que eles achavam que estava escondido lá. Um policial matou Elías, lembra dele? Achando que era o traficante e como ele era o melhor amigo do meu pai, o mesmo ficou nervoso e foi atrás do policial, infelizmente sem sucesso. Quando tudo se acalmou e bateram palmas lá em casa para dar a notícia para a tia, eu chorei, mas de raiva e jurei a mim mesmo cuidar do morro como se fosse a minha vida

- Dessa história eu não sabia

- Tem muita coisa que tu não sabe. No dia do meu aniversário foi a maior festa e tudo estava em paz, mas a festa não era para mim e sim para as outras pessoas. Encontrei a minha professora e expliquei que eu não poderia mais ir a escola, ela entendeu e disse que como eu era um menino inteligente, eu administraria a favela muito bem e foi o que eu fiz. Eu cuido de tudo lá, qualquer b.o eu tô resolvendo, qualquer mesmo, cesta básica eu que provendencio, materiais escolares e remédios também, contrato de médicos e professores, venda e compra de casas, só construção que não porque não tem como construir lá de tanta casa que tem

- Tu não mexe com o tráfico não né?

- Patrícia, porra, nunca achei que tu fosse tão ingênua

- Rick porra! Eu não acredito! – gritei

- Oh, abaixa a voz e olha, sério que tu nunca desconfiou? Como você acha que eu sou bem de vida sem trabalhar? E como tu acha que eu faço tudo aquilo que eu falei, para todo mundo, sem dinheiro?

Olhei para a cara dele e corri para o quarto, tranquei a porta e peguei o meu celular, disquei o número da minha mãe, ouvi o Rick tentando abrir a porta

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Capítulo 01/05 da maratona

A patricinha do alemão (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora