Hoseok

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Algumas vezes no mês, a neblina aparecia sobre as montanhas ao redor da cidade.

Hoseok, envolto por seu grosso casaco preto, caminhava sorrindo pelo Parque Namsan. As pétalas coloridas das flores e o verde dos arbustos muito fascinavam àqueles que passavam por perto, enquanto as árvores enormes pareciam abraçar os caminhos dos locais. As luzes dos cafés e restaurantes ao longo do passeio traziam tranquilidade ao horizonte, onde era possível observar a grande Torre de Seul, cujo terraço abrigava milhares de cadeados que selavam promessas de amor. Há pouco mais de 1 ano, selamos a nossa. Quando se cresce, 1 ano se torna um período muitíssimo curto, é tão belo quanto é curioso.
As mãos quentes de Hobi seguravam, aconchegantes, as minhas. O vento gelado fazia meu rosto corar nas bochechas, no nariz e fazia meu corpo se aninhar mais perto do seu, nos fazendo rir um pouco ao passo que ele me abraçava com força. Era gratificante olhar para cima e ver o sorriso doce que ele carregava consigo, todos os dias. Ele vivia dotado de uma pureza tão grande que não havia outro apelido a dar para ele senão esperança. Nada o definia tanto quanto esse nome.

Em poucos segundos, um espirro quer tomar conta da cena. Estava um pouco tenso para lidar com meu corpo, volta e meia o clima me pegava de surpresa. Seguro-o, firme.

— Ei - Hope ria. — Está tudo bem?

— Está sim, só acho que estou ficando um pouquinho resfriada - sorri, sentindo que, em breve, eu daria mais espirros, como dei a semana inteira.

Paramos. Ele olhava fundo em meus olhos, sem soltar de minhas mãos. Seu semblante fecha de preocupação rapidamente.

— Você jura? Tem certeza de que não é melhor irmos para casa?
— Eu estou bem, não se preocupe - limpei meu rosto, soltando nossas mãos. Continuei sorrindo esperando que aquilo aliviasse seu receio.

Hope me olhou com as sobrancelhas um pouco arqueadas, olhos passionais fixos em mim. Seus lábios inferiores estavam um pouco trêmulos; ele continuaria preocupado.
Sem explicação, ele colocou suas duas mãos em meu rosto e deu um largo sorriso.

— O que é que você está pensando desta vez?! - eu disse, desconfiada.
— Tive uma ideia!

Não tive tempo de piscar. Ele começou a correr veloz pelo caminho que se seguia à frente, suas roupas pulando e sua expressão iluminada.
Não precisei esperar muito para que ele se virasse, estendesse seus braços e gritasse alguns metros à minha frente.

— Você não vem?!

E o que seria da minha vida sem ele?

Comecei a correr atrás dele, dando risada, enquanto algumas folhas voavam pelas pequenas calçadas do parque naquele fim de tarde. Uma das melhores sensações do mundo era a de se sentir jovem para sempre, como se a energia que saía de nós jamais fosse mudar. Eu amava como ele me fazia sentir desse jeito quando eu menos pretendia.
Ele me esperava, alegre e ansioso. Alcançando-o, fui recebida com um forte abraço que me tirou do chão por alguns segundos. A felicidade que ele emanava era perceptível de longe. Ele puxou minha touca para baixo, cobrindo minhas orelhas e sorrindo como se fosse nosso primeiro passeio. Olhar para ele me trazia lembranças de quando eu era pequena, quando eu acreditava que jamais alguém seria capaz de se importar comigo daquele jeito que ele tanto demonstrava. Hobi tinha algo que intrigava quem via: talvez, fosse o sorriso sincero, o brilho genuíno em seu rosto ou talvez o jeito puro que carregava em cada movimento do corpo, difícil dizer, mas aquele algo estava ali. Era impossível negar a aura brilhante que ele possuía, era magnético, contagiante. As estrelas sorriam para mim, meu peito pulsava forte, sabendo disso tanto quanto eu.

7 Shots (BTS)Onde histórias criam vida. Descubra agora