Cartas para o Papai Noel

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— Papai. – Soya disse com urgência antes de ir dormir.

— O que foi, Soy?

— Você tem que levá-los para o Papai Noel. – ela saiu da cama de nuvens e foi até a mesa em seu canto, abrindo a gaveta de cima. Havia um punhado de cartas lá dentro, e ela as jogou nos braços de Jungkook. — Por favor? Para que ele possa pegá-las hoje à noite?

— Pode deixar, Soy. – disse com um sorriso, ele a deu um beijo de boa noite.

Hoseok estava dormindo no quarto de hóspedes em algum lugar, Seokjin e Yoongi estavam sentados muito perto no sofá, e Jimin estava sentado na mesa da cozinha, folheando uma revista.

— Hey... – Jungkook disse suavemente, apertando um beijo na bochecha de Jimin enquanto se sentava ao lado dele.

— Hey! – Jimin recitou timidamente, suas bochechas estavam tipicamentes rosadas. — O que você tem ai?

— As cartas que a Soya fez para o Papai Noel. – Jungkook as espalhou. — Eu já tenho o presente dela, mas eu acho que não machuca ninguém ver se há alguma coisa que eu perdi, então talvez eu consiga dar em outra ocasião? – Jimin acena.

— Você vai abri-los?

— Sim. Vamos folhear alguns deles. – Jungkook abriu aquele que era o mais antigo. — Querido Papai Noel... – ele começou a ler em voz alta. — Nós temos um vizinho chamado Jimin... Ela soletrou seu nome terrivelmente errado. – ele acrescentou com uma risada, fazendo Jimin rir também. — Ele é muito bonito. Eu espero-

Jungkook se interrompeu. Soya havia escrito: espero que meu pai se apaixone por ele, porque ele é muito bonito e legal.

— O que? – perguntou.

— U-uh... Vamos abrir outra. – Jungkook disse rapidamente, fechando novamente o envelope. As próximas duas cartas que ele abrira diziam basicamente a mesma coisa; a única exceção é que em uma delas ela também pediu uma bicicleta vermelha.

— Jungkook, o que há de errado? Por que você não está lendo nenhum deles? – Jimin estava confuso. — O que está escrito?

— Nada. – Jeon não sabia por que isso estava o perturbando tanto, ele acabara por recolher as cartas. — Eu estou apenas indo para, uh, irei colocar isso em outro lugar.

— Jungkook, o que está acontecendo? – não era do seu fetil agir daquela maneira, Jimin sabia disso. — O que está escrito para que você tenha ficado tão chateado? Fale comigo, vamos lá. – Jungkook correu uma mão frustrada pelos seus cabelos.

— Solte isso, Jimin.

— Soltar isso? Você trouxe eles aqui!

— Eu disse para você soltar!

— Por que?

— Porque ela escreveu que ela quer que eu me apaixone por você, e eu acho que já estou apaixonado! – Jungkook gritou, e imediatamente se arrependeu de ter feito isso. Jimin ficou pálido. Seokjin e Yoongi estavam olhando para ele da sala de estar, e o pior de tudo, seus gritos haviam despertado Soya, ela estava espiando para fora do quarto, parecendo sonolenta e confusa. — Eu não posso fazer isso agora. – a voz de Jungkook soou exausta e, sem pensar duas vezes, ele contornou Jimin, calçou um par de sapatos, colocou um casaco e saiu.

— Papai! – Soya chorou atrás dele, prestes a sair do apartamento apenas com seu pijama e os pés descalços, mas Jimin rapidamente a pegou primeiro. Ele a levantou em seu quadril, tentando consolá-la quando ela começou a chorar. — Onde ele foi? – ela começa a soluçar. — É minha culpa que ele saiu!

— Não, Soy-Soy, não, não é. – Jimin disse imediatamente.

— Ele leu m-minhas cartas! – Soya estava começando a passar do choro para a hiperventilação muito rapidamente. — E-e-ele  está indo embora assim como m-meu outro papai!

— Soya, querida, não, ele não está. Ele só precisa de um tempo sozinho, huh? – isso não ajudou, Soya apenas chorou ainda mais, e chegou a um ponto em que ficou claro que suas lágrimas estavam rapidamente se transformando em um ataque de pânico. Jimin, sem saber o que fazer, correu para o quarto de Hoseok e apertou o botão. Hoseok grunhiu em resposta. — Hoseok, Soy está tendo um ataque de pânico e eu não sei o que fazer. – disse desesperadamente, soando perto das lágrimas. Incrivelmente embora ele estivesse meio adormecido, Hoseok se levantou e caminhou em direção ao som dos gritos de Soya.

— Ei, Soy, está tudo bem, eu estou aqui, está tudo bem. – ele cantarolou para sua sobrinha, ajoelhando-se na frente dela. — O que aconteceu? – ele perguntou a Jimin, Hoseok se levantou para molhar uma toalha, em seguida a pressionando na testa de Soya. — Onde está o Jungkook?

— Ele saiu... Ele estava chateado. Eu-eu... –  Jimin não conseguia falar. — Ela vai ficar bem?

— Sim. – Hoseok levantou Soya em seu colo. — Preciso que você se acalme, Soy. Respire fundo para mim, sim? Olhe como eu estou respirando, faça como eu, Soy. – ele exagerava sua respiração até que as respirações de Soya também estivessem normais. — Muito bem, Soy-Soy. – ele beijou seu nariz e ela soltou uma risadinha cansada.

Jungkook estava com frio e com raiva de si mesmo.

Ele estava perto de um lago, não muito longe do apartamento, imaginando por que ele havia dito o que disse a Jimin. Ele estava envergonhado, e sabia que Soya provavelmente também estava chateada com ele, então mentalizou ir para casa e pedir desculpas.

Jimin provavelmente iria terminar com ele, ele sabia que afinal, eles só estiveram juntos algumas semanas. Como ele poderia amá-lo?

Jimin não poderia amá-lo. Era tudo muito confuso.

icicle » jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora