2. ele tem que sair

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2. ele tem que sair

    Eu já tava bem acostumado com as pessoas falando que eu ia pro Inferno. A maioria das garotas falavam isso pra mim quando eu acabava dizendo a verdade pra elas. O que eu não entendia era como a verdade de eu não namorar me reservava um lugar especial lá, além de não entender como que todo mundo achava que Inferno existia. 

    Queria responder algo que eu tinha visto em um filme, que talvez fosse como uma sauna, mas a minha mãe tinha me ensinado melhor e eu não ia acabar tirando com a cara da guria só porque ela tinha fé em algo que eu estava longe de acreditar. Escolhi ir com o que fizesse ela continuar sentindo raiva de mim. 

     — Olha, eu realmente tentei te avisar...e isso não significa que a gente não possa sair mais vezes? Como amigos?

     A loira que tinha acabado de jogar o conteúdo de um copo cheio de chopp na minha cara e desejado que eu queimasse nos fogos do reino lá debaixo me olhou com olhos grandes e não estava acreditando. Eu não culpava ela, de verdade, nem eu acreditava nas minhas palavras.

     — Vai te f.uder, Aquiles! — Gritou, saindo e indo em direção a pista de dança acompanhada de duas amigas, uma que me jogou um olhar bem feio e outra que já tinha me passado seu número antes daquela cena toda começar.

     Eu sorri de lado pra guria que tinha me dado o número, levantando meu queixo e então vendo ela ir balançando a cintura e a bunda em formato de coração pra longe de mim. Voltando para o meu grupo de amigos, peguei o meu copo que estava com Vênus e levantei ele na sua direção e na de Luan. 

     Chopp pingava do meu rosto pro chão e eu só conseguia rir para os dois.

     Eles eram o mais próximo de amigos que eu tinha naquele momento.

     — O que que aconteceu pra essa piranha enlouquecer? — Vênus perguntou, acompanhando a minha risada e com a voz alta por causa da música que aumentava toda vez que abriam as portas pra pista.

      Apoiada no balcão do bar, deu uma olhada séria para um dos funcionários e eles jogaram uma toalha pra ela, que logo foi secando a minha camiseta que estava encharcada. Pelo menos não era uma das mais caras. 

     Pegando da sua mão, sequei meu rosto também, aproveitando.

     — Sei lá, — falei rindo — ela só não sabe a sorte de quem é minha amiga. 

      Fornecendo uma piscadela para Vênus, ela só levantou uma sobrancelha e sacudiu de leve a cabeça, jogando a toalha de volta para o cara do bar. Ela podia dizer qualquer coisa, mas ela sabia que era uma boa, principalmente porque ela tinha provado dos meus dotes mais do que qualquer outra pessoa. Podia se passar nas suas decisões, mas ela com certeza sabia como me agradar também, e era um acordo nosso. Era simples. 

     Pegando o meu celular, vi quantas horas adentro da madrugada já estávamos e fiquei encarando o número da amiga da loira. Dando de ombros, estendi o celular para Luan.

     — Aproveita e pega pra ti o número da outra. — Disse. Eu falei como se não me importasse muito, se bem que no final não me importava mesmo. Luan era um cara legal, mais legal que eu, por mais que fosse um pouco baixinho e tivesse uma beleza diferente. 

     — Nah, cara. To de olho em outra. — Segui pra onde ele examinava uma morena de cabelos curtinhos e corpo pequeno, em todos os sentidos. Ela estava com um vestido sem mangas e curto, só que era solto e mais parecia uma camiseta gigante. Eu assenti, era mais o tipo dele do que a amiga de cabelos compridos e roupas apertadas, só que isso não significava nada. 

Boa noite, Aquiles ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora