No dia seguinte decidi ter uma conversa séria com o meu irmão. Eu precisava saber o que se passava na cabeça dele, se ele estava mentindo para mim e desde quando havia perdido a confiança em mim.
E assim que ele acordou, com uma cara horrível, a primeira coisa que viu foi eu sentada na sua frente. Seu rosto vasculhou o local que estava e depois ele ficou um tempo parada, provavelmente tentando entender o que estava acontecendo.
-Que dor de cabeça – ele disse fechando os olhos.
-Quem mandou beber a bebida do Gally? – eu perguntei um tanto quanto brava – Pensei que tinha aprendido.
Thomas ficou calado na minha frente.
-Peguei um remédio para você – eu disse diminuindo o tom de minha voz – Está do seu lado.
Observei meu irmão tomar o remédio e me encarar receoso.
-Só veio me dar uma bronca? – ele perguntou.
-Desde quando eu me tornei a irmã malvada? – eu perguntei abalada.
Thomas não conversava mais comigo como antes, não havia mais aquele instinto protetor dele, e não é pelo fato de não ter mais perigo. Thomas sempre foi preocupado, por mais idiota que seja a causa. Eu me tornei a pessoa responsável por aquele local mais do que ele, cuidava de suas bagunças e ainda tinha que ser a baba nos tempos livres.
E agora ele esconde as coisas de mim e mente.
-O que eu disse ontem? – ele perguntou.
-Você não apenas disse, mas agiu!
-O que eu fiz? – ele estava ficando bravo.
-Estava beijando a Brenda! – eu falei brava e Thomas fez uma cara de surpreso.
Um silencio se instalou naquele local.
-Olha, Teresa se foi! Aceita isso, Emily! – Thomas gritou se levantando da cama – Eu faço o que eu quiser!
Abri a boca tentando falar algo, mas nada saia.
Thomas nunca tinha gritado comigo daquela forma.
-Thomas! –eu gritei antes que ele saísse do local – Estou brava por você não ter me contado!
-Como eu posso te contar algo que nem eu sei?
-Claro que você sabe! Me disse ontem que gosta dela! Desde quando estão juntos?
-Já disse que não é da sua conta!
-Thomas!
Mas antes que eu pudesse continuar, ele já estava bem longe.
Peguei a primeira coisa que me veio na frente e joguei com tudo na parede.
-Eu não queria ser essa almofada – Newt disse aparecendo do nada.
Respirei fundo tentando controlar a raiva.
-Thomas é um idiota! – eu disse – Ele nem deixou eu terminar!
-Ele acha que você está controlando a vida dele – Newt disse.
-Eu não estou! Só quero o melhor para ele!
-E você está tentando decidir o que é melhor para ele.
Sentei na cama e respirei fundo mais uma vez. Newt se sentou ao meu lado e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, depositando um beijo em minha bochecha. Finalmente senti meu corpo relaxar e eu me acalmar.
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A garota do refúgio
FanfictionContinuação de "A garota da clareira" Depois de alguns meses, a vida no Refúgio Seguro finalmente estava fazendo sentido para Emily. Porém ter uma vida "normal" é mais difícil do que ela pensava, por isso, quando ela menos espera, se aventurará mais...