Isso significa que você se importa comigo?

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Oláááá! Capítulo novo para vocês! Esse é um capítulo que eu particularmente gosto muito porque agora acabou a viagem e a história deles se afasta de Apaixonado pelo meu irmão, mas ainda teremos uma ligação entre as duas, não se preocupem.

E esse capítulo também terá narração do Akira! *comemora*

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Akira

Fiquei jogando o saquinho com as conchas para cima e para baixo. Para cima e para baixo.

Era uma sensação agradável poder tocar algo que já foi de Sorata e que ele havia dado para mim por vontade própria abrindo mão disso por mim. E todo o trabalho que ele teve para catar as conchas... bom, não apagava o que ele fez para mim, mas depois de me pedir desculpas sinceras, foi difícil não perdoá-lo, mesmo que eu não quisesse.

Eu não queria ter me apaixonado por ele, mas ele me mostrou um lado tão vulnerável naquele dia em que eu o encontrei na sala de aula. Não que eu gostasse de vê-lo fraco, mas ver o garoto naquele estado, mostrava que ele era mais do que o idiota que saía batendo em todo mundo. E o fato dele ter essa profundidade fez com que eu me interessasse por ele e quisesse saber mais.

—Akira, querido!- minha avó me chamou da sala e corri até ela.

—O que foi?

—Detesto te pedir isso, bebê, especialmente porque essas nuvens no céu estão anunciando uma tempestade para daqui há pouco, mas meu chá acabou, poderia comprar mais?- ela sorriu para mim, sem se levantar do sofá aonde tricotava um casaco para mim. Vovó aprendeu a fazer tricô quando jovem, mas não era algo que ela gostasse de fazer, por isso só fazia para mim e para o vovô.

—Claro, vó. O vovô precisa de alguma coisa?

—Daikichi, o Akira vai ao mercado, precisa de algo?- ela perguntou em voz alta. Meu avô veio até a sala apoiado com dificuldade na sua bengala de quatro pés, ele se recusava a usar um andador ou cadeira de rodas.

—Não precisa gritar, querida, não sou surdo ainda!- ele riu- Olha, vai ter um jogo de futebol americano ótimo, pode comprar umas azeitonas para eu petiscar. Aquele médico tirou minha cerveja, mas não vai tirar meus petiscos!

—Daikichi! Você sabe que faz mal para a sua pressão comer essas porcarias!- falou vovó com tom severo

—Mas eu nem vou comer muito!- argumentou vovô, parecendo uma criança impedida de comer doces antes do jantar. Era sempre assim, os dois discordavam e a última palavra era da vovó, mesmo que ela acabasse concordando com vovô porque ela o amava.

—Tudo bem! Mas vou diminuir o sal da sua salada essa semana! E nem pense em colocar sal na carne também, Daikichi.

—Tá bom. Você vai lá, Akira?- perguntou vovô, se sentando ao lado dela com uma revista de palavras cruzadas no colo.

—Claro, volto logo!- acenei e fui até o mercado, me dirigindo direto para os chás e peguei um chá em folhas. Vovó sempre reclamava dos industrializados, se fosse por ela, teríamos uma plantação de chá preto em casa, como temos de hortelã e de várias outras ervas. Peguei rapidamente as azeitonas, mas antes de ser atendido no caixa um trovão soou lá fora.

Ah, porcaria! Estava com tanta pressa de sair de casa para não pegar a chuva que acabei esquecendo o guarda chuva! Não ia ter jeito, ia ter que me molhar, pelo menos, eu tinha meu capuz.

Corri para casa, com pressa de me proteger, quando vi Sorata completamente encharcado e com o cabelo baixo por causa da chuva com uma marca vermelha na bochecha e parecendo bastante mal humorado debaixo de um ponto de ônibus coberto.

Apaixonado por um antissocialOnde histórias criam vida. Descubra agora