Capítulo Nove (Parte Um) : Feliz Halloween

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A chuva fica cada vez pior e o céu já está um breu. É quase impossível de enxergar a estrada e Jeff dirige com dificuldade pelo asfalto escorregadio.

A polícia não me encontra, não morro nas mãos de um lendário serial killer, mas estou em perigo por causa de uma maldita tempestade.

Que dia ótimo.

A velocidade do carro diminui e ele dirige para o acostamento.

Finalmente algum sinal de vida.

A placa vermelha neon de um hotel beira de estrada ilumina o chão em nossa frente.

"Temos vagas". É óbvio que vocês tem.

Jeff estaciona o carro e então tomamos coragem para fazer o curto caminho pela chuva até a entrada do hotel.

É um prédio pequeno e antigo de cinco andares com uma cara nada convidativa. Ele e o restaurante do seu lado são os únicos estabelecimentos em quilômetros.

É ironia do destino hoje ser véspera de halloween? Porque esse lugar parece ter saído diretamente de um filme de terror.

É como em jogos mortais. Sobreviva até a manhã em um quarto de hotel, sem nada para fazer. O desafio é: você está com um assassino insano e sedento por sangue.

Sinto um arrepio na minha espinha.

Não sei se é pelo frio ou pelos meus pensamentos.

Jeff está claramente de mau humor e não há nem como disfarçar.

Pegamos as nossas coisas no banco de trás e fazemos o check-in na recepção.

A recepcionista nem olhou para nós. Um dia essa falta de atenção pode acabar te matando.

Subimos alguns lances de escada até o quinto andar, ao final do corredor.

Um corredor largo e repleto de janelas. Algumas gotas de chuva escapam para dentro, nos atingindo. Céus, que frio.

Finalmente chegamos. É um quarto razoavelmente espaçoso; há uma cama de casal, uma televisão de parede, um frigobar, um sofá e um banheiro.

Posso tranquilamente dormir no sofá. Estou tão exausta que nem cogito a ideia de não dormir.

Exausta, confusa e encharcada pela chuva. Jeff não está muito diferente, exceto pelo seu notável estresse.

Aqui é perigoso, afinal. Essa tempestade não estava em seus planos. Passamos tempo demais na cidade.
A única coisa que nos resta a fazer é esperar. A tempestade não vai parar tão cedo e pegar a estrada é uma passagem só de ida para o outro mundo.

Deus sabe que eu faria qualquer coisa para não estar aqui agora. Especialmente com ele.

Jeff liga a televisão e zapeia pelos canais. Seus olhos quase brilham de excitação: a maior parte da televisão vai fazer maratonas de terror hoje.

Vai ser uma noite longa.

Tomo um banho quente, longo e revigorante. Ah, e as roupas novas. Como é bom vestir roupas limpas. E secas, também. Uma calça jeans e uma blusa de frio me esquentam agora.

Saio do banheiro, radiante. Não me sinto tão bem em semanas.

Meus olhos pousam diretamente em Jeff, jogado desajeitadamente no sofá. Ele está sem o moletom e sem a blusa. Um cigarro aceso entre os seus dedos esguios e pálidos. Seu cabelo molhado está preso agora. Suas orbes azuis fixadas na tela.

A Nova Proxy | Jeff The Killer {EM REVISÃO}Onde histórias criam vida. Descubra agora