Monster Among Men (L.H)

Prólogo

     – A­nda Lia, pegue o resto das suas coisas logo antes que a mamãe mude de idéia.. A não ser que você não queria mais ir. – Hannah sorri sacana.

     – É tudo o que eu mais quero! – Digo pegando a última caixa que estava em cima da cama.

     Saio logo atrás da minha irmã, que saltitava na minha frente igual uma criança que acabará de ganhar seu doce favorito.

     Assim que chegamos na sala encontramos nossa mãe, parada em frente a porta com os braços cruzados. Seus olhos marejados pousaram na minha irmã, depois em mim e por fim na caixa em minhas mãos.

        Hannah solta um suspiro.

      – Ah, qual é dona Rose... Nós já conversamos sobre isso. Não é o fim do mundo.

     Minha mãe revira os olhos e se encosta na parede ao lado da porta.

     – Como pode dizer isso? Minhas duas filhas saindo de casa ao mesmo tempo. Eu nunca pensei que esse dia chegaria! – Ela vem em minha direção e vejo lágrimas descendo por sua bochecha. – E você, meu bebê...

     – Mãe, a senhora poderá nos visitar quando quiser, não precisa disso. - Me aconchego em seu abraço.

     – Eu sei meu amor, mas é difícil saber que vocês não vão mais estar em baixo das minhas asas. E vocês sabem que Melbourne não é do ladinho de Sydney.

     – Sempre que o Stive estiver viajando, você será bem vinda para ir passar uns dias conosco. Não precisa ficar sozinha aqui.

     – Ta bom – Ela sorri fraco. – Mas quero que vocês saibam que a minha porta sempre estará aberta, caso mudem de idéia. – Ela se afasta limpando as lágrimas.

     ­– Nós sabemos!

     – Agora nós temos que ir. – Minha­ irmã fala impaciente, indo em direção a porta.

    – Hannah, não vai nem me dar um beijo? Que pressa pra se livrar de mim.

     Hannah caminha em sua direção, depositando um beijo em sua testa e abraçando logo em seguida.

      – Desculpa mãe, eu vou sentir muito a sua falta!- Me junto a elas nesse abraço, e tento conter as minhas lágrimas.
   
          Hannah se afasta e suspira, vejo que ela está se esforçando pra não chorar também.

         – Mas como você mesma disse, Sydney não é aqui do lado, já é uma hora da tarde, se sairmos agora, vamos chegar lá por volta das dez da noite. Eu começo amanhã de manhã no hospital e a Lia na escola nova. Precisamos descansar.

     Minha mãe revira os olhos e sorri.

     – Não sei porquê vocês deixam tudo pra última hora. A semana começa na terça pra vocês? Por que não foram ontem?

     – Não queríamos ter que nos despedir do Steve – ­Hannah da de ombros. – Eu sabia que ele iria viajar hoje, então resolvi esperar.

     – Assim que chegarem lá, me avisem, por favor. – Acentimos e saímos da casa.

      Me afasto enquanto vejo minha mãe parada na porta de sua casa, com a expressão preocupada no rosto.

     Mas eu estava tão feliz, como a anos não não me sentia. Liberdade, era essa a sensação, que explodia no meu peito.

     Entramos no carro e Hannah bate as mãos no volante dando um gritinhos de eufória.

     – Esse é o início de uma nova era maninha. – Ela para e me olha – Nossa casa, nossas regras!