trinta e quatro

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Narradora on

Jungkook não sabia como as coisas aconteceram tão rápido, só se lembra de sua irmã e mãe terem que sair para fazer as compras pro jantar e que tentou ir embora, mas sua irmã pediu para ele a esperar em casa e sua mãe deu um olhar mortal de quem dizia, faça o que ela pede!
As portas se fecharam e seu pai o convidou para sentar, mas não de uma forma amigável, ele ordenou. Jeon estava a tremer e a todo momento, se pegava pensando no seu passado, de quando tinha dez anos, de quando teve sua inocência e infância roubada de si... Pelo próprio pai.

Jeon Dong-Yul lhe ofereceu um copo de whisky, mesmo sabendo que o filho jamais gostou de álcool, kook recusou, mas o seu pai revirou três copos da bebida, sentindo o álcool fazer efeito.

- você quer conhecer o resto da casa?

Foi o que o maior perguntou, sua voz soando mais que autoritária, Jeon estava com muito medo para recusar qualquer coisa, os dois se levantaram, Jungkook seguiu o senhor escada a cima, dando pra um corredor largo e iluminado. Foi aí que tudo recomeçou. Jungkook foi bruscamente virado para a parede tendo suas mãos espalmadas na mesma, Dong-Yul prensou o filho na parede e apertou sua cintura, o cheiro da bebida enjoava Jungkook, assim como os toques de seu pai.

- o que você está fazendo!? - perguntou entre lágrimas

- você sempre tão bonito Jungkook, agora que cresceu...

- por favor, me solte!

Seu pai nem o escutava, apenas tocava em seu corpo e encostava sua ereção na bunda de Jeon que se debatia sobre os apertos do maior.
Sentindo fraco, como se tivesse dez anos de novo, Jungkook não sabia como se defender, suas roupas estavam começando a serem retiradas, mas o rapaz não deixou, não iria passar por essa vergonha novamente, ele não iria passar por toda tortura que vivia na infância, ele precisava fazer algo!

Sem pensar duas vezes, Jeon se virou bruscamente e chutou o mais velho com toda a força que lhe restava, depois correu até às escadas e antes de pensar em abrir a porta, sua mãe e irmã abriram e entraram, mas não parou Jungkook, esse que saiu em disparada pela rua, desesperado, assustado, chorando e precisando dos abraços de Taehyung.
Junji olhou para seu pai e mesmo sem saber o que tinha acontecido, rosnou um "eu te odeio" para o senhor e saiu atrás do irmão que já tinha sumido de sua vista.

Enquanto isso, Jungkook entrava e saía de uma rua para outra, sem saber pra onde ir, onde estava e como faria para voltar para casa. O medo o fez se esquecer do caminho, não raciocinava direito, mas continuava a correr, temendo ver seu pai atrás de si e o pegar de novo para atormentar sua vida.

O de cabelos castanhos conseguiu sair da vila e parou em meio a um beco sujo e escuro, seu horário de almoço estava quase no fim, mas ele nem se lembrava de nada, nem de trabalho, nem de onde estava, Jeon só queria Taehyung.

Um trovão estourou no céu, mal presságio como os pedaços estilhaçados do coração de Jungkook, a chuva caía como as lágrimas do menor.
Passaram-se horas intermináveis, assim como a chuva que caía, já estava anoitecendo, mas Jungkook se encontrava em choque, como uma verdadeira criança apavorada, e pra piorar, ele não estava mais sozinho alí naquele lugar.

- eu acho que encontrei alguma coisa! - uma voz rouca soou no beco e Jeon se encolheu

- um ratinho assustado Shizuy! - outra voz apareceu

Singularity~Jjk-Kth • ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora