Capítulo 31

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"It's like the sun came out"

"Foi como se o sol estivesse surgido"

Start Of Time - Gabrielle Aplin

Brianna foi à última pessoa que vi. Desde o momento em que ela saiu ninguém mais entrou nesse "cativeiro". Estou tentando ao máximo evitar meus pensamentos, porque eles são os mais negativos possíveis. Fico enumerando as várias coisas que deveria ter feito e que ainda queria fazer. Meus olhos pesam, mas não consigo dormir. Meu corpo está dominado pelo choque, ainda não acredito que Brianna planejou meu sequestro. Que mentiras ela iria inventar a todos sobre meu desaparecimento? O que ela diria a Felipe para convencê-lo a ficar com ela?

—Trouxe comida para você! – A porta se abre e um homem com a voz bastante rouca entra.

—Eu não quero! – Minha voz é determinada.

—Você é muito arrogante para alguém que está nessas condições! – Seu olhar percorre todo o meu corpo e se fixa no meu pescoço, mais especificamente em meu colar. Seu olhar sobe e ele encara meu rosto. —O que você fez para aquela garota, a ruiva?

—Eu não fiz nada e, mesmo que tivesse feito não lhe diria. – O homem se aproxima mais de mim, se ajoelha na minha frente e, se inclina em minha direção, fazendo-nos ficar bem próximos.

—Você é muito mimada, porém... —Sua mão segura meu queixo com força. Ele me olha como se estivesse me avaliando. —Muito bonita. Vou te ensinar a deixar de ser mimada e arrogante. – Ele puxa meu rosto, o aproximando mais do seu. Ele iria... Me beijar?

—Não, por favor! – Sinto o pânico percorrer todo o meu corpo. Viro minha cabeça para o lado. —NÃO PODE FAZER ISSO! – Grito desesperada. Um sorriso assustador surge em seus lábios.

—Eu mando aqui! – Ele volta a puxar meu rosto em sua direção. As lágrimas escorrem por todo o meu rosto.

—SOCORRO! –Sentia meu corpo desistindo. Ninguém jamais me escutaria. Estava perdida. —SOCORRO! – Grito outra vez, com esperança de que alguém me escutasse. Primeiro, vi uma forte luz surgir diante dos meus olhos, seguidos de um forte barulho. Fecho os olhos e, sinto uma mão pousar em minha perna. Eu conheço esse toque. Abro os olhos no mesmo instante e vejo... —Felipe! – A palavra não passa de um sussurro.

—Meu amor, eu estou aqui... Ele te machucou? Fizeram alguma coisa com você? – Suas mãos urgentes percorrem meu corpo a procura de ferimentos. Elas se fixam em minhas pernas que estavam amarradas. Ele começa a desfazer os nós e, em seguida começa a libertar minhas mãos. Jogo meus braços em torno do corpo de Felipe no momento em que os sinto livres. Seus braços me envolvem e me abraçam com força. As lágrimas continuam escorrendo por todo o meu rosto. —Meu amor, como você está?

—Eles não fizeram nada comigo

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—Eles não fizeram nada comigo. – Falo em meio às lágrimas. —Você chegou bem a tempo. - O ouço soltar um longo suspiro. Ele estava aliviado. — Felipe? – Levanto meu rosto e vejo que ele me encara. —Eu te amo tanto, fiquei com tanto medo de não voltar a vê-lo...

—Eu também. - Felipe me interrompe. — Eu tive medo de não voltar a vê-la, de não ver mais seu sorriso lindo iluminando todos os meus dias, de nunca mais ouvir sua risada que faz meu coração disparar, de não sentir mais seus abraços, seus beijos, de nunca mais ver suas covinhas lindas. Tive medo de perdê-la. – As lágrimas começam a escorrer pelas bochechas de Felipe. Levo uma mão ao seu rosto e as enxugo. —Eu te amo tanto, você não faz noção do quanto a amo!

—Eu te amo muito Felipe, amo tanto que chega a doer, a despedaçar meu coração só de pensar que poderia te perder. Pensar que não veria mais esses seus olhos azuis como o oceano que me fazem suspirar, que fazem meu coração disparar. – Suas mãos puxam meu rosto para o seu, e nossos lábios se selam em um beijo urgente, apaixonado e intenso.

—Claire... – Ele fala depois que nos separamos do beijo e nos abraçamos outra vez. Olho para ele. —Não vou deixar ninguém te machucar, vou proteger você, eu prometo.

—Eu confio em você e, eu também vou te proteger!

(...)


Os minutos demoravam muito a passar. Minhas mãos estavam frias devido ao meu nervosismo. Além de Felipe, meus tios também tinham me acompanhado a delegacia, onde eu deveria prestar meu depoimento.

—Senhorita Smith? – O delegado falava comigo.

—Sim? – Minha voz ainda estava fraca e abalada, devido a tudo que aconteceu nessas últimas horas.

—Acha que conseguiria nos relatar tudo que aconteceu? – Assenti e lentamente, contei todos os detalhes da história, pelo menos os que me recordava. Quando terminei, todos estavam em silêncio e Felipe, que segurava minha mão, a apertou levemente. —Senhorita Smith, sabe quem a sequestrou?

—Sim delegado, eu sei! – Ele me olhou como se esperasse que eu lhe dissesse quem era. —Foi Brianna Fills.

—Delegado... – O homem que já apresentava certa idade fixou o olhar em Felipe. —Quando Claire desapareceu, começamos uma busca desesperada para obter qualquer informação que nos ajudasse a encontrá-la. Uma dessas informações nos levou até Brianna, ela admitiu tudo e só consegui encontrar Claire por causa do GPS do carro de Brianna.

—Neste caso não existem dúvidas de que essa garota é culpada. – Felipe assentiu. —Vou mandar expedir um mandado de prisão imediatamente.

—Não. – Todos os olhares se voltaram em minha direção. — Brianna apresenta sérios transtornos de personalidade, caracterizando um caso de bipolaridade, fora surtos de violência e atitudes impensadas que ela tem meus amigos e eu já presenciamos muitos deles. O correto seria interna-la. Ela necessita de um tratamento urgente. – Depois da minha declaração, o delegado acionou a equipe de um hospital psiquiátrico e foram até a casa de Brianna para buscá-la. Na manhã seguinte, depois de uma longa noite de conversa entre os pais dela, o advogado da família e principalmente, depois de o histórico médico dela chegar às mãos do delegado nada impediu que ela fosse internada e, que iniciasse o tratamento imediatamente.


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