Capítulo 25

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Fora minha vó e minha mãe, todos achavam isso uma loucura. Até mesmo Brigdet era contra. Ouço um gole profundo de alguém bebendo algo a uns 3 passos de mim.

_ Então vocês querem basicamente que nós fingimos um namoro?- Era Dylan.

Ao certo, não sei quando ele se apresentou na sala ou até onde estava ouvindo em silêncio a conversa.

_ Sim, você será bem remunerado e será temporário...- Minha mãe dizia.

_ Me desculpe Senhora... Jackson?! Mas não vou aceitar essa proposta.- Ele diz enquanto ouço abandonar a xícara na mesa.

_ Dinheiro não é problema, meu caro Dylan.- Minha vó dizia.

_ Certamente não é nessa família. Contudo, nem tudo nessa vida é dinheiro e eu não estou a venda.- Ele diz enquanto ouço seus passos se distanciarem da sala.

A sala fica em silêncio por uns poucos segundos.

_ Espere um pouco.- Eu instintivamente viro minha cabeça para o alto, em direção ao segundo andar próximo a escadaria, de onde vinha a voz.

_Eu sei que você precisa do dinheiro, Dylan. E isso resolveria o problema de todos.- Era Zola que dizia ao alto.

_ Pensei que tivesse saído?!- Eu pergunto.

_ Somente não queria ficar no meio dessa discussão... porém, a verdade é que essa ideia é benéfica a todos, você sabe disso Dylan.

Quando eles tinha se tornado tão amigos? E o que Zola estava falando?!

_ Achei que você seria o mais contra dessa ideia.- Ele diz soltando um riso.

_É, não é a situação ideal. Contudo, essa confusão começou comigo e eu acho que devo termina-lá. Se isso é o necessário para terminar com toda essa história, eu aceito.- Ele diz e sua voz ficava mais alta a cada palavra, ele estava descendo a escadaria.

_ Eu não posso aceitar essa proposta, você sabe como essa garota é. Ser o segurança dela foi demais para mim. - Ele diz entonando o tom de sua voz.

_É, eu sei que minha irmãzinha pode ser chata as vezes, porém ela promete que vai se comportar.- Zola diz puxando meu braço para um abraço que rapidamente afasto.

_ Esperem aí, vocês não podem decidir isso por mim, como se eu fosse uma criança ou coisa assim. É  a minha vida e eu acho que tenho direito de escolha!- Eu digo e antes que alguém falasse algo subo as escadarias.

 É  a minha vida e eu acho que tenho direito de escolha!- Eu digo e antes que alguém falasse algo subo as escadarias

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Eu queria chorar. Queria sentir as lágrimas quentes no meu rosto enquanto sentava no chão frio do meu quarto. Queria chorar até poder cair em um sono pesado e eu ia acordar e perceber que tudo passou, tudo estava bem. Contudo, eu não sou assim. Estava na minha escrivaninha do quarto enquanto rolava uma caneta de lado para o outro com uma das mãos. Meus pensamentos estavam conflituosos. Eu queria que tudo isso acabasse. Tudo voltasse para o início. Queria minha mãe, minha verdadeira mãe. Queria voltar aquele dia, me encontrar com aquela jovem eu e pega-lá em meus braços enquanto corria para minha mãe e dizia para corremos, que ele estava vindo, que precisávamos fugir agora.

Mas a vida não é nem tudo que desejamos.

Essa sou eu agora, titulada como uma jovem rica, mimada, destruidora de lares e de tudo ao seu redor. 

A porta se abre.

_ Eu não quero fazer isso. Não quero mais mentir ou esconder algo.

_ É, eu sei que isso é foda.- Era Dylan.

Sua voz é uma surpresa, porém continuo focando em rodar meu lápis com a mão.

_ Não esperava que fosse você.

_ Você nunca espera que seja eu.- Ele diz com um leve sorriso.- _Acho que te devo desculpas pela forma que te tratei agora.

_ As desculpas só por agora?!- Eu digo soltando um sorriso um pouco sarcástico.

_ Você também não tem sido um mar de rosas comigo.- Ele rebate.

Eu me viro em sua direção.

_ Talvez eu tenha sido exatamente um mar de rosas, cheia de espinhos.

Ele solta uma gargalhada.

_ Você não precisa se culpar por tudo de ruim que está acontecendo.

_ Bom, parece justamente ao contrário. Tudo isso se formou por minha culpa e agora toda a responsabilidade de conserto também está sobre meus ombros.

_ Alana, eu não quero que pense isso. E eu não quero que você force nada que não queira fazer. Se não quiser esse plano, não faremos e eu vou embora, terá então um problema a menos nessa vida.

Meu coração se aperta com essas palavras.

_ Mas essa é a questão. Eu não quero que você vá. Nós brigamos e as vezes sinto que eu te odeio tanto que tenho vontade de jogar coisas pesadas em você, mas aí, ao mesmo tempo tudo é tão, diferente com você. Não teve um dia que ficássemos com tédio ou algo assim. - Ouço Dylan prosseguir com passos em minha direção, porém continua em silêncio.-_... você já teve a sensação de estar flutuando? Quero dizer, quando você sonha, aquela sensação da sua alma estar fora do corpo. Eu tenho ela desde que me mudei para cá. Mesmo que eu não enxergue, eu conseguia me ver em meus sonhos, como eu estava vestido, meu cabelo e tudo mais, porém, nos últimos anos eu me vejo e fico me perguntando ''quem é esta garota? Ela sou eu?!'' e eu não gosto da resposta, não gosto de quem me tornei e você me fez mudar de certa forma. De eu sai da minha bolha de conforto e me encarar e é por isso que sinto tanta raiva de você, por que você me faz eu ser eu novamente e isso me assusta, porque me recorda de momentos da minha vida que eu quero esquecer.

_ Uau, isso é realmente bastante carga para alguém. E eu pensando que você simplesmente me odiava por ser chato.

Nós dois rimos.

_ Isso não quer dizer que eu ainda não odeie você.

_ Sim, mas agora eu sei que você me odeia por motivos importantes, é...reconfortante...e então, oque você vai decidir agora?- Ele diz.

Penso um pouco.

_ Acho que nós vamos tirar férias.


Num piscar de olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora