10. ele não quer ela no grupo - pt.2

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n o   c a p í t u l o   a n t e r i o r:

Dando um abraço de lado neles dois, me apresentei pro novato e ele confirmou, só pelo jeito que falava sobre estar ali a convite de Vênus, que realmente ia sair daquilo sofrendo. Não tive coragem de contar nada pra ele, e aceitei logo de cara o copo de whisky que Luan me ofereceu. Com cada gole desejei que a clareza sobre o que fazer viesse, assim como a tontura e aquele sentimento de que eu era capaz de fazer o que ninguém esperava de mim.


10. ele não quer ela no grupo - pt. 2

     Mas com esse mesmo gole que eu tomei, exclui aquele pensamento. Pessoas não esperavam de mim as mudanças e tinham razão em pensar assim, tinham razão em ficarem decepcionados depois de conversas e aquela bobagem toda. Eu não ia mudar. Coisas simplesmente não aconteciam comigo. 

     Balançando a cabeça, virei o resto do copo, recebendo uma risada de Luan e os olhos arregalados do novo guri. O garoto provavelmente não estava acostumado com bebida pelo jeito que ele bebericava pequenos goles de cada vez. Eu ri dele quando tentou beber um pouco mais e me imitar, mas não conseguiu. 

      — E aquela tua guria, não vai aparecer? — Perguntei para Luan, fingindo querer saber, mas na verdade puxando papo para que ele me servisse de novo um pouco mais de whisky. 

      — Bah, não... — Começou, mexendo a cabeça de um lado para o outro e com o rosto retorcido. — Descobri uns podres dela, e pior que ela parecia ser uma guria tri legal. 

       Quando ele disse isso Vênus entrou na cozinha, colocando uma mão no ombro do outro guri e apoiando a cabeça onde o tocava. Possuía um sorriso sinistro no rosto, quase imperceptível, mas ainda ali, e eu não precisei raciocinar muito para entender que ela que tinha achado os podres da guria e feito Luan perceber. 

     — Que podres? — Ela perguntou, fingindo inocência. 

     — Umas histórias dela... sei lá, não quero falar. — Luan levantou os ombros, e eu levantei o copo até a minha boca, tomando todo o whisky que ele tinha me servido. 

      — Vamos mudar de assunto então. Que que vamos fazer depois daqui? — Eu perguntei, não querendo saber direito da história e nem do que Vênus tinha feito. 

       A minha amiga começou a falar então sobre os planos da noite, como ela tinha convidados mais algumas pessoas ali para o apartamento e que provavelmente iríamos para a Cidade Baixa logo depois. A mesma rotina de todas as sexta-feiras, basicamente, e eu só concordei conforme ela foi dizendo mais coisas. 

      Bebendo e sem realmente prestar atenção, peguei meu celular para ver se possuía novas mensagens. Algumas apareceram na tela bloqueada, e eu passei o dedo pelas notificações e não encontrei o nome de Lívia. Pensei em mandar uma mensagem para ela, avisando que ia sair, que não chegaria cedo em casa, mas não fiz nada. 

      Não entendia a necessidade de comunicar ela, e sabia que ela iria me ignorar caso eu enviasse algo. 

      Coçando os olhos, peguei a garrafa do whisky do balcão e fui até a sala, deixando os outros conversando sozinhos e escolhendo beber direto do bico. Guardei meu celular no bolso da frente da minha calça, e abri a tampa da garrafa, virando o conteúdo direto para a minha garganta e querendo que a quantidade fornecesse a queima. 

Boa noite, Aquiles ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora