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(1990)

Minha vida piorou desde que minha mãe ficou doente, ela está com câncer em estado terminal. Ela sempre se cuidou bem,  mas desde que meu irmão morreu, há quase dez anos atrás,  ela começou a não se cuidar. Até que um dia, eu estava com ela na sala, ainda pequena e ela desmaiou, eu chamei meu pai e lá estava o diagnóstico. Ela operou 5 vezes desde então,  fez quimioterapia e radioterapia. Tudo que a medicina tinha,  foi testado e nada adiantou. Meu pai, a alguns meses voltou a beber, ele não aguenta vê minha mãe do jeito que está e tudo sobra para mim. Às vezes fico dias sem comer em casa, e acabo almoçando na escola e a noite vou para casa da minha madrinha.
O sol está brilhando do lado de fora, da janela do meu simples quarto. Me levanto devagar, ainda é muito cedo, mas meu pai do jeito que ele foi dormir eu aposto que ele não cuidou da mãe.  Vou até o quarto deles a levo para o banheiro, depois dou a comida e depois a deixo dormir mais. Vou para o terreiro cuidar das minhas coisas. Cuido dos animais, e só depois tomo meu café da manhã e vou então para o primeiro dia de aula. Chego na escola, depois de andar quase cinco quilômetros, a escola é no terreno do banqueiro de São Paulo. Ele tem um grande terreno e lá, ele abriu a igreja e a escola. E está construindo um posto de saúde. Há também uma mercearia  do lado do seu terreno. Quando chego na escola, vejo minha melhor amiga. Nos conversamos até a professora chegar, nossa turma ela é mista, ( ou seja, dentro da mesma sala de aula, há alunos de várias séries escolares. Na sala da Pérola, ela é do 1° ano do Ensino Médico. Mas, a sala dela são todos os anos do Ensino Médio. Na época, anos 90, se fala segundo grau. ). Pérola é do primeiro ano e a Maria Alice é do primeiro ano também. Quanto a professora Gabriela, chega. Depois da aula, volto para casa, quando chego lá meu pai está nervoso... A minha mãe ficou ainda mais doente e foi para a capital Paulista, mas como meu pai não tinha dinheiro para ir junto,  ela foi sozinha.

Dois dias depois

Recebemos a notícia que minha mãe acabou falecendo, o corpo dela é trago de ambulância para a nossa casa, onde nós velamos e enterramos no dia seguinte, no cemitério público. Meu pai está ainda mais nervoso, ele desde então não para mais de beber. Ele não consegue trabalhar e todo o sustento, veio parar nas minhas costas. Com tudo isso,  abandonei a escola para poder trabalhar na roça e vender às coisas na cidade maior do interior onde moramos.  Assim é a minha vida até completar um mês da morte de minha mãe. Acordo todos os dias, com o sol ainda em silêncio, na madrugada. E durmo depois de meia noite todos os dias. Meu corpo está cansado e minha mente também,  mas trabalhando tanto, eu não consigo pensar na minha mãe. Acabou que nesses dias, de luta contra o câncer, agora nesse momento está sendo o mais tranquilo. Até que um homem alto, forte, bate na porta.

-Senhorita, o seu pai se encontra? - diz arrogante, ele se porta muito bem e com a roupa impecável.

-Ele está no bar,  moço. Mas, posso ajudar em algo? - digo curiosa.

-Não. Vou ir atrás dele. Obrigado e tenha um bom dia! - ele de vira, entra no seu carro e vai em direção ao bar.

Volto para minha casa  e começo a fazer o almoço. Hoje será arroz e sopa de macarrão novamente. Legumes e verduras eu vendo na cidade. Depois limpo a casa e fico cansada. Tomo um banho e vou na casa da Maria Alice.
Meu pai vai até a casa dela me chamar. Ele está muito bravo e não diz nada durante todo o trajeto, quando entro na sala, ele sem olhar nos meus olhos, exclama:

-Arruma suas coisas. Agora você vai morar em São Paulo.

-Na casa de quem?

-Faça o que eu mando. Você tem uma hora, para arrumar tudo.

Sem questionar mais nada, faço o que me manda e logo depois consigo juntar tudo que é meu na minha casa, que são muitas poucas coisas. Às 21 horas, com o céu escuro pela noite, saio de casa com o meu pai, chegando  perto da minha  escola, uma carro preto se aproxima de nós. Um homem desce e vem em nossa direção. Ele vem seu aproximando da luz e o reconheço, é o homem mais rico da região, um grande bancário.

-Filha, espero que um dia você me perdoe por  tudo que estou  fazendo, creio que isso é o melhor para você agora, não tenho condições de cuidar de você mais. O senhor de meia idade pega minhas coisas e os coloca no seu carro, com ignorância. Depois segura o meu braço, e me coloca dentro do carro. Conversa com o meu pai e depois, entra no carro, o liga e nós vamos para longe. E a minha  casa fica cada vez mais distante. 

Nota da autora: Querido leitor, espero que tenha gostado do primeiro capitulo, Gostaria da interação de você comigo. Comente o que está achando, curta e marque os amigos... e porque não também  não compartilhar? Sua opinião é importante para o seguir da história! Em breve teremos mais capítulos!!! 

"Imagine uma nova história para sua vida e acredite nela." ( Paulo Coelho)

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