Introdução - Um Passado de Respeito

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Meu nome é Elfric, fui um guerreiro numenoriano e esse é meu relato da invasão do senhor do escuro a Eriador em sua busca pelos dos Anéis de Poder.

***

Sou atualmente um guerreiro aposentado do grande exercito de Númenor, vivo na região de Hyarnustar, minha terra, onde vivo agora com minha família na minha casa de campo perto de um bosque. Sempre recebendo bons ventos e a calma a qual me faz esquecer cada momento de terror que presenciei na Terra Média.

Uma boa terra, minha casa é feita de pedra, temos plantações e vinhedos, clima agradável com um verão com bons ventos e inverno frio onde passamos nos aquecendo no fogo das lareiras. Penso que tenho sorte, muita sorte, por terminar meus dias aqui em uma das melhores regiões da grande terra da estrela. Númenor é minha paixão, mas só depois da minha amada esposa e filha.

Mas nem sempre fui assim, agora tenho mais de sessenta invernos de idade, vivo em tempos de paz. Mas houve um dia em que meu coração era tão numenoriano como de qualquer jovem que gostaria de se aventurar nas grandes terras ou sonhar em ir a Valinor ter com os valar. Agora estou velho. Ainda assim, continuo viajando. Em uma dessas viagens até Armelenos, entrei em uma biblioteca, um jovem estava compilando as histórias dos guerreiros, pois haviam muitos reis em Númenor com o passar dos tempo, e deles, havia muitas histórias de seus feitos e conquistas. Mas esse jovem fazia um relato de guerreiros, o que me enfureceu, um rapas que ao que via, nunca havia levantado um escudo ou afiado uma espada. Sou velho, mas meu temperamento sempre foi forte e raiva vinha rapidamente, mas sou sábio em julgamento.

Rasguei todo o trabalho que ele havia feito, o que deixou o garoto em lagrimas. A raiva me tomou de novo, então com minha mão ainda forte ainda que velha o derrubei da cadeira o esbofeteando.

- Essa pequena ovelha é um guerreiro? Com que direito ele tem para escrever de algo que nunca fez? - Gritei alto dentro da grande biblioteca.

Guardas vieram correndo, alguns curiosos entraram pela porta e outros que também escreviam. Dois guardas com lanças viera e virei para eles.

- São guerreiros de verdade? - perguntei.

- Somo guardas e não permitiremos brigas e gritos dentro da biblioteca, saia ou será preso. - um deles respondeu.

- Aposto olhando para o rosto limpo de vocês, que ainda nem fizeram a primeira viajem de navio.  -Os dois se olharam sem jeito, mas mantiveram a postura.

- Senhor peço que se retire! - Ele respondeu, agora com medo e respeito, sabia quem eu era. Então virei para o escritor ainda no chão e falei:

- Você irá a minha casa, prepare seus pergaminhos, tinta e limpe esse sangue, aprenderá muito para que possa ensinar depois sobre quem realmente fazia a diferença. Logo retornarei aqui e partiremos.

Ele entendeu rápido, mas vi em seus olhos algo a mais, ele havia passado do medo a obstinação em momentos, havia gostado da ordem.

- Entendeu!?

- Sim senhor, em pouco tempo estarei pronto.

Então, ele se levantou e saiu correndo para seus aposentos. No dia seguinte, cheguei em casa de carroça, trazendo consigo vários pergaminhos e o escritor. O fiz cortar muita lenha, cuidar das plantações e arrumar cercas para ver se ainda estava disposto, mas ele não desistiu. Em uma tarde, preparei um café, fumei meu cachimbo com ervas trazidas pelos elfos e o esperei com minha velha armadura, espada, arco élfico e escudo no gramado sob uma parreira. Ali, comecei o relato de tudo que presenciei.

Venho relatar o período da Grande Guerra da Traição, ou a guerra pelos Anéis de Poder. Não sou um poeta, não sou um bardo; sou apenas um soldado que obedecia às ordens, sentia medo e dor, e que colocava o dever acima de tudo. Tinha um grande amor pelo mar, rezava aos deuses do outro lado do mar, aprendia a manejar rapidamente qualquer tipo de arma. Mesmo assim, foi no meio da morte e ao se ver diante de tamanho terror que aprendi a valorizar a calmaria das terras de Númenor.

Posso dizer que minha carreira militar começou aos treze anos. Em casa, meu pai me treinava com espada e escudo, onde pude conhecer o peso, o fio e como tratar o valioso metal de Númenor. Sua lâmina se comparava à das lâminas élficas trazidas da Guerra da Fúria há muito tempo atrás. Assim, aos quinze anos, por indicação do meu pai, fui chamado para integrar a marinha.

O trabalho duro nunca foi um problema para mim. Eu limpava navios e seguia cada instrução que um marinheiro deveria ter: ataques repentinos ao desembarcar, escudos defensivos, arco, fabricação de flechas e manejo de várias lâminas. Os soldados de Númenor não eram apenas marinheiros, mas também construtores, batedores, treinados para enfrentar pequenas escaramuças, grandes batalhas seja no mar ou terra. Parti aos vinte anos para o mar, passando muito tempo no meio do grande vazio das águas. Rezei a Ulmo e Uinen, como qualquer marinheiro, temendo Osse e suas correntes marítimas traiçoeiras. Pedia a Manwe por bons ventos e a Tulkas que incendiasse meu coração e fortalecesse nossos remos. Também prestei homenagens ao grande herói Turin em sua colina pequena no grande mar, o único lugar que não afundou na antiga região de Beleriand.

Até então, consegui seguir a carreira de marinheiro e guerreiro como qualquer outro cidadão de Númenor. Orgulhava-me de estar no mesmo nível que os demais; minha estatura permitia levar a cabo qualquer tarefa. A prática deixava meus músculos cada dia mais fortes, desde carregar escudos, treinar com armas até puxar cordas do navio ou remar em uma calmaria. Embora o serviço prático estivesse sempre presente, os cartógrafos do navio nos ensinavam sobre a história do mundo e compartilhavam notícias com outras tripulações.

Agora que me conhece um pouco mais, posso seguir ao relato em si.

A Guerras de EriadorWhere stories live. Discover now