Sobre solidão*

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Os dias foram passando e uns se tornaram mais fáceis que outros. Com cerca de 3 meses eu fui liberada do hospital e levada para o que eu classifico como um orfanato.

Na minha mente sempre imaginei os orfanatos como locais incríveis e divertidos, era isso que Chiquititas me mostrava todas as noites na televisão. Não tinha dança, cantoria, brincadeiras e amizades, pelo menos, não para mim. Não era necessário eu ter dois olhos  funcionais  para sentir como as crianças me observando e reclamando de mim. Tudo piorava a cada diz com as rotinas fixas que eu era liberada na maioria  por não enxergar.

Acho que uma das poucas vezes que eu ri nesse lugar foi quando Nancy me acusou para uma mulher que eu me aproveitava da cegueira para não fazer nada. O que eu em arrependi depois por que o barulho que seus passos faziam ao se aproximar de mim me faziam pensar que ela deveria ser uma garota muito grande e não era preciso muita coisa para terminar de me quebrar por fora.

Era estranho eu ser julgada de me aproveitar da cegueira para fugir das tarefas da casa, eu preferiria bem mais ir limpar o quintal somente para poder ficar lá fora ao invés de passar dias trancadas em quarto somente esperando a próxima visita, a próxima entrevista, a próxima família e todo o etc.

As vezes eu penso que estão se passando anos ao invés de dias e eu continuo trancada no quarto, deitada na cadeira ao lado da minha cama enquanto todas crianças tem algo melhor para fazer.

As vezes eu penso que estão se passando anos ao invés de dias e eu continuo trancada no quarto, deitada na cadeira ao lado da minha cama enquanto todas crianças tem algo melhor para fazer

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Já se decorreram 5 meses nesse orfanato. Na verdade, 5 meses  em um orfanato já que  fui trocada do antigo há 3 meses pois as outras crianças tentaram me fizeram cair das escadas. Claro que elas não falaram que foram culpa delas mas tenho certeza que senti a mão da Nancy Boboca me empurrando.

Porém 13 garotas contra uma se torna inútil.

Esse orfanato não é muito diferente, pelo menos não como sou tratada. Ou talvez seja, diferente do outro que eu era o centro de ódio esse eu sou simplesmente ignorada, o que para mim é um bônus do tamanho do universo.

Algumas novidades é que eu estou conhecendo uma família nova. Eles parecem bem diferentes e tem um cheiro forte de perfume. Eles não falam igual a mim, ou melhor, a mesma língua que eu então nós sempre temos o Senhor Peter na sala pra traduzir tudo entre a gente.

 Não sei muita coisa sobre eles, basicamente eles me disseram que não podem ter filhos e que se interessaram muito pela minha história. Era sempre engraçado esses casais que sempre falavam que se interessavam pela minha história e nunca por mim.

Não que eu preciso de alguém se interessando por mim. Na verdade eu desejo muito ser a Aline no país das Maravilhas para entrar na toca do coelho e ficar lá dentro e esquecer do resto do mundo onde pessoas se interessam por suas histórias e seu passado mas nunca por quem a pessoa é agora.

Contudo, o que Thereza me diz é que essa será minha nova família e que daqui a 3 dias eu irei morar com eles nos Estados Unidos. Eu já tinha visto no mapa esse país e parecia bem longe e o pior nem era isso, eu não quero viajar de avião.  Thereza me diz agora que também sou uma criança muito fria as vezes e séria demais, eu concordo, isso até o ponto que tentaram me colocar em um carro para eu ir ao orfanato. Por semanas eu pensei que minhas lágrimas tinha secado todinhas até eu ouvir o barulho da porta do carro abrindo. Segurei o braço dela tão forte que eu devo te-la arranhado. Não seria diferente com algo que para mim não tem sentido. Como uma coisa mais pesada que o ar pode voar? e por que isso pode e a gente não se nós somos mais pesados que o ar?

Definitivamente eu não iria entrar naquele avião.
















Perdão se tiver com muitos erros gente, é que esse ano é o meu ENEM e com os estudos escrever aqui e revisar é complicado, prometo que vou tentar o mais rápido possível. 

Num piscar de olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora