Dominante

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Música: Aqualung - Lucy Schwartz

"É animal, irracional, não há palavras para explicar, ela deseja me dominar."

O vento frio da manhã passava pelas árvores e fazia surgir uma melodia um tanto macabra, mas que não estava incomodando Lua, muito pelo contrário. Naquele momento, de volta a sua forma humana, suja com o sangue do homem que ela tirou a vida, ela se sentia macabra como aquele som produzido pelo vento frio que a arrepiava.

Seus sentimentos estavam uma bagunça, havia a sensação de alívio por ter abatido um inimigo, mas também havia o pesar por ter matado um ser vivo. Aquele homem decretou a caçada pelo herdeiro alfa, merecia morrer, mas seu lado humano a estava fazendo sentir culpa, tanto, que o combate entre suas duas vidas, a humana e a animal, a enfraqueceu de tal forma que ela caiu ao chão, já não conseguindo caminhar pela mata densa. – Tem algo errado comigo.

"Está gastando muita energia para lutar contra as minhas vontades."

– Eu não deveria, mas estou sentindo, sim, culpa por ter tirado uma vida.

"Aquele vira-lata não merece seu sentimento humano. Acha que se ele te encontrasse o que faria contigo? Lua, doce humana, não seja estúpida, ele arrancaria a sua cabeça assim como você fez com ele."

– Você me controlou, me fez agir como uma sádica quando eu só desejava o matar.

"Ah, foi tão divertido mata-lo e depois fazer aquela cena toda. Imagina o pavor de quem o encontrou."

– Você é tão monstruosa. – Lua sussurrou e deitou de barriga para cima, acariciando seu ventre.

"Lua, nesta guerra o mais forte e cruel vencerá e garanto que não permitirei que seja a bruxa ou qualquer outro que cruzar o meu caminho."

– Não quero ser assim, mesmo que eu saiba ser necessário.

"Desligue seu lado humano e me deixe assumir."

– O que?

"Exatamente isso que ouviu. Sua instabilidade humana pode colocar tudo a perder e isso não pode acontecer. Lua, há a escolha de você deixar o seu espirito animal assumir seu corpo permanentemente ou enquanto for necessário. Se acha que vai continuar sendo tão instável e beirando uma fraqueza patética, aconselho-te a me deixar dominar teu corpo."

– Quer usurpar minha vida?

"Se você não ficasse alternando eu não precisaria pensar nesta saída. Uma hora você é tão forte, na outra é tão ridícula que tenho vontade de te calar para sempre e te impedir de continuar fazendo merda."

– Nem pense nisso! O corpo é meu, você não pode me colocar para ser uma mera expectadora.

"Não acha que eu seria mais racional que você? Primeira coisa que eu resolveria é esta união com o Yoongi, trataria de me casar logo e assumir junto com ele o controle da alcatéia, depois matava o Jeon e aquela bruxa, pois já estou cansada deles."

– Não! Acha que eu viveria como se fizesse isso? O Jeon é o pai do meu filho, não pode matá-lo.

"Então acho melhor você parar de me tornar vulnerável, ou me tornarei dominante nesta casca humana."

– Não me faça te odiar. – grunhiu raivosa para a loba, que riu.

"Sou parte de ti, não odeie algo que te mantém viva e que pode tirar sua vida no momento que quiser."

– Como pode ser tão cruel?

"As minhas vidas me ensinaram isto. Agora, se não quer que o Jeon te ache, acho melhor voltar a caminhar."

O Filho do Alfa Onde histórias criam vida. Descubra agora