Capítulo 7

364 41 110
                                    


     Acordei e já se passava do meio dia, Hannah não estava mais na cama. Me levanto e vou para meu quarto, pego um shorts jeans e um casaco preto, em seguida minha toalha e vou direto para o banho.

     Minha cabeça estava latejando, parecia que tinha alguém martelando sem parar, dentro dela. E isso não era nem por causa da quantidade de álcool que eu havia ingerido na noite anterior, e sim pelo o que havia acontecido enquanto eu voltava para casa.

     Tomo um banho bem demorado, passei a maior parte do tempo pensando. Lembrando o que havia acontecido e por um momento cogitei a ideia de que pudesse ter sido um sonho ruim, o meu pior pesadelo.. Até que eu vejo um roxo no meu braço, marcando bem o aperto de Steve.

     E sem perceber algumas lágrimas rolaram por meu rosto. Eu previsava parar Steve, eu tinha que contar para minha mãe o monstro que ele era, e o que havia feito comigo. O que ele me fez passae durante esses anos.

     Eu não aguentava mais viver com medo, viver fingindo que está tudo bem quando a minha maior vontade é sumir, fugir para um lugar bem longe de tudo e todos. Esse homem já prejudicou muito a minha vida e o meu psicológico.

     Durante muito tempo eu me cortei, por causa dele. Todas as vezes que ele mexia comigo, eu ficava com tanto nojo e raiva que acabava descontando em mim mesma, porque na minha cabeça, isso era culpa minha.

     Teve uma vez que estavamos num jantar com os sócios dele, eu usava um vestido rosa rodado que vinha até o meio das minhas coxas. Só usei porque minha mãe me obrigou. Ele passou a noite toda me lançando olhares maliciosos, eu já estava quase vomitando. Então eu fui no banheiro, quando eu estava fechando a porta, ela entrou bruscamente e a trancando atrás de si.

      Eu comecei a tremer, e fiquei sem reação. Então ele se aproximou do meu ouvido e disse que eu estava provocado ele. Antes que eu pudesse falar alguma coisa ele saiu.

     Peguei um copo e fui para fora da casa, chorando até soluçar. Joguei o copo no chão, peguei a ponta mais afiada e risquei na minha perna com muita força.

     Depois que você começa a se cortar com uma certa frequência, parece não sentir mais dor. E você quer sentir dor. Não sei se é porque a dor psicológica é maior, mas quanto mais tu se corta mais tu quer se cortar, a sensação de alívio que dá depois, é o que eu procuro.

     Mas nesse dia, eu cortei muito fundo, o sangue escorria pela minha perna, mas eu não ligava. Eu permaneci sentada no chão vendo o sangue escorrer, quando minha mãe se aproximou e me viu sangrando e com um caco de vidro nas mãos. Não foi difícil para ela juntar um mais dois.

     Depois daquilo eles esconderam todos os objetos cortantes da casa, tesouras, facas, até mesmo as chaves das portas, como se a qualquer momento eu pudesse tentar cometer um suicídio. Se bem que vontade nao faltava, e se eu realmente quisesse, tem outras formas além de se cortar.

     Sai do banho decidida que iria colocar um fim de uma vez por todas nas loucuras de Steve. Iria contar para minha mãe tudo o que ele fez, e ela como minha mãe vai ficar do meu lado. Ela tem que saber o mal que esse homem me fez, e o que ele quase fez essa madrugada.

     Se não fosse o Luke, eu realmente não sei o que seria de mim agora. Luke se mostrou um verdadeiro cavalheiro, não entendo o porque de Tom falar tão mal dele.

      Assim que saio do banho encontro Hannah na cozinha cantarolando na frente do fogão, enquanto mexia uma panela. O cheiro estava ótimo e eu morrendo de fome.

     - Qual a gororoba pra hoje? - Pergunto mas não obtenho resposta, os fones deviam estar no último volume. Pego um pano de louça do meu lado e jogo nela.

Monster Among Men  (L.H)Onde histórias criam vida. Descubra agora