POV Roman
— Eu não vou conseguir — Sofia disse chorando, ela já estava com seis centímetros — Com o Nathan não foi assim!
— Oh, meu amor, calma, você vai conseguir sim, no final nós vamos ter um bebê.
Me doía muito ver Sofia sofrer tanto, chorar e se contorcer, isso deveria ser mais simples.
— Fácil pra você, que vai ficar apenas com os louros, queria te ver passar uma melancia pelo...
— Olha a boca — falei rindo — Tem certeza que não quer o remédio?
— Eu já disse que não, Roman, eu só preciso parar logo, já são nove da manhã, eu tô há sete horas aqui, sendo partida ao meio, não aguento mais. A Clarisse não quer nascer!
Resolvi não contestar, nesse momento isso era o pior que eu poderia fazer, alisei seus cabelos molhados e quando o Scott chegou eu o levei para um canto do quarto e perguntei:
— Não tem como dar um remédio sem ela ver? Eu não aguento mais ver minha Sofia sofrendo assim.
— Ah, Roman — ele apoiou a mão no meu ombro — Se dependesse de mim eu já teria feito isso, também me dói vê-la assim. Mas Sofia está consciente, não posso ir contra sua vontade.
— SCOTT — Sofia gritou desesperada — pelo amor de Deus, me dá aquela porra daquele remédio, eu não aguento mais.
Scott deu um sorriso antes de dar o remédio a Sofia, em questão de cinco minutos, ela já havia acalmado, estava levando o processo de forma mais tranquila.
— Eu te...— fui interrompido por ela.
— Não, nem começa com eu te avisei.
Ergui as mãos em forma de rendição, me sentei ao seu lado e a abracei. Depois de quase uma hora, nos levaram para a sala de parto.
Resolvo ligar pro Reus enquanto levavam Sofia.
— Marco, pode trazer o Nathan, a Clarisse está quase chegando.
— Só agora? Isso demorou muito — eu sabia que Marco estava impaciente.
— Que culpa eu tenho se sua afilhada é preguiçosa.
— Roman, tenta não desmaiar — Scarlett falou rindo.
— Hahaha, que engraçado — nem dei tempo deles responderem e desliguei o telefone.
Entrei na sala e Sofia estava com as pernas arreganhadas pro Scott.
— Sabe, Scott, eu até gosto de você, mas essa não é uma situação muito legal.
Scott gargalhou e Sofia grunhiu antes dele me responder.
— Acredite em mim quando digo que, em outra situação, não estaria no meio das pernas da esposa de um homem do seu tamanho.
— Podem parar de falar dessa posição super desconfortável e trazer logo essa menina pro mundo? — Sofia já estava impaciente, mas eu também ficaria se sentisse dor por tanto tempo.
— Ok, Sof, quando você sentir seu corpo empurrando, faz força — Scott falou com ela.
— Como assim? — ela perguntou meio desesperada.
— Se você ficar fazendo força toda hora, vai se cansar atoa, tem que ser na hora do seu corpo, você sente ele forçando e faz força, eu te ajudo na hora certa — Scott colocou os dedos lá e disse — Empurra — Sofia apertou minha mão com muita força.
— Ai, Sofia, eu preciso da minha mão pra trabalhar — falei sacudindo a mão.
— Pensasse nisso antes de enfia esse seu negócio em mim, quer trocar de lugar?
Eu rapidamente devolvi minha mão para ela e apenas me contive durante os apertões.
— Isso, Sof, estamos quase lá, já estou sentindo ela — Scott falava, incentivando.
E as dez horas e trinta e quatro minutos, nasceu Clarisse Fernandes Bürki, minha princesa, com 3,482 kg, 49 cm e cheia de saúde.
— Ela chora alto, né? — falei emocionado quando seu choro fino preencheu o ambiente.
Uma enfermeira a colocou nos braços de Sofia.
— Olá, princesa da mamãe — era como se toda a dor de Sofia tivesse desaparecido ao ouvir aquele chorinho fino — Eu te amo tanto, meu amor.
— Papai também te ama, princesa — ela envolveu meu dedo com sua mãozinha pequena e forte — Ela tem um aperto forte — falei rindo — Mas é tão pequena.
— Ela tem o tamanho de um bebê, Roman, e quanto ao aperto, é bom que seja forte, quer dizer que tá esbanjando saúde e força — Scott falou — Quer cortar o cordão?
— Claro — eles me indicaram o local e eu cortei.
Depois de um tempo nos braços de Sofia, recebendo carinhos de nós dois, levaram Clarisse para o primeiro banho e exames.
— Vai com ela, amor — Sof pediu, de forma carinhosa.
— Mas e você? — ela havia acabado de dar a luz, não queria deixá-la sozinha.
— Eu estou bem acompanhada e sei me cuidar, mas ela não.
Acompanhei e ajudei a dar o primeiro banho nela.
— É muito pequena e molinha.
— Calma, papai, ela não vai quebrar — a enfermeira falou sorrindo.
Depois de banho e alguns exames, nós fomos para o quarto, apesar de ter adiantado alguns dias, Clarisse era muito saudável.
Quando chegamos ao quarto, Sofia estava dormindo, Marco, Scarlett e Nathan já estavam lá.
— Deixa eu ver, deixa eu ver — Nathan correu em minha direção, a enfermeira vinha logo atrás, trazendo o bercinho e a Clarisse dormindo.
— Sh, fala baixo, garotão — abracei ele — a mamãe ta dormindo.
— Ela é linda — ele falou com admiração — Pode deixa, papai, nenhum marmanjo vai chegar perto dela.
— Roman, — Scarlett me advertiu — a Sofia te mata se souber que você já ta ensinando o Nathan a ter ciúmes. Posso pega-la? — eu assenti e ela pegou minha pequena nos braços — Você é linda, Clarisse, muito linda mesmo!
— É sim, princesinha do padrinho, ninguém nunca vai te machucar, pequena, nós vamos cuidar de você. Seus pais e seu irmãos chegam em poucas horas, os pais da Sof vão vir o mais rápido possível, o Lucas vai vir assim que conseguir, mas quer fotos dela.
Mandei fotos dela no grupo do time, grupo dos amigos, pros meus pais, os pais da Sof e nossos irmãos.
— Princesinha do papai — Marco e Scarlett haviam voltado para casa, Clarisse tinha acordado, estava observando tudo em volta e apertou meu dedo com força — Você podia ficar desse tamanho pra sempre, papai não vai deixar nenhum cara se aproximar de você.
— Como é que é?
— Sofia — dei um sorriso amarelo — Como você está?
Ela se sentou na cama e cruzou os braços, me encarando.
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Por Você - Roman Burki
Fiksi PenggemarSofia decidiu reconstruir sua vida na Alemanha, longe de tudo que ela teme que seu filho, Nathan, de cinco anos descubra. O que a espera é um novo país, com novos amigos e quem sabe, novos amores. Roman Bürki moverá montanhas pela garota do parque. ...