Fim

4K 374 254
                                    


Tudo estava em perfeita harmonia no refúgio seguro.

Aquele lugar crescia cada vez mais, graças a todo mundo. De um lado havia Minho e Brenda. Ambos se tornaram lideres nas buscas por pessoas novas que habitavam o lado de fora. Cada vez eles iam mais longe, com viagens mais demoradas e equipadas. Criaram pequenos grupos que todo mês saiam em busca de pessoas. E toda vez eles voltavam com mais gente.

Gally estava administrando o local perfeitamente. Todo dia acordava cedo e ficava vendo se tudo estava ocorrendo da forma certa, ajudando sempre que possível. As pessoas passaram a gostar mais dele e ele sempre me dizia que estava realizado e feliz em administrar aquele local.

Caçarola fez com que a cozinha virasse um lugar quase sagrado. Ele tinha ajuda e conseguia fazer refeições que atingiam quase todo mundo, o que me surpreendia cada vez mais.

Thomas fazia o que ele fazia de melhor: ajudava os outros. Essa era a função dele. Ajudar. E ele ajudava em tudo sempre que possível. As pessoas ouviam ele e ele ouvia elas. Seu carisma e pose de líder pegou bem para ele. Apesar de dividirmos as funções e decidirmos quase tudo juntos, Thomas sempre era a pessoa que comunicava tudo. Ele era o porta voz e consequentemente, o mais amigável.

Depois que ele e Brenda se casaram eles passaram a morar juntos. Um casal perfeito. E eu não podia estar mais feliz por ver meu irmão realizado. Uns anos depois eles tiveram um filho que era uma peste. O menino era fofo demais, mas não parava quieto. A cara do pai. E eu o amava.

Minho e Soyna estão juntos. Minho foi obrigado a pedir permissão ao Newt para que aquela relação desse certo e foi uma das cenas mais engraçadas da minha vida. Ver Newt com ciúmes da irmã era algo estranho e engraçado. Mas apesar disso, os dois estão juntos e felizes também. Toby cresceu e passou a considerar Minho como um pai. Outra família que se formou.

Newt passou a organizar as plantações. Plantávamos nossa comida e ele descobria jeitos daquilo ser produtivo. O mesmo aprendeu a como controlar sementes e como funcionava o clima da região, adaptando as mesmas. Era um trabalho difícil e caprichado. Mas o resultado era fantástico.

Já eu deixei de lado a parte de administração e voltei a trabalhar com os médicos. Aprendi muito mais coisas e voltei a cuidar dos feridos. Poder fazer aquilo me dava forças.

Não mais forças que minha família. Minha pequena Teresa já estava com 6 anos e eu segurava meu outro filho, Clint, no colo. Ele era bem pequeno, mas tinha os olhos do pai. Newt estava sentado ao meu lado, babando no próprio filho.

-Não vai muito longe, filha – eu gritei assim que vi ela correndo.

Aquele lugar era super protegido e não tinha perigo, mas meu coração se apertava toda vez que eu via ela se afastar de mim. Ela corria em torno na grande pedra que tínhamos em homenagem as pessoas que partiram. Consegui ler o nome de Teresa, Clint, Alby,Ben, Chuck...

-Para se segurar a mão dela Toby! – Newt gritou, mas eles nem deram bola.

Teresa e Toby tinham virado melhores amigos e viviam de mãos dadas. Newt ficava com ciúmes toda vez que via aquilo.

-Eles são crianças – eu disse rindo.

-Precisam correr de mãos dadas? – Newt perguntou bravo, mas logo sorriu.

-Ela ama correr – eu disse ainda observando.

-Puxou a você, uma corredora.

Ri com aquilo.

-Eu fico lembrando quando você disse que aqui lembrava a clareira – eu disse – Você tem razão. Eu com os socorristas, você com a colheita, Caçarola na cozinha...

-Tem coisas que não saem de dentro de nós – ele disse – E isso era a prova que mesmo antes da clareira, devíamos ter sido do mesmo jeito.

-Você acha?

-Eu nunca te contei isso, mas anos atrás, quando você me deu a cura para o fulgor e tudo ficou preto, eu tinha um sonho. Talvez uma lembrança.

Olhei para ele curiosa. Ele nunca tinha me contado aquilo e eu queria saber mais.

-Éramos menores – ele continuou – Estávamos no CRUEL. Eu e você. Devíamos ter uns 7 anos. E eu estava dando uma flor para você.

Sorri com aquilo.

-Uma flor roxa – ele disse – Eu disse que seria um símbolo da nossa amizade e de nosso amor. Que não importa o que acontecesse, estaríamos juntos.

Quando vi, já estava com lagrimas nos olhos. Pois mesmo sem memória, Newt me entregou uma flor roxa em um dia da clareira. E mesmo sem saber disso, minha filha havia plantado a mesma flor roxa para mim.

-É o símbolo do nosso amor – eu repeti me encostando mais nele.

-A gente sempre esteve junto – ele disse – E sempre fomos assim. Nada tirou isso de nós. Nada impediu que ficássemos juntos. E eu te amo e estarei sempre aqui.

Selei nossos lábios com calma, ainda segurando nosso filho no colo.

-Eu te amo – eu disse assim que nos separamos.

-Eu te amo.


------------------------------------------

Foi curto, mas fechou essa fanfic com chave de ouro.

Postarei um agradecimento e os melhores momentos dessa fic em breve.


Agora, vamos chorar juntos.

A garota do refúgioOnde histórias criam vida. Descubra agora