7 Shots (BTS)

Jimin

O brilho que os astros do céu emanavam durante a noite deixavam a atmosfera confortável.

Jimin apreciava as estrelas, parado na sacada. Seus olhos estavam vidrados na beleza que o que estava acima dele mostrava. O cabelo, não muito longo ou escuro, cobria parte de sua testa e a luz fraca faziam-no parecer mais velho e sério, mas suas bochechas sempre diziam o contrário - o rosto parecia ter sido esculpido à mão. Seu corpo pequeno, mas forte, ficava curvado perante a lua com os cotovelos na murada como uma suave reverência. Ele tinha esse cuidado sem perceber. Jimin era, simplesmente, deslumbrante.
Parada ali com ele ao lado pensei em como os dias estavam sendo um pouco complicados. As horas longas de tarefas pareciam se acumular sobre os meus ombros. A distância da família, vez ou outra, se tornava inevitável e assim a saudade se mostrava querer me deixar cantar. E logo mais um dia viria e mais uma semana e mais um mês. Eu desejei não estar tão aflita.
Ter Jimin comigo era um pedaço do que a paz representava. Já fazia um tempo desde que tínhamos nos conhecido, sem querer, no meio de uma multidão. O destino prega peças de um jeito que subestimamos o tempo todo. Um ano podia passar muito rápido, era inacreditável...
Vivendo mergulhada nas minhas próprias ideias, alguns dias, era difícil voltar à Terra. A semana estava sendo exaustiva, mas eu não queria que isso transparecesse muito. Todos temos nossas preocupações, eu não tinha motivos para deixar mais um problema entrar na cabeça dele, ele não precisava carregar um fardo à mais.

Logo, sua voz interrompe todo o percurso de raciocínio:

— Eu poderia passar uma vida observando o céu com você, mas está ficando tarde. É uma boa hora para irmos dormir - disse ele, numa voz doce, virando o corpo em minha direção.
— É, eu também acho... estou um pouco cansada — e eu, já me virando para a cama.

Jimin me encarou por um tempo, curioso. Ele se aproximou. Eu não ia responder qualquer que fosse sua pergunta de forma fiel. Se fosse para protegê-lo de preocupação, então eu o faria.

— Você estava olhando a janela da sala do nosso vizinho da frente por uns 20 minutos. O que você estava pensando? — Ele, delicado e brincalhão, como sempre.
— Mas como você sabe que é a janela da sala?!
— Então, você admite que é a janela de lá?! Meu Deus, você está começando a me assustar!

Jimin quebrou parte do meu cansaço com a sua risada. Eu não sabia como que isso era possível, mas ele fazia isso comigo. O tempo todo. Sem dúvida, o meu som favorito no mundo.
Pegando na minha mão, olhou no fundo dos meus olhos.

— Eu consigo ler a sua mente — falou sério.
— Pelo amor de Deus, você nem tente brincar com isso — me afastei um pouco e desviei o olhar, tentando brincar, mas não tenho certeza se consegui. Precaução é importante.

Ele jogou rapidamente o tronco pra trás, rindo.

— Mas o que é que passa aí dentro da cabeça da senhorita que eu não posso saber, em?! — Riu.
— AHHH! — fiquei um pouquinho nervosa. — Por que tanta preocupação?
— Porque você faz tudo, menos ficar quieta de repente — ele, parando e me fitando. Promete para mim que, se algo estiver errado, você vai contar?

Hesitei um pouco.

— Não tem nada de errado aqui, garanto!
— Você mente muito mal, ponto para o Jiminie!

Senti meu estômago embrulhar.

— Jimin...ah, eu...

Fiquei envergonhada. Ele me interrompeu antes que eu pudesse tentar terminar a frase.

— Vem, vamos dormir, você precisa descansar — ele disse, me puxando de leve, para dentro de casa.

Eu só observava o quão gentil ele era.
Passei a maior parte da minha vida admirando os corações cheios de dor que, ainda assim, conseguiam doar amor. Jimin era esse tipo de pessoa.