O Filho do Alfa

A Cabeça do Inimigo

Música: Imagine Dragons – Natural

"Mesmo que no fim você morra, lute até seu último suspiro."

──  Olha quem eu trouxe para te ver, Lua. ── Akyla sorria feito uma sádica, divertindo-se com o choque de Lua, a qual estava estacada no lugar. ── Kalena, esta é a sua filha, por quem você lutou tanto. ── Passou a mão pelos cabelos de Kalena, como se a alfa fosse um cachorrinho.

Lua rosnou.

── Pense bem no que você fará, eu posso matar sua mãe em um piscar de olhos.

"Alguém me segura para eu não esquartejar essa vadia!"

Lua ouviu Eliá dizer e até sorriria se fosse em outra ocasião. O que faria? Depois de tantos anos estava cara a cara com a mãe biológica, a quem ela nunca conheceu. Como poderia se manter inabalável diante disso? Sabia que uma hora Kalena seria usada, só não esperava que fosse tão rápido.

── Volte a forma humana, Lua. ── Akyla pediu e mesmo sabendo que era um erro, Lua voltou a forma humana.

── O que você pretende? Olhe em volta, meu povo dizimará o seu.

── Eles são apenas uma distração, querida. O motivo de eu estar aqui é você, trago algo que te interessa. Como é viver uma vida com pessoas que você acredita serem seus pais e, então, ver tudo mudar? Como é saber que sua mãe te salvou, mas foi capturada naquela triste invasão?

── Pare de rodeios, Akyla! ── Ordenou.

── Sabe, eu tenho uma história interessante para te contar. Tenho muitos motivos para querer te destruir. Te matar me tornará ainda mais poderosa e eu terei o meu lado bruxa liberto, mas hoje estou pagando uma promessa que fiz.

── Que promessa? ── Lua franziu o cenho, alerta a todos os movimentos da inimiga.

── Prometi a minha mãe, no leito de morte dela, que acharia o homem que a abandonou. Ela jamais superou o que o seu pai fez, perdeu a capacidade de amar outro homem, não amou nem o meu pai, e quando não suportou, se entregou à morte. De lá para cá eu tenho buscado muito mais do que matar o Alfa especial. Encontrei a Kalena, me uni ao povo do Norte e traria o povo de Busan para os meus planos se você não tivesse atrapalhado tudo. A maldita história se repetiu, você fez comigo o mesmo que sua mãe fez com a minha!

── Você é doente, Akyla.

── Não, querida, sou vingativa. Sabe por que a Kalena está aqui? Porque eu quero que você veja quando eu a matar. ── Lua arregalou os olhos e apertou as mãos com tanta força que sentiu as garras furarem a sua pele.

── Ela não tem culpa! Mate-me no lugar dela!

── E perder o gosto de ver você sofrendo? Impossível. Kalena, ajoelhe-se. ── Por estar presa em um feitiço feito por uma das amigas de Akyla, uma bruxa de magia obscura, Kalena obedeceu piamente a ordem.

── Kalena, não! ── Lua gritou, mas não adiantou.

── Veja o que vai acontecer com sua querida mãe, Lua. ── Akyla se colocou atrás de Kalena, segurou a cabeça dela de modo que o pescoço ficasse exposto e deixou as garras romperem seus dedos, prontas para rasgar a garganta de Kalena.

── Mãe! ── Lua começou a gritar e nesse instante a sua voz rompeu o feitiço que a bruxa havia posto em Kalena. Por ser a soberana dos Alfas, a conexão de Lua era ainda mais intensa com eles e Eliá sabia disso.

── Não adianta gritar, meu bem. ── Akyla riu e Lua viu o exato momento que Kalena voltou ao controle do próprio corpo e, em um movimento rápido, passou as garras na barriga de Akyla, que cambaleou para trás, sem acreditar que havia sido atingida. Lua correu até a mãe e a tomou em seus braços, dando-a um abraço apertado. ── Vadia! ── Sangrando, Akyla correu até Lua e a mãe dela.