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Abril - 1996

Chego da Inglaterra, cansado mas feliz por eu estar voltando para casa. Lá,  ocorreu tudo bem, aproveitei bastante os negócios e fiz novas amizades no meio dos advogados. Confesso que ligava pelo menos, três vezes ao dia para ter noticias da Pérola. Espero que ela não tenha piorado...
Sinceramente não sei se suportaria ve-la sofrer ainda mais. Confesso que esse ano, ( 1996 ) não está sendo nada fácil!  Já estamos em Abril, e eu não vi os olhos lindos da Pérola. Não ouvi a sua voz. Tenho tanta Saudades dela, do seu jeito de ser. Até das nossas brigas eu sinto falta.
Vou do Aeroporto para o hospital, para ve-la. Ela está aparentemente mais cansada. Mais inchada... E isso me preocupa. Converso com ela, conto como foi a viagem. Mas ela não reage a nada. Isso me destrói por dentro. Até que meu celular toca, minha mãe avisa pelo vidro e eu sai. É da Polícia Federal, eu passei nas provas! E é para eu comparecer amanhã. Fico tão feliz,  comemoro com a Pérola!  Sei que ela deve estar feliz por mim. Saio com alguns amigos e nós comemoramos no bar. Meu irmão chega de surpresa e trás uma ótima notícia! Ele será papai! Davi pai!  Comemoramos em dobro, ficamos bebendo até a madrugada. Esqueço um pouco dos meus problemas.... Eu não fico leve assim, a muitos meses.

Quatro anos depois - 2000

Durante todos esses anos, ninguém sabia explicar como a Pérola estava viva. Ela passou por várias cirurgias, ficou aberta por dois anos, desenvolveu o câncer, seu corpo chegou a começar a empobrecer. Médicos do mundo todo passaram por ela, e até que um tratamento revolucionário, começou a fazer efeito. Foram no total de 400 dias intensos, até que no dia 16 de Abril de 2000, Pérola voltou a si. Ela abriu os olhos, sem voz, mas conseguia compreender tudo o que diziam. Pérola estava irreconhecível, pálida, inchada, estava com mais de 130 quilos, sem seus longos cabelos, com todo o tipo de paralisia, facial,  motora... Com machucados pelo seu corpo, mas ela venceu uma etapa. Ela consegue se comunicar. Essa notícia surpreendeu a todos, e deixou Márcio Feliz, Feliz como nunca! Pérola, com o passar do tempo foi ganhando força e se recuperando aos poucos, mas ela ainda não tinha contato com quem ela conhecia. Ela não falava, ela só via às 4 paredes branca, a música que sempre tocava e o relógio. Ela não se lembrava das pessoas. Ela não se lembrava de quem era ela. Ela não se lembrava de nada. Assim, foram 7 meses de luta.
Até que ela começou a respirar sozinha, e ela conseguia fazer sons. Com ajuda de una fonodiologa,ela foi recuperado aos poucos a fala. Ela tinha uma equipe muito grande que a acompanhava.

2001

Já com quase um ano, todos em uma reunião, decidiram falar com a Pérola, sobre tudo que aconteceu. E Márcio seria o responsável por falar. Com a ajuda de especialistas, ele tira duas dúvidas... E decidem que hoje,  ela saberá um pouco do que aconteceu.

***

Pela manhã, de uma terça feira ensolarada, Pérola sai pela primeira vez para o jardim do hospital. Ligada ao soro, e em uma cadeira de rodas, ela ver o outro ambiente do hospital. Ela está também com óculos escuros e às demais providências para protegê lá. Pérola chora,  ao sentir o vendo bater no seu rosto. O sol, a natureza, às pessoas... É tudo diferente.
Ela volta, feliz para o quarto. Quando ela chega, a um homem sentado no sofá.

•Narração Pérola

-Eu acho que você errou de quarto, Maria.

-Não senhora. Esse é o seu quarto.

Olho para um homem lindo, com barba, cabelos curtos. Elegante e muito charmoso.

A TrocaOnde histórias criam vida. Descubra agora