11. ela não consegue dormir de novo

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i n d i c a ç õ e s  p/  e s t e  c a p í t u l o: 

everybody loves you → charlotte lawrence

smoke & mirrors → demi lovato

i'm a mess → ed sheeran 



11. ela não consegue dormir de novo

     Eu estava indo até um restaurante. Usava um vestido solto e branco com um casaquinho por cima, salto alto e tinha prendido o meu cabelo de uma forma que minhas mechas não aparecessem tanto. Meu cérebro simplesmente comandando e meu corpo de acordo, o medo ficando maior a cada passo que eu dava para mais perto do lugar.

     Me sentia ridícula de novo, usada e podre. Mas eu fui, seguindo as informações daquela mensagem do meu ex sobre nos encontrarmos.

     Tinha sido uma mensagem simples, até, mas fazendo questão de dizer o jeito que eu tinha que me vestir, sabendo exatamente o que tinha no meu guarda roupa. Disse que tínhamos que conversar e que se arrependia de ter saído do apartamento do jeito que tinha feito.

     Eu não respondi, não querendo parecer desesperada demais para saber como que ele estava e também sabendo que ele detestava quando eu respondia rápido demais ou se quer respondia suas mensagens. Não sabia exatamente o que ele ia dizer, e não sabia o que esperar, também. Gostava de pensar que ele pediria perdão pelas coisas que fez eu passar, perdão por me manipular de um jeito e fazer eu pensar que não precisava perdoar nada.

     Entrando no restaurante, acenei para a recepcionista que tinha aberto a porta de vidro para eu entrar. Era um lugar chique, as mesas eram brancas e brilhantes, os pratos de salada dispostos com os garfos de prataria perfeita faziam toda a visão ser pura e limpa.

     Era um restaurante de comida italiana, a recepcionista informou conforme me questionou se já tinha ido lá. Respondi que não, e ela foi me contando os detalhes do menu de só quatro pratos clássicos, os vinhos e a salada e a sobremesa que faziam parte daquele dia. 

     — A senhora vai esperar alguém ou jantará sozinha? — Me perguntou, ajeitando com os braços magros e longos o vestido preto que usava. Ela era incrivelmente elegante, e o pensamento de que o modo como eu estava vestida fazia eu ser parte da decoração me veio a cabeça.

      Limpando a garganta, agarrei com mais força a minha bolsa. — Eu vim encontrar alguém. A reserva deve estar no nome de  "Lucas". 

     Os seus olhos abriram um pouco, em surpresa, e a sua boca também. Ela me examinou, e então levantou um lado da sua boca, juntando as mãos na sua frente. — O senhor Lucas disse mesmo que esperava alguém para uma reunião. Me acompanhe, por favor. 

      Eu encarei ela sem conseguir expressar o quão confusa estava. Sentia como se estivesse quebrando o meu corpo em pedaços e a noção de que eu estava fazendo de novo tudo o que ele pedia enchia meu coração com desgosto. Eu voltei para a caixa imaginária e sufocante, com o meu corpo apertado, os braços quebrados e o peito sendo pressionado com força a ponto de não me permitir respirar.

      Seguindo ela, senti a minha testa começar a ganhar algumas gotas de suor, e ao ver ele conversando com um garçom, com um sorriso no rosto, fui até ele no automático.

       A recepcionista nos deixou, o garçom me ajudou a sentar na sua frente, e meus olhos começavam a marejar, me culpando por ter estragado tudo e ao mesmo tempo sabendo que eu estava sendo fraca por causa dele. Nem tudo era a minha culpa, mas eu sentia como se fosse.

Boa noite, Aquiles ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora