nove

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Depois da noite com Minho, o fim de semana se passou num piscar de olhos, assim como a semana. Eu quase não me aproximei de Choi, mas não podia dar motivos para ele me encher de perguntas e acabar descobrindo o que eu tinha em mente.
Disse a meu namorado que irei sair mais tarde do trabalho hoje e que ele não precisa me esperar acordado, sempre nas sextas feiras, ele diz que "faz hora extra no trabalho" eu nunca me importei em ir checar, mas hoje vai ser diferente. Minha hora extra é só um pretexto para que ele possa sair sem se preocupar com que horas irei chegar, irei segui-lo e descobrir se ele está mesmo trabalhando ou se está mentindo.

Hoje é segunda, são 12:00 e estou no hospital, escolhi vir mais cedo hoje, não quis ficar em casa nebulando meus pensamentos ainda mais, me sinto como se estivesse traindo Minho, mas talvez ele esteja me traindo, então... Eu tenho que fazer isso.

Ainda não fui ver o Jungkook hoje, ele terá alta amanhã e estou preocupado, sua família desapareceu, Jeon está sem moradia, não tem pra onde ir e eu me sinto responsável por ele, eu não entendo, mas me sinto assim e devo ajudá-lo.

Termino meu almoço em minha sala de atendimento e me preparo para ir ver Jungkook. A essa hora ele já deve estar acordado e bem alimentado, vou com o pretexto de ir checa-lo, mas eu sei que só estou com uma necessidade de vê-lo.

Apresso o passo quando estou no corredor do seu quarto, meu humor muda repentinamente e me sinto eufórico, meu peito dói em ansiedade, meu rosto queima e sei que agora devo estar corado. Esse tipo de sentimento me deixa constrangido, isso sempre acontece quando sei que vou vê-lo e me pergunto se é errado se sentir assim. Talvez seja.

Seguro na maçaneta fria e me arrepio, mas não é por causa da frieza do metal, não mesmo.
Abro a porta em lentidão, mas querendo rapidamente seus olhos negros e cansados, mas que se acendem quando me vêem. Mas não encontro seus olhos quando entro no local e fecho a porta atrás de mim, Jungkook está dormindo calmamente na cama, com seu delicado corpo descoberto. Minha postura suaviza e me sinto aliviado de ele não estar acordado, essa mistura de sentimentos me deixa confuso, uma hora eu quero vê-lo acordado e sorrindo e outra hora, eu quero que ele esteja dormindo para que não possa perceber o estado que fico na sua presença.

Ando até ele com cuidado para não o acordar, o ar está ligado e percebo que ele está arrepiado pelo frio. Fito o lençol nos pés da cama, pego e o cubro até os ombros, ajeito seu corpo na cama, Jungkook é tão leve que eu poderia o carregar pelo hospital inteiro sem me cansar. Sem perceber, eu já estava perto de mais do rosto de Jeon, seu hálito quente no meu rosto aquecia minha alma de uma forma inexplicável, minha mão esquerda passeia pelos seus cabelos escuros eriçados e macios enquanto minha mão direita está repousada em seu peito.

A próxima coisa que acontece são seus olhos... Seus olhos agora estão abertos e parecem assustados quando me vêem, mas depois parecem suavizar por eu ser quem ele está vendo. Eu estou paralisado sem saber o que fazer por ele ter me pegado o tocando, nenhum de nós pisca, nenhum de nós dois proferimos uma palavra se quer, os olhares falando por si próprio. Nossos rostos cada vez mais perto um do outro e eu não consigo me distanciar por mais que eu tente e eu seria capaz de matar qualquer um que intervisse esse momento.

E como um desafio do destino, meu celular toca no bolso do meu jaleco, me tirando do meu estopor, separo meu corpo rapidamente do de Jungkook o fazendo arfar e suspirar quase que no mesmo tempo.
Eu o olho uma última vez antes de sair praticamente correndo do quarto e atendendo o celular.

- o que!? - digo alterado

- ei calma, desculpe se interrompi seus momentos com seu paciente predileto, mas eu preciso perguntar... Você vai mesmo em frente com nosso plano pra hoje a noite?

Singularity~Jjk-Kth • ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora