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Jungkook on

— Como você tem coragem?!

Eu jamais descobriria sua traição se não o seguisse. Há semanas ele estava diferente comigo, distante e mentindo, contudo ele não sabe mentir, nunca soube e agora eu vejo a verdade literalmente nua e crua.
Parado na porta de um quarto de motel está meu noivo ou ex noivo, se preferir chamar assim, e seu amante que por acaso é meu colega de trabalho.

— Jun-Jungkook, co-como você?...

— Cale a boca! Como você teve coragem?! Esses anos todos... Eu confiei em você!

— Não é nada disso que você está pensando, Kookie. Eu... Eu não sinto nada por ele!

— Não aja como se eu fosse um idiota,  estou vendo você nu com meu colega de trabalho, num quarto de um motel barato e, até dois minutos atrás, ele parecia valer muito pra você.

Eu não queria chorar, mas era impossível conter as lágrimas de decepção e arrependimento. Sim, eu me arrependo de ter entregado quatro anos da minha vida a uma pessoa que vivia me traindo a... Nem eu mesmo sei a quanto tempo.
Conheci Hanbin quando tinha dezessete anos e acreditei tê-lo amado desde a primeira vez que o vi, mas  agora sinto que tudo isso foi ilusão da minha cabeça, já que agora eu só consigo sentir ódio e nojo dele.

— A quanto tempo você vem me enganando, Hanbin? — perguntei com a voz quebrada.

Ele não me respondeu e chorava freneticamente, fazendo seu teatro idiota, mas eu não vou cair. Não mais.

— Porra, me responde!

— Eu... Eu traia você desde nosso relacionamento dar início, mas foi sempre uma coisa casual, Jeon. Era só sexo... sentimentos verdadeiros eu sinto por você, só por você.

— Como eu não percebi? Você não passa de uma vadia, Hanbin!

— Você não tem o direito de falar com ele dessa maneira!

Minho tentou protegê-lo e se levantou da cama pronto pra me agredir, porém, fui para cima dele e acertei um soco em seu rosto. Minho cuspiu sangue e me olhou furioso, Hanbin o segurou impedindo que uma confusão maior começasse e tudo o que eu pude fazer foi olhar em seus olhos e ver o quanto me arrependo de ter colocado aquele maldito anel em seu dedo sem antes conhecer a cobra que vivia comigo. Joguei o anel praticamente na cara dele e sai batendo a porta com força, deixando um Hanbin desesperado gritando meu nome.

Seco as lágrimas e corro para o estacionamento, entro no carro e permaneço dentro dele, chorando pelos quatro anos perdidos da minha vida. O que eu poderia ter vivido, as bocas que poderia ter beijado, mas eu dediquei todo o meu tempo a Hanbin, que me traia a quatro anos e quando eu o pego no flagra ainda tem coragem de dizer que era só sexo... Que só amava a mim! Como eu pude ser tão idiota?! 
No meu consciente estou bravo por não ter o traído primeiro. Seco constantemente as lágrimas que não param de cair e saio do estacionamento, quase batendo em todos os carros a minha frente. Para onde vou? Não faço ideia. Apenas quero rondar pelas ruas de Seul sem rumo, preciso de tempo para pensar, um tempo somente para mim.
A todo momento seus gemidos vinham em minha cabeça, a voz que gritava por meu nome até a noite passada, hoje clamava pelo de meu companheiro de trabalho. O corpo, do que já foi meu, cavalgando no pênis de um ser qualquer num quarto barato de um motel, se ao menos fosse três estrelas... Mas aquele lugar me dava até nojo, ou era só a presença deles dois ali.
Balanço a cabeça com agressividade tentando afastar as memórias, porém é uma missão impossível. Foco minha visão na estrada iluminada e olho para os lugares repleto de pessoas caminhando por ali e por aqui, de mãos dadas, sorrindo e felizes. 

"Quem sabe elas não estão carregando um par de chifres também", penso.

Não sabia que era possível sentir tanta dor e ódio ao mesmo tempo, mas agora vejo que é, vejo agora, pois estou a ponto de arrancar o volante do carro com o aperto de minhas mãos. Olho ao redor do carro para ver se encontro algo alcoólico para afastar meus pensamentos, e realmente encontro!

Vejo uma garrafa de whisky lacrada ao lado do banco do passageiro. Pego a garrafa e, com uma mão, retiro a rolha com indiferença, a visão distorcia a garrafa em minha mão. Não sou acostumado a beber, só de imaginar o líquido queimando minha garganta me dá ânsia. Iria jogar a garrafa num local qualquer, então, a jogo no chão, desviando meu foco da estrada e, antes que eu pudesse voltar a minha posição normal, sinto um baque no carro e os pedaços de vidro da janela atingem meu rosto com facilidade. 

A última coisa que sinto é meu corpo sendo arremessado para fora do carro e a última coisa que vejo é a multidão se aproximando do meu corpo imobilizado.

Olha só quem voltou com mais uma fic Taekook 🌚

Singularity~Jjk-Kth • ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora