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Alguns meses depois...

É um dia antes do aniversário de 30 anos do Márcio. Ele e Pérola estão empenhados na festa, que ele vai ter para comemorar! Afinal, um ciclo se fechou e irá começar outro... Márcio convidou amigos, sua família, colegas do trabalho e irmãos da igreja onde eles congregam.

***

Saio do trabalho, e está uma tarde chuvosa. Entro no carro e vou para o caminho que me levará até a casa da Anne, minha cunhada. Hoje nós iremos jantar juntos na sua casa, Márcio irá se encontrar comigo lá. Dirigi com cuidado, coloco uma música bem baixinha, e olho a movimentação da rua deserta. O caminho que estou fazendo, nesse horário está sempre com movimento, mas hoje tem poucos carros e pessoas na rua... Olho no meu retrovisor e a uma moto e seguindo, resolvi não parar no sinal e sigo direto, e ele me segue, há duas pessoas na moto. Meu coração despara e mudo a minha rota, para uma estrada mais movimentada. E o motoqueiro continua a me seguir. Até que consigo despista-los depois de meia hora de perseguição. Não sei onde estou, por isso ligo o GPS.
Ele me mostra um caminho, que chegarei na casa da Anne só daqui a duas horas.
Eu estou um pouco ansiosa pelo o que aconteceu e resolvo ir logo para a casa dela... Faço um caminho que nunca tinha feito, e olho com atenção tudo. A chuva diminui um pouco e os raios e trovões também param, já estou dirigindo há uma hora. Quando vejo uma mulher deitada caída no chão. Eu paro o carro pois algo me chama a atenção. Me aproximo e chamo a Polícia e também o SAMU. Com ela há uma bebê. Volto no carro e pego uma manta que carrego comigo, pego a bebê e a enrolo e a sua mãe, eu a tiro da chuva. Logo, a ajuda chega. A senhora, magra, de 1,60, com os cabelos pretos e olhos grandes como se fossem duas jabuticabas. Acompanho elas até o hospital, no caminho ligo para o Márcio. Ele resolve me encontrar no hospital.

Quando chego, recebo a notícia que a mãe acabou falecendo no caminho e a bebê está na UTI, está com uma leve desidratação e alguns machucados de assadura.
O enfermeiro disse que a senhora, pediu para eu cuidar da bebê para ela, antes dela falecer. E só então percebo que a bebê acabou de virar órfã.
Márcio chega e eu o conto como tudo aconteceu, estamos em um hospital público, e que os leitos já estão lotados e a bebê não terá tudo que precisa. Conversamos com o Delegado responsável e também todos os envolvidos e a transferimos no mesmo dia para um hospital melhor equipado e particular.

Agora a bebê está no poder da justiça. E está lutando para sobreviver. Voltamos para casa, mas meu coração continuou com a bebezinha. E passo a noite toda acordada. É estranho, pois eu senti uma ligação tão forte com a bebê..Nunca sentiu nada parecido com isso antes!
Pela manhã, faço o café da manhã, deixo aqui mesa linda. Coloco uma música bem baixinha,pego uma caneca e faço chá. Hoje o dia está como ontem, chuvoso e frio. Fico nos meus pensamentos e sinto Márcio me tocar por trás, me despertando...

-Bom dia, meu amor! - Ele diz e nos beijamos.

-Bom dia!

-Você não dormiu hoje né?

-Pois é. Não consigo parar de pensar naquele bebê...

-Eu também não. Foi estranho como tudo aconteceu.

-Você sabe que se ela não tiver ninguém, ela vai para a adoção.

-Sei.

Olho para ele..E ele entende meu olhar. Ele se senta do meu lado, nos viramos um para o outro.

-Você quer mesmo?

-Quero. Eu senti uma ligação com a bebê. Nunca senti isso antes.

-Você a adotou no seu coração. Eu também me apaixonei por ela. Vamos fazer o seguinte, você vai depor. Aí a gente paga o funeral da moça e vamos depois, nos colocarmos. Para que eles saibam que queremos a bebê.

-Esta falando sério? - Pergunto chorando.

-Claro!

-Obrigada. Obrigada por ser assim. Por ama-la também!

Nós nos abraçamos e choramos juntos.

***

Depois do café da manhã nós saímos... Márcio leva Pérola, até a delegacia e fazemos tudo que combinamos. Depois, vamos visitar a bebê que parece outra. Esta corada, e está mais disposta.
Ela é tão linda! Conversamos com todos e marcamos uma reunião. Para hoje depois do almoço.

***

Vai ser assim: A bebê não tem parentes. Ele não encontraram nada sobre ela. Ela não tem documentos. A bebê tem 3 meses.

Então, somos os únicos candidatos a adoção dela. A equipe do Conselho Tutelar irá nos visitar e ver como é a nossa casa. Teremos uma conversa com a Psicóloga. E se tudo dar certo, quando ela sair do hospital, já teremos a adoção dela em mãos. ( Isso é na história, na vida real não é assim ).

***

E assim foi feito. Duas semanas depois, nós tínhamos o papel da adoção. E fomos até o juiz, e a guarda é total nossa. Márcio faz a certidão de Nascimento. A pequena se chamará Nina Medeiros Muniz. Pai: Márcio Muniz. Mãe: Pérola Medeiros Muniz.
A data de nascimento será: 05/02/2003. Cidade: São Paulo - SP.

Depois de quase três semanas internada, chega a data aproximada dela recebe alta. Por isso, Pérola, sua sogra e cunhada saem para irem às compras. Pérola compra tudo que um bebê precisa e um pouco mais. Ela também está ganhando muitos presentes para a Nina.

Depois de três dias, tudo está pronto para receber a pequena Nina

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Depois de três dias, tudo está pronto para receber a pequena Nina. Ela recebe alta e vai para casa, onde seus avós, tios e primos a esperam para recebe-la. Ela da lindos sorrisos e todos ficam encantados com ela.

-Pérola: Agora a nossa família está completa. Só faltava ela.

-Márcio: a nossa filha.

A noite todos vão embora, dou um banho nela, já me acostumei com meus sobrinhos mais novos... Então não sou muito desajeitada. O Márcio coloca a roupinha e depois ele da o leite para ela. Ele está em pouco tenho, se tornando um paizao.
Eu tiro licença maternidade do trabalho, vou ficar 6 meses em casa com nossa princesa! A noite ela estranha a casa e acaba dormindo com a gente não cama. Acorda duas vezes para mamar. Ela é esfomeada, devido ter passado fome, ela é descontrolada para comida. A médico explicou como temos que fazer.
Esta tudo tão bom, tão perfeito que parece um sonho. Um sonho que eu não quero nunca mais acordar.

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