Capítulo 11

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POV Roman

Eu sei que não sou o pai dele, mas porra, ela precisa jogar na minha cara? Eu amo garoto, daria tudo pra que ele tivesse meu sangue. Ta que eu e ela só estamos juntos há cinco meses, mas foram cinco meses intensos, eu sinto com se tivesse ela e Nathan na minha vida desde sempre, não conseguia me imaginar sem eles e pai é quem cria.

Tive que insistir muito para que Sofia dormisse aqui, meus pais gostaram dela e não iram se importar com isso. Eles dormiriam no quarto de hóspedes, Marco no quarto de Nathan — sim, eu fiz questão de determinar um quarto para meu garoto — e Nathan iria dormir conosco, meus pais estavam brincando com ele enquanto eu e Sofia nos preparávamos para dormir.

— O que foi, meu amor? — Sofia deslizou as mãos pelos meus ombros e beijou minha nuca, relaxa Roman, você ta com raiva.

— Nada.

— Fala pra mim, Roman, a gente trabalha com a verdade, lembra?

Respirei fundo, e se ela ficar chateada? Mas eu não posso guardar para mim.

— Precisa jogar na minha cara que eu não sou pai dele?

Ela pareceu chocada.

— Mas você não é.

— Pai é quem cria, Sofia.

— Eu não quero que se sinta na obrigação de assumir essa responsabilidade só porque está comigo.

— EU NÃO ME SINTO OBRIGADO, CARALHO — ela arregalou os olhos e eu me acalmei um pouco — Eu não me sinto obrigado, eu quero fazer isso — meus olhos se encheram de lágrimas — Me deixa ser o pai dele.

Os olhos dela também estavam molhados e quando falou sua voz estava embargada:

—  Você tem certeza que quer assumir esse papel?

Suas mãos acariciavam as laterais do meu rosto.

— Eu já me sinto pai dele.

Nos beijamos entre lágrimas.

— Eu te amo — falamos juntos.

Era nossa primeira briga séria e se todas fossem resolvidas rápido assim, por mim tudo bem.

Descemos para colocar Nathan para dormir.

— Amor, — ele ainda tava meio envergonhado por mais cedo — vem deitar. Boa noite, gente, até amanhã!

Eu joguei Nathan nas costas e subi correndo.

— Cuidado — minha mãe e Sofia falaram juntas, nos fazendo rir.

Nathan estava deitado entre nós dois, era a primeira vez que dormiríamos todos na mesma cama, de acordo com Sofia ele mexia muito, vamos ver se mexe mesmo.

— O que foi, amorzão?

— Nada não, mamãe.

— Fala pra sua mãe, campeão.

Ele respirou fundo.

— Eu não quero deixar ela triste.

Eu e Sofia nos entre olhamos surpresos e temerosos pelo que ele falaria.

— Pode falar, amor, não preocupa com a mamãe, eu quero saber o que ta te chateando.

— É que eu achei que agora o Roman podia ser meu papai, mas você não quer deixar — eu olhei Sofia suplicante — Eu só queria ter um papai legal igual ele.

— Você ama o Roman? — ele assentiu veementemente — O ama como um pai? — ele agarrou meu pescoço.

— Eu também te amo, Nathan, como um filho, você é meu filho, daqui ó — coloquei sua mãozinha no meu peito — do coração.

— Eu não podia ter encontrado um homem melhor pra nós dois.

— E você é meu papai daqui ó — colocou minha mão em seu peitinho.

Eu me sinto tão pai dele, fico orgulhoso por cada uma de suas vitórias e conquistas, por cada desenho, cada sorriso, eu amo esse garoto.

— Você vai deixar ele ser meu papai, mamãe?

— É claro que deixo, amor — ela disse com lágrimas nos olhos.

...

Na manhã seguinte eu acordei cedo com Nathan atravessado na cama, os pés na minha barriga e a cabeça na da mãe dele. Tirei uma foto daqueles pezinhos na minha barriga e postei no instagram.

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Bom dia, querido — mamãe beijou minha bochecha — Discutiram mesmo ontem, ne?

— Vocês ouviram? — perguntei envergonhado — Nathan ouviu?

— Só um grito seu, mas eu falei que isso era normal e que ele não precisava se preocupar. Mas se resolveram?

— Ela tinha medo de que eu me sentisse obrigado a assumir Nathan.

— Mas você o ama — saiu mais como uma afirmação — Quem olha vocês diz que são pai e filho, ta na cara que você o vê como filho e ele te vê como pai.

— Eu quero muito, mas não sei como fazer isso, tenho medo de errar na educação dele.

— Filhos não vem com manual, Roman, basta fazer com amor e tudo vai dar certo, Nathan é um bom garoto, o que facilita as coisas. E se você quer saber, eu realmente gostei dela, é espontânea, sincera e tem personalidade forte, parece comigo.

Gargalhamos juntos e eu me sentia tão feliz por confirmar que ela realmente gostou da Sofia.

— É, mãe, ela se parece com você, mandona, sabe dar aquele olhar — e ela me deu aquelo olhar.

— Mas me conta, qual é a história do pai de Nathan.

Os pêlos de minha nuca se arrepiaram.

— O pai dele sou eu.

— Eu sei, querido, estou falando do pai biológico.

— Isso é história da Sof, mãe, não gosto de falar nisso.

— Você conhece a história?

— Sim, ela me contou ainda no começo, mas realmente prefiro deixar entre a gente.

— Tudo bem, quer me ajudar com o café?

Fizemos o café e eu fui o homem mais feliz do mundo quando estávamos todos na mesa e Nathan chegou dizendo: "Bom dia, papai", depois de me dar um beijo, tipo, ele encheu a boca pra me chamar de papai.

— E a vovó não ganha beijo?

— Você é minha vovó?

— Se ele é seu pai então eu sou sua avó.

Nathan a abraçou ainda com um pé atrás, meio tímido, mas aos poucos as coisas na nossa vida iam se encaixando.

Por Você - Roman BurkiOnde histórias criam vida. Descubra agora