Ele merece

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Depois de alguns segundos em transe, balancei minha cabeça tentando entender o que realmente estava acontecendo ali.

Brenda e meu irmão estavam se pegando loucamente.

E ele estava bêbado.

-Emily... – Brenda disse sorrindo envergonhada, passando a mão nos cabelos – Eu posso...

-Não precisa dizer nada – eu disse – Se me der licença, eu preciso cuidar dele.

Apontei para meu irmão que estava com uma cara engraçada, encarando Brenda.

-Claro – ela disse virando para o lado e sumindo completamente.

-Você estragou tudo! – Thomas gritou assim que viu que Brenda não estava mais ao seu lado.

-Não! Você iria estragar se eu não tivesse chegado – eu disse passando um braço dele pelo meu pescoço.

Com minha outra mão eu apoiei ele em mim e comecei a andar, tentando carregá-lo. Mas Thomas é mais pesado do que eu pensava, então ficou bem difícil.

-Emily – Thomas sussurrou – Eu gosto da Brenda.

-Conversaremos quando você estiver sóbrio.

-Ela é bonita.

Fiquei quieta e deixei que ele ficasse tagarelando sobre como Brenda é bonita. Não sei se eles já tiveram alguma coisa antes ou ele aproveitou que estava bêbado para tomar uma iniciativa. Mas se isso já ocorreu antes, eu ficaria chateada com meu irmão por não ter me contado nada.

-Eu não estou muito bem – Thomas disse, mas não deu tempo de fazer nada.

Quando eu me dei conta, meu irmão já tinha vomitado na nossa frente.

-THOMAS! – eu gritei brava.

-Foi sem querer – ele disse fungando.

-Você está chorando? – eu perguntei indignada com o que eu estava vendo.

-Não!

- Eu não perdi minha noite com Newt para estar passando por isso... – eu sussurrei mais para mim mesma.

-O que você disse? – meu irmão gritou parando de andar e me encarando bravo.

-Nada!

Espero que ele não lembre disso amanhã.

-Eu vou brigar com Newt – ele disse.

Ignorei totalmente suas palavras.

Segurei meu irmão mais forte e comecei a levá-lo para minha cabana. Pela situação dele, ele não conseguiria passar por aquela noite sozinho.

Assim que entrei no local, vi Newt batendo o pé no chão, um pouco impaciente. Sua cara não era a das melhores. Segui seu olhar e vi que Minho estava lá dentro também, deitado no chão, olhando para o teto.

-O que é isso? – eu perguntei.

-Minho bêbado – Newt disse bravo – Cara, levanta do chão!

Fazia tempo que eu não via Newt perder a paciência.

-Não! – Minho gritou no chão.

Notei Thomas se soltar dos meus braços e se jogar no chão também, ao lado de Minho.

-Thomas! – eu gritei, mas nem com toda a força do mundo eu conseguiria tirar ele dali.

-Nós precisamos proibir Gally com essa bebida – Newt disse olhando para os dois.

-O que tem nela mesmo?

-Ninguém sabe...

Olhei para Newt e ambos começamos a rir da situação.

-Lembra quando você ficou praticamente bêbada na clareira? - Newt perguntou e um arrepio percorreu meu corpo lembrando daquele dia. - Engoliu tudo de uma vez.

-Foi horrível - eu disse rindo e olhando para meu irmão e Minho.

Eles se encaravam no chão.

-Viu só? – eu disse – Já temos bebês para cuidar.

Newt me olhou com um olhar divertido, um tanto impressionado com minhas palavras.

-Você disse bebês? – ele perguntou.

Foi aí que notei o que realmente eu tinha falado.

Eu e Newt nunca tínhamos conversado sobre essas coisas. Senti minhas bochechas queimarem na mesma hora. Há um tempo atrás falar sobre aquilo seria totalmente proibido e incabível, mas olhando nossa situação agora, não seria uma péssima ideia.

Porém somos jovens ainda. E pelo que parece, temos muito tempo pela frente.

Mas depois de quase perdê-lo, ter uma família com Newt era o o que eu mais queria.

-Falando em bebes – Thomas disse se levantando finalmente e colocando um dedo na cara de Newt – Estou de olho em você!

-Thomas! – eu gritei pela vigésima vez naquela noite. - Não é como se você não soubesse!

Thomas abriu a boca para dizer algo, mas nada saiu.

Depois daquilo eu e Newt decidimos jogar água na cara de cada um e coloca-los para dormir. Ou seja, ambos dormiram que nem pedra em nossa cama.

-Onde vamos dormir? – eu sussurrei.

-Acho que no chão – Newt disse estendendo um cobertor no chão – Vem.

Me deitei ao seu lado. Era mais duro do que eu imaginava.

-Não acredito que estamos passando por isso – eu disse segurando a risada.

-Tenho certeza que vamos rir disso depois. – ele disse entrelaçando nossos dedos.

Ficamos um tempo em silencio depois, só observando o som da respiração pesada dos meninos.

-Minho bêbado me pediu conselhos amorosos – Newt disse e eu explodi em risada.

Minho pedindo conselho amoroso é a última coisa que eu imaginaria.

-Shiu! – Newt disse – Vai acordar eles!

-Desculpa – eu disse respirando fundo tentando me controlar – Foi engraçado.

-Eu sou ótimo nesses conselhos – Newt disse fingindo estar ofendido com minha risada.

-É mesmo – eu sussurrei me aproximando e dando um beijo em seu pescoço.

Newt se virou tentando me beijar de volta, mas eu impedi.

-Aqui não! – eu disse quase me matando por dentro por dizer aquilo – Eles estão bem do nosso lado!

-Mas estão praticamente mortos.

-Mesmo assim – eu disse – Seria muito estranho.

-Seria mesmo – Newt disse dando um selinho em meus lábios. – Onde você encontrou Thomas?

-Com a língua dentro da garganta da Brenda.

-O que? – foi a vez de Newt dar risada. – Por essa eu não esperava!

-Vamos ter uma conversa amanhã.

-Deixa ele ser feliz – Newt disse fechando os olhos ao meu lado – Ele merece...

Fechei os olhos também, pensando nas palavras de Newt.

"Ele merece".





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Vou fazer um Q&A pessoal! Façam perguntas! Pode ser da fic ou da minha vida pessoal!


Espero que estejam gostando da segunda parte!

Ps: alguém aqui gostaria de fazer uma capa para essa fic? Sou péssima

A garota do refúgioOnde histórias criam vida. Descubra agora